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Candidata ao Senado pelo PT, Ideli Salvatti apresenta propostas para o mandato

Ela afirma que pessoas estão “com saudades do PT” e prega volta dos investimentos

Ideli Salvatti concorre a uma vaga no Senado por Santa Catarina pelo PT. A candidata visitou o jornal O Município nesta quarta-feira, 19, e comentou sobre suas propostas.

Ideli é conhecida do público por ter tido papel relevante nos governos Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ela já foi senadora entre 2003 e 2011. A petista chegou a ser líder do partido no Senado.

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Ela também foi deputada estadual entre 1995 e 2003 e ocupou cargos de primeiro escalão do governo Dilma Rousseff (PT) a partir de 2011.

Segundo Ideli, sua chapa foi montada para dar espaço para mais regiões do estado. Se eleita, ela diz que está acertado para que sua primeira suplente, Mariluci Rosa, ex-vice-prefeita de Gaspar, e o segundo suplente, Ricardo Pelegrinello, de Caçador, assumam a cadeira por algum tempo.

Prioridades no mandato

Ideli diz que a prioridade “número zero” é acabar com o Teto de Gastos, que congelou os investimentos governamentais por 20 anos. Ela considera que essa paralisação é prejudicial para as áreas de saúde, educação, assistência social e segurança pública.

Para ela, o país passa por um processo de “desinvestimento” que leva ao “desemprego galopante”, por isso, é preciso investir para o Brasil crescer.

“Chegando ao Senado, [vamos] acabar com o congelamento. Na Câmara já tem propostas da bancada do PT tramitando para acabar, mas no Senado não. Se não tiver nada, essa vai ser a prioridade: acabar com o congelamento para podermos voltar a ter investimento.”

Ideli considera que uma política de investimento forte estatal para expandir a economia nacional beneficiará, por tabela, Santa Catarina. Segundo ela, quando se paga melhor o trabalhador, “ele come melhor e se veste melhor”.

A petista avalia que Santa Catarina é muito forte no ramo têxtil, por isso, quanto mais consumidores comprando, melhor. O estado também é um dos mais relevantes na agropecuária, portanto, para ela, se o país come mais, as indústrias catarinenses vendem mais.

“Se o país cresce, não tem como Santa Catarina ir mal. Então, é muito importante ajudarmos Fernando Haddad [candidato a presidente] a retomar o círculo vicioso: investe, produz, cria oportunidades e vai ampliando as pessoas que contribuem com a economia.”

A imagem do PT e o cenário estadual

Ideli diz que o partido tentou coligar-se com outras legendas em Santa Catarina. Segundo ela, houve conversas com o PDT e com o PCdoB, que acabaram optando pelo PSD de Gelson Merísio.

“Estão com problema, porque muitos não fazem campanha para o Merisio. No caso do PCdoB, nacionalmente, estamos coligados. Mas a base do PCdoB e do PDT vieram todos, praticamente”, comenta.

Com relação à imagem ruim do PT perante o eleitorado, devido aos escândalos de corrupção e à prisão do ex-presidente Lula, Ideli contesta que exista aversão à legenda. Segundo ela, uma pesquisa Datafolha mostra que o PT tem um dos maiores índices de preferência partidária de sua história.

A petista afirma que o “legado de Lula” fala mais alto do que os escândalos. “As pessoas estão com saudades do PT. Muita gente não lembra da época do Fernando Henrique, que não tinha emprego nem desenvolvimento e o Brasil vivia com o pires na mão no Fundo Monetário Internacional para não quebrar.”

A candidata diz que as pessoas lembram de “três ou quatro anos atrás, quando tinha emprego, remédio gratuito na farmácia, projeto habitacional”. Segundo ela, é por isso que Décio Lima, que concorre ao governo do estado pelo PT, está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos.

Cenário nacional e a possível eleição de Bolsonaro

Ideli tem o discurso de que Fernando Haddad será eleito presidente. Questionada como seria sua atuação se, por exemplo, Jair Bolsonaro (PSL) fosse eleito, ela nem considera essa possibilidade.

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“Não consigo crer que a população brasileira cometa o mesmo erro, crime, que a população alemã cometeu. O Hitler não foi colocado lá por golpe, ele foi eleito pela população alemã”, diz.

A petista é uma das duas únicas mulheres que concorre ao Senado por Santa Catarina. Ela afirma o candidato do PSL – principal foco do movimento antipetismo – é contrário às mulheres.

“Como uma mulher pode defender um candidato a presidente que diz que a mulher tem que ganhar menos porque engravida, que diz ‘eu não vou te estuprar porque você é feia’? Ou o vice diz que a casa que a mãe ou a avó cuida da família é ninho de desajustados?”.