Casa Schäfer: Após 130 anos, residência enxaimel na Pomerânia dará lugar a uma nova construção
Residência construída por Carlos e Catarina Schäfer começou a ser demolida em abril
Francisco Joel Suavi, 53 anos, é o caçula dos dez filhos de Vendelino e Hildegard e herdou a propriedade que foi construída por seus avós maternos: Carlos e Catarina Schäfer, em torno de 1885.
A casa, que está sendo demolida, foi moradia para os avós, para os pais e também para o próprio Francisco, que nasceu e cresceu ali.
Quando a reportagem visitou o local, a residência enxaimel estava em fase inicial de demolição. Por dentro, as paredes já não existiam mais, e toda a fiação elétrica já estava solta. Luz, apenas a do sol, que entrava pelas frestas das janelas venezianas.
O forro também já não existia, e de dentro a casa era possível visualizar as grandes madeiras que sustentavam as telhas.
O assoalho de madeira era o original, com tábuas largas e escuras. Portas e janelas também se mantinham fiel à época da construção, a não ser pelas venezianas que foram colocadas anos depois.
Francisco conta que a casa sempre foi grande, diferente dos demais modelos enxaimel. Uma parte dela já havia sido demolida há mais de 30 anos.
“Eu fiquei para cuidar deles, então, quando fui casar, disse para o meu pai que eu ficaria aqui, mas teria a minha casa e eles a deles, porque tudo junto não dá certo. Então, antes de casar construí a minha casa aqui do lado. Para isso, tive que arrancar um pedaço da casa antiga”.
De acordo com ele, antigamente a construção enxaimel tinha quatro cômodos. “Era grande, se não me engano tinha 9 por 15 metros quadrados”.
Francisco lembra que, quando era criança, jogava bola no pasto que tinha em frente à casa. A família também gostava de sentar na varanda para apreciar a vista que, com o passar dos anos, foi mudando.
“Vivi minha vida toda nela, eu e meus irmãos fomos todos criados na lavoura. O pai plantava arroz, milho, aipim, batata doce, tinha porco e vaca de leite. A maioria das coisas era para consumo, só o arroz e o aipim que o pai vendia para fazer renda para o ano todo”.
Foram muitas lembranças vividas por Francisco e seus nove irmãos ali na ruazinha do bairro Pomerânia. A vontade dele era preservar a casa que foi de seus avós, porém, o alto custo acabou inviabilizando o sonho. A casa foi passada para seu filho mais velho que decidiu demolir e ocupar o espaço com outro estilo.
“Há alguns anos chamei um homem para ver quanto ficaria para reformar, mas era muito caro, não dava. Ainda se a prefeitura ajudasse alguma coisa, se tivesse como patrimônio histórico ainda poderia talvez, mas não se interessam. Agora vai ficar só as lembranças”.
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