Casa Rothermel: Mesmo com modificações, construção perdura há mais de 90 anos
Família mantém imóvel no bairro Guabiruba Sul, com reformas ao longo das décadas
Rodeada por muitas flores, a residência foi construída há cerca de 90 anos por Jacob e Maria Cristina Rothermel. Eles vieram da Alemanha e, inicialmente, moravam em uma moradia pequena de madeira. Mais tarde, começaram a fazer a casa enxaimel que existe até hoje.
Dona Sibila mora na casa com a filha, Irineia. Ela passou a viver ali em 1952, quando casou-se com Alois Rothermel, um dos seis filhos de Jacob e Maria. A família sempre viveu da agricultura. Tudo o que produziam era consumido por eles.
Alois, o marido de Sibila, era carpinteiro e, de bicicleta, andava muitos quilômetros diariamente para trabalhar. Já Sibila ficava em casa para cuidar da roça e ajudar o sogro no plantio de arroz, aipim e também cuidar dos animais.
Ao longo dos seus 90 anos, a casa sofreu várias modificações, principalmente internas. O sótão, onde originalmente havia dois quartos grandes, não existe mais. “Abaixamos porque era muito alto e dava muito serviço”, diz.
Quando construída, a casa contava com um quarto na parte inferior, uma sala e uma cozinha. Depois da desativação do sótão, outro quarto foi feito onde antes era a cozinha. A casa também tem duas salas. Uma grande e outra menor. A varanda, onde a família gosta de se reunir, é original.
Na casa, também foi feito um puxadinho de madeira onde era a cozinha. Em 2014, a área foi demolida e reconstruída em alvenaria. Antigamente, as paredes internas da casa também eram de tijolos à vista, assim como as externas. Entretanto, foram rebocadas.
Na parte enxaimel, o assoalho é o original. As telhas também são as mesmas, apenas os sarrafos foram substituídos. Dona Sibila conta que a casa foi construída usando somente areia e barro. O material utilizado era da própria região. “Lembro que falavam sempre que um homem de sobrenome Schlindwein construiu a casa junto com Helmuth Mannrich”.
Dentre as principais lembranças, dona Sibila recorda sempre do sogro com a enxada na mão, trabalhando e ela ao lado, ajudando. “No começo eu não gostava muito de morar aqui, mas depois me acostumei. Hoje não saio por nada. Aqui é a minha casa”, diz.
Mesmo já não tendo todas as características originais, a casinha da Guabiruba Sul encanta a todos, principalmente pela delicadeza do jardim sempre florido, contrastando com os tijolinhos que estão ali há 90 anos.
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