Câncer de mama e de pele lideram número de casos em Brusque
De janeiro de 2012 a setembro de 2016, cerca de 800 casos oncológicos foram diagnosticados no município
De janeiro de 2012 a setembro de 2016, cerca de 800 casos oncológicos foram diagnosticados no município
De janeiro de 2012 a setembro de 2016, cerca de 800 casos oncológicos de Brusque foram encaminhados para o Hospital Santo Antônio de Blumenau (já que Blumenau é referência para Brusque em tratamento oncológico).
A maioria dos casos registrados no município (44% do total) refere-se à câncer de mama, de pele e de próstata. Ao todo, cerca de 350 pacientes foram encaminhados a Blumenau com essas três variações da doença.
Para a secretária de Saúde de Brusque, Giselle Moritz, hoje em dia as pessoas procuram atendimento com mais frequência. Isso, avalia ela, auxilia no diagnóstico da doença.
“O número de casos diagnosticados vai aumentando porque as pessoas se preocupam mais e procuram os médicos. Antigamente o pessoal não ia aos postos de saúde porque tinha medo. Agora todo mundo cuida da própria saúde e isso ajuda”, diz.
Encaminhamento
Para que um paciente seja encaminhado ao tratamento oncológico do Santo Antônio, primeiro ele passa pela Unidade Básica de Saúde (UBS) e pelo clínico geral, que avalia a situação e, posteriormente, direciona o paciente a um especialista. Após o diagnóstico e constatada a necessidade, o usuário é encaminhado a Blumenau por meio do Tratamento Fora Domicílio (TFD).
Gustavo Galvan Debiasi
Médico especialista em cirurgia oncológica e professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
A reportagem entrou em contato com o médico especialista em cirurgia oncológica e professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Gustavo Galvan Debiasi, para solicitar que ele falasse especificamente de cada um dos tipos de câncer que aparecem com frequência no topo da lista da Secretaria de Saúde de Brusque e também para falar sobre as formas de prevenção da doença. Confira abaixo.
Mama
“O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico. A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis”.
Colo do útero
“O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente de vírus HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Algumas mulheres portadoras deste vírus podem desenvolver alterações referentes a esta infecção, que são facilmente identificadas no exame preventivo, e se tratadas precocemente podem prevenir o desenvolvimento desta neoplasia”.
Pele
“O câncer de pele não melanoma é a neoplasia maligna mais frequente em ambos os sexos, corresponde a 30% de todos os casos, e está associado, em sua maioria, com a exposição solar crônica. A incidência estimada para o ano de 2016 é de 180 mil casos novos no Brasil.
Pessoas acima dos 40 anos, de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são os principais acometidos. Apresenta altos percentuais de cura se identificados precocemente”.
Próstata
“O câncer de próstata está associado principalmente ao envelhecimento da população, já que 3/4 dos casos são diagnosticados após os 65 anos. Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de três a dez vezes comparado à população em geral. Atualmente, cerca de 20% dos pacientes portadores de câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados, embora um declínio importante tenha ocorrido nas últimas décadas em decorrência principalmente de políticas de rastreamento da doença e maior conscientização da população masculina”.
Cólon
“O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Atualmente é a quarta causa de câncer no Brasil entre homens e mulheres e sua incidência e mortalidade vem aumentando ano a ano. Esse aumento deve-se de uma maior frequência de algumas doenças que aumentam o risco de câncer colorretal e a hábitos de vida, principalmente da sociedade ocidental como a nossa. Existem causas consideradas passivas de prevenção e aquelas que não dependem da vontade do paciente como o sexo, as doenças adquiridas e a herança genética familiar. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos”.
Prevenção
“De maneira geral, hábitos de vida mais saudáveis são recomendados para a prevenção de todas as neoplasias, pois fornecem condições ideais para o organismo se defender no caso de agressões. Exemplos que podemos citar são: alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e a suspensão do tabagismo. Algumas neoplasias especificamente possuem programas de prevenções e rastreamento específicas, como exame preventivo para o colo do útero”.