Candidata a reitora da Unifebe, Rosemari Glatz fala sobre os planos para a instituição
Ela tem como candidato a vice-reitor o professor Sérgio Rubens Fantini
Ela tem como candidato a vice-reitor o professor Sérgio Rubens Fantini
Na próxima sexta-feira, 30, acontece a eleição para a reitoria do Centro Universitário de Brusque (Unifebe). Günther Lother Pertschy e Alessandro Fazzino deverão ser substituídos por Rosemari Glatz e Sérgio Rubens Fantini, candidatos a reitora e vice-reitor, respectivamente, na chapa única que disputa a eleição.
Professora da instituição há 21 anos, Rosemari diz que a candidatura foi um processo natural e que já tem se preparado para ocupar o cargo há bastante tempo. “Eu tinha esse projeto desde que vim para Brusque. Trabalho na Unifebe há 21 anos, e há nove anos moro em Brusque, quando assumi a chefia da agência da Receita Federal do município. A partir dali eu já vislumbrava, depois da aposentadoria na Receita Federal, ser reitora”, diz.
A escolha do candidato a vice-reitor se deu por afinidade. Sérgio Rubens Fantini é professor na instituição há 27 anos e, segundo Rosemari, é alinhado à sua linha de pensamento.
O próprio Fantini, que é gerente de Tecnologia da Informação (TI) da ZM, também destaca que tinha o projeto de se dedicar mais à instituição. “Agora é o momento de fazer um trabalho mais de gestão. Podemos trazer a experiência da iniciativa privada para a instituição, que não deixa de ser uma organização e tem que ter todo um controle pedagógico-orçamentário”.
Nesta entrevista a O Município, Rosemari e Sérgio falam sobre os planos para a Unifebe nos próximos anos. De acordo com eles, a gestão será compartilhada, com mais proximidade com os alunos e professores. Confira:
Foco principal
Rosemari diz que a principal diretriz da nova gestão será o acadêmico e, com base nisso, fazer um trabalho que torne a Unifebe um objeto de desejo para as famílias de Brusque e região.
“É uma instituição de ensino. Ela foi criada para este fim. Não tem dono, é da sociedade, da comunidade e essa é a nossa razão de ser. Não podemos perder o foco, a sociedade tem que ter orgulho muito grande da instituição. Queremos que ela seja um sonho para as pessoas, um objeto de desejo”.
Prioridade da gestão
Assim que tomarem posse, no dia 9 de abril de 2019, Rosemari e Sérgio querem ficar a par da situação financeira da instituição. A primeira medida, segundo eles, é tentar fazer mais com menos recursos. Para isso, a análise das finanças e de todo o planejamento do primeiro semestre do próximo ano precisa ser detalhada.
“Nós dois somos da área de Exatas. Temos formação e sabemos que a conta tem que fechar. Não podemos gastar mais do que se ganha. Como qualquer organização tem períodos de oscilação, nem sempre é só ascendente”.
Depois de se inteirar da situação financeira, a nova gestão decidirá se será preciso cortar custos e quando poderá ter investimentos. “Dentro dos nossos projetos estão contemplados investimentos, mas com consciência, estabelecendo prioridades. O que é urgente e o que pode esperar um pouco”.
A candidata a reitora diz ainda que o foco da gestão será no aluno, mas com saúde financeira. “Para isso você tem duas formas: cortar custos para se manter ou elevar a receita. Talvez tenhamos que fazer as duas”, declara.
Neste ponto, o candidato a vice-reitor explica que o planejamento é elevar as receitas, mas sem aumentar as mensalidades. “Vamos trabalhar para que mais alunos queiram vir para a Unifebe e tragam seus amigos, familiares. Vemos na comunidade um desejo de que as mensalidades sejam até mais baratas, por isso, vamos trabalhar neste sentido. Entender todo o processo para poder planejar algo para o próximo ano”.
Aperfeiçoamento de cursos
Antes de abrir novos cursos e expandir para outras áreas de conhecimento, Rosemari e Sérgio planejam aperfeiçoar os que já são oferecidos pela instituição. A ideia é que os cursos sejam alinhados à realidade da região, com uma educação mais voltada para a prática.
“Queremos montar laboratórios, e quando falo laboratórios não é só o local cheio de equipamentos, é um espaço em que o curso de Administração, por exemplo, tenha um escritório modelo, em que os alunos já tenham a vivência do dia a dia e casos reais para resolver”, destaca Rosemari.
A candidata diz que, de forma geral, é possível fazer um alinhamento ainda mais forte dos cursos com o mercado, seguindo a tendência alemã. “Tem a teoria, mas ao mesmo tempo já vai forte para a prática, sai mais qualificado, mais resiliente. Esse formato pretendemos inserir ao longo do tempo. Entendemos que há espaço para avanços do que já temos”.
Em relação a novos cursos, a nova gestão irá sentir a necessidade de implantação. “Não temos pretensão de criar aquilo que a sociedade não absorve. O curso tem que ser rentável, ter uma quantidade de alunos pelo menos para se pagar. Não temos utopias, queremos ser melhor no que já fazemos”.
Rosemari também descarta uma ampliação imediata de cursos na área de saúde, após o início da Medicina, no próximo semestre. “É natural que daqui a pouco se observe uma outra oportunidade de educação para a área de saúde. Hoje não temos experiência para dizer. Seria imaturidade de nossa parte trazer Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia. Talvez não tenhamos mercado para isso. Aí não adianta. É tudo muito caro para se manter e também não é justo tirar do outro para pagar um que a gente sabe que será deficitário”.
Centro tecnológico e cursos EaD
Em fase final de construção, o comitê gestor do Centro Tecnológico de Brusque é comandado pela Unifebe. A previsão de entrega da obra é até o fim deste ano, mas com a mudança no governo do estado, ainda não se sabe ao certo como o trabalho na nova estrutura será direcionado.
De antemão, Rosemari diz que a Unifebe tem interesse em continuar à frente do projeto, já que ele deve ser voltado, prioritariamente, para a educação e tecnologia.
“É uma caixinha de surpresa, porque não sabemos da intenção do novo governo em relação ao Centro Tecnológico. O que vai acontecer é uma resposta que ainda não temos”.
Em relação à Educação à Distância (EaD), Rosemari diz que pretende rever esse modelo de ensino. De acordo com ela, os acadêmicos não estão interessados neste sistema e, preferem, aulas presenciais.
“O presencial é o nosso produto, é o que tem funcionado. Não vejo o EaD com maus olhos, mas precisamos ver se terá demanda suficiente para se manter. O que não está funcionando, vamos rever, não vamos ficar puxando prego onde não dá resultado”.
Atual gestão
Sobre a atual gestão, Rosemari afirma que é visível o avanço que a instituição teve nestes oito anos e que a cidade inteira reconhece. Entretanto, há espaço para ajustes. “Tem algumas coisas que vamos ter que rever. Às vezes tem que dar um passo atrás para dar dois para frente”.