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Casa Scharf: Residência é o ponto de encontro da família Scharf para o tradicional café da tarde aos domingos

Construída para a família de João Scharf Júnior, imóvel está localizado no Aymoré

Aos domingos, a bela casa enxaimel da rua Prefeito Carlos Boos, no bairro Aymoré, se enche de vida. Tradicionalmente neste dia, a família Scharf se reúne ali para conversar e tomar o café da tarde.

A varanda é o cantinho preferido de todos. “Se passar aqui no domingo quando não bate muito sol, estamos todos aqui na varanda conversando”, diz Waltrudes Scharf, que mora com o irmão Albino no local.

Waltrudes, Olívia e Marino têm orgulho da casa da família | Foto: Bárbara Sales

A família tem na casa um símbolo de união e também muitas lembranças. Construída entre 1940 e 1945 por Jacob Schmitt a pedido de João Scharf Júnior, a casa abrigou toda a família que a manteve preservada e assim deve continuar fazendo por muitos anos.

Alguns filhos de João e Sophia Scharf já eram nascidos quando a casa começou a ser construída e foi finalizada. Ao todo, o casal teve dez filhos e todos moraram no local. Alguns por mais tempo, outros por menos, mas o amor pela casa construída pela família com o suor de muito trabalho, sem dúvida, é igual para todos.

A casa é a única do estilo que restou nos arredores da rua principal do bairro Aymoré. Na área enxaimel, estão uma sala e dois quartos. Atrás, um puxadinho de madeira foi construído logo depois, onde ficava a cozinha.

Nos anos 1970, o puxadinho foi desmontado e reconstruído maior em alvenaria. Hoje, a área conta com cozinha, dois quartos, banheiro e lavanderia.

Em 1980, o telhado foi reformado. Outras várias reformas aconteceram ao longo desses mais de 70 anos da casinha enxaimel. “Ela foi sendo reformada para poder se manter, principalmente por causa das madeiras. Mas tentamos fazer sempre o máximo possível para manter as características dela”, conta Marino Debatin, um dos netos de João e Sophia Scharf.

Assoalho da casa é o original | Foto: Bárbara Sales

A reforma mais recente aconteceu no início deste ano. O cantinho favorito da família foi que recebeu reparos, já que as madeiras do espaço estavam apodrecendo. Toda a varanda foi refeita. “O aspecto é o mesmo, mas foi trocada a madeira. Forros, caibros e sarrafos estavam podres, então quando vinha trovoada levantava as telhas. Para não perder tudo, fizemos a reforma”, diz Marino.

O assoalho, portas e janelas permanecem originais. A escada para o sótão também ainda existe, escondida no corredor que divide a parte enxaimel da ampliação em alvenaria.

Varanda foi reformada no início deste ano | Foto: Bárbara Sales

A família é de origem bastante humilde. Waltrudes conta que viviam apenas com o necessário. Os pais trabalhavam na lavoura e os filhos sempre ajudaram. “Tinha só para comer. Comprava o que era necessário: café, açúcar, trigo, não era igual hoje. Lembro que um ano vendemos 21 toneladas de aipim, a maioria carregada por nós no braço para trocar por outras coisas”.

Por terem vivido tempos difíceis, os irmãos que ainda estão vivos veem na casa algo de grande significado, por isso, fazem questão de reunir toda a família ali. “Almoço de Páscoa, de Natal, tudo é feito aqui. Fomos criados assim, aqui nos sentimos bem”, diz Marino.

Apesar de todas as mudanças de Guabiruba nesses mais de 70 anos e das muitas que ainda virão, uma coisa é certa: a casa da família Scharf estará ali, embelezando o bairro Aymoré.



Você está lendo: Casa Scharf


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