Candidato Paulo Eccel (PT) apresenta propostas para governar Brusque

Confira o resumo da entrevista com o candidato a prefeito da cidade

Candidato Paulo Eccel (PT) apresenta propostas para governar Brusque

Confira o resumo da entrevista com o candidato a prefeito da cidade

Idade: 55 anos
Naturalidade: Brusque
Profissão: Professor e advogado
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 13

Paulo Eccel (PT) é professor universitário no curso de Direito do Centro Universitário de Brusque (Unifebe) e foi deputado estadual de 2003 a 2006 e prefeito eleito de Brusque em 2008, sendo reeleito nas eleições municipais de 2012.

Nas eleições de 2018, obteve a segunda suplência de deputado estadual, assumindo o mandato por 45 dias em 2020.

Se preferir, ouça a entrevista no podcast do jornal O Município no player abaixo

Durante a entrevista, Eccel lembrou de feitos de suas administrações e apresentou propostas para saúde, educação, mobilidade urbana, entre outras.

Assista entrevista na íntegra

Confira os principais trechos.

Na última eleição, em 2018, Brusque teve uma votação em massa para o presidente Bolsonaro, com quase 87% dos votos válidos, seis anos depois de eleger você, um representante da esquerda como prefeito. O que você acha que causou essa mudança tão grande de panorama e como você acredita que pode mudar isso?

Cada eleição tem um cenário específico. A partir de 2013, iniciou-se no Brasil toda uma movimentação que levou a população às ruas, buscando reivindicações. Houve também, no meu ponto de vista, a desconstrução e da criminalização da política, procurando torná-la fácil. E política não é fácil. Tentou-se simplificar a política. Em 2018, a população foi às urnas em uma eleição que rolou basicamente pelas redes sociais. Em 2020, temos um outro momento. Estive nas ruas em 2018, e posso garantir que, neste momento, aquela polarização, aquela postura forte de ódio, reduziu significativamente.


Seu programa de governo fala muito em adaptar o atendimento de saúde nos bairros de acordo com demandas locais. Quais demandas identifica como essenciais na saúde?

A saúde é o problema número um nesse momento na cidade. Cada visita que a gente realiza nos bairros, impossível não retornar para casa com alguma queixa da população na saúde. A grande reclamação é em relação ao atendimento, a demora, tanto por parte das UBSs, quando do hospital Azambuja. Nossa proposta para minimizar o problema é, primeiro, ter uma atenção especial aos nossos servidores. Eles vivem em constante contato com pessoas que estão sofrendo, que buscam uma solução imediata e, quando não consegue, o usuário muitas vezes é hostil com o atendimento. Imagina atender 50 pessoas por dia, todo dia. Temos muito claro que precisamos cuidar da saúde emocional e da qualidade do atendimento, para que possa cuidar do usuário.

Também tornar nossas UBSs mais resolutivas, a fim de que grande parte dos problemas se resolvam na comunidade, evitando que esse usuário tenha que se deslocar até o hospital de Azambuja. Qualificação do atendimento, busca de ampliação dos horário e instalação da Unidade de Pronto Atendimento no Santa Terezinha.


Em relação à infraestrutura, seu plano de governo fala em viabilizar o Anel Viário de Integração. O que seria essa obra, qual a importância e como você pretendem financiar a construção desse anel?

Esse anel viário é resultado de um grande movimento que foi realizado durante nosso governo com a sociedade e associação empresarial. Existia um movimento chamado Brusque 2040, que apresentou as propostas dos estudos feitos na cidade, e depois realizamos um congresso da cidade com um planejamento até 2030. Esse é um anel de 50 quilômetros, que vai ligar a rodovia Ivo Silveira, com a Antônio Heil, na Área Industrial na Limeira, na Gentil Archer e com a rodovia que leva a Blumenau, fazendo com que o tráfego pesado não tenha que passar pela cidade.

Em 2012, assumimos compromissos com a população de construir os primeiros 15 quilômetros, ligando a Ivo Silveira até a Limeira, com a construção de uma nova via. Havíamos conseguido um financiamento internacional, com juros subsidiados, mas precisávamos da aprovação da Câmara e, pasmem, a Câmara rejeitou. Temos o projeto pronto e estamos insistindo. Não é um pleito meu, é da cidade.


Uma das propostas é incentivar a implantação de VLTs, que são veículos leves sobre trilhos, semelhantes a metrôs, e os BRTs, que são faixas específicas para ônibus circularem. Como viabilizar essa proposta?

É uma proposta ousada, mas inspirada naquilo que o mundo faz. Por que Brusque não pode fazer? Dizem que isso não funciona porque Brusque não foi uma cidade planejada, mas o mundo não foi todo planejado. Não há outro jeito para mobilidade a não ser o investimento em transporte coletivo. Os ônibus de Brusque atualmente são demorados, é muito mais rápido ir de bicicleta, carro ou moto para chegar no local de trabalho. A prefeitura logicamente não tem recurso para o VLT, mas nosso plano de governo diz que vamos em buscar de investimentos e parcerias. Os corredores exclusivos para ônibus. Vamos fazer uma experiência. Se não funcionar, beleza. Agora, se o mundo aponta esses caminhos, por que a gente insiste em manter os braços cruzados?


Quais suas propostas para o Samae?

Estamos vivendo uma crise como nunca vivida na nossa cidade em relação à água. O Samae, infelizmente, por má gestão, não se organizou para o que está por vir. Tomara que a gente tenha um período de chuvas. 

Queremos fortalecer nossa parceria com o clima com o governo alemão, porque temos que seguir fazendo os estudos prevendo crises hídricas e alternativas para enchentes. Temos ainda muitas redes de amianto, que estouram constantemente. Precisamos finalizar a substituição dessa tubulação. Prevemos criar duas estações de tratamento, a conclusão, ou basicamente a construção, da ETA da Cristalina, tão alardeada. Quem vai lá, vê só um amontoado de tubos neste momento, e mais dois reservatórios. Queremos fortalecer o Samae. Vai ser nossa grande empresa pública de saneamento da cidade. Não vai cuidar apenas de água, vai fiscalizar o lixo e o esgoto sanitário, que queremos implanta também.


Você pretende levar adiante o processo iniciado na atual gestão para tratamento de esgoto por meio da iniciativa privada? Esse é o melhor modelo?

Não há outra alternativa. Não digo que vamos dar seguimento a esse processo burocrático tão nebuloso que está acontecendo neste momento, mas não há recurso a fundo perdido disponível para implantação de esgoto sanitário. Estávamos em tratativas em 2015, quando nosso governo foi interrompido, e não posso admitir que nosso rio continue sendo a nossa fossa. Isto com certeza influencia nossos índices de saúde. Tem estudos inclusive para transformar o rio um local de utilização para lazer, esportes e turismo, mas quero que seja possível quando o rio estiver despoluído.


No momento, passa de mil crianças esperando uma vaga nas creches em Brusque. Como pretende diminuir esse déficit de vagas caso seja eleito?

Como fizemos entre 2009 e março de 2015, construindo creches. Temos uma creche que foi iniciada no meu governo, no Rio Branco, que até hoje não foi entregue. Alugamos diversos espaços para implantação de creches, construímos outras, adaptamos espaços escolares, e tenho assumido compromisso especial com os centros comerciais da Ivo Silveira. Lá, temos milhares de famílias trabalhando nos três centros, e tivemos experiências exitosas com as creches da FIP e dos Irmãos Fischer. As empresas adequaram espaços físicos e a prefeitura entrou com o aspecto pedagógico, fazendo funcionar creches nesses locais. Onde houver necessidade, vamos construir ou alugar espaços.


Você propõe a criação de moradias populares em parceria com governos estadual e federal. Qual modelo acredita ser o mais eficiente? Concorda com o modelo de conjuntos habitacionais em prédios?

Não houve alternativa naquele instante, quando construímos o maior conjunto habitacional da história da cidade. Naquele momento, optamos pela verticalização porque não tínhamos área suficiente para construir tantas moradias. Só do Minha Casa, Minha Vida e no Sesquicentenário, foram quase 700 apartamentos, apenas em dois dos três empreendimentos.

O que tínhamos definido, mas por uma ação da Câmara, perdemos mil moradias no Minha Casa, Minha Vida, porque a Câmara rejeitou (final de 2014 ou 2015) fazer a desafetação de diversas áreas públicas para construção de blocos de moradias populares. Aprendemos que, quanto mais pessoas em um lugar, maior a possibilidade de conflitos, e você tem que levar uma estrutura de serviço públicos para a região. Localizamos, na época, 12 áreas para construir essas mil moradias em regiões diferentes, mas não foi aprovado. A gente aprendeu com aquele movimento que a gente desenvolveu. O ideal é que essas construções sejam o mais espaçadas possível, mas não há dúvida que a verticalização, no momento atual, a melhor alternativa.


Seu governo realizou a implantação de ciclofaixas e ciclovias pela cidade, que sofreram críticas por parte do empresariado. Você pretende ampliar o espaço para elas?

Com certeza. Desde que eu deixei a prefeitura, não foi construído mais um metro de ciclofaixa na cidade. Normalmente, onde há adoção (das ciclofaixas), há esse conflito inicial. É um novo modal, uma outra alternativa, para fugir do carro, ter um planeta mais sustentável, pessoas mais saudáveis e, muitas vezes, possam chegar mais rapidamente nas suas casas. Vamos sensibilizar a população, existe uma reivindicação muito forte neste sentido.


 

Qual a situação da creche no Rio Branco?

Segundo a secretária de Educação de Brusque, Eliani Buemo, a obra da creche do bairro Rio Branco está pronta, e matrículas serão abertas para o local em 2021. Ela afirma que o mobiliário está parcialmente comprado, e o que faltou está em processo de licitação, assim como os eletrodomésticos e os brinquedos.


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