Estrutura começou a ser idealizada meses antes do evento, em Guabiruba; na 24ª edição, a equipe de cenografia é composta por 13 pessoas
Por Luiz Antonello
Considerado um dos maiores espetáculos a céu aberto do Sul do país, o Paixão e Morte de Um Homem Livre, em Guabiruba, já começa grandioso no cenário. Apenas o palco, que fica no pátio da igreja São Cristóvão, no Aymoré, tem cerca de 600 metros quadrados de área.
Na 24ª edição, que ocorre nesta quinta e sexta-feira, 28 e 29, toda a estrutura foi projetada e construída por uma equipe composta por 13 pessoas. Eles também tiveram o apoio de outros voluntários.
Fazem parte do grupo de cenografia Marina Carminatti Zen; Carla Cristine Baron Fischer; Rafael Mattioli; Méroli Habitzreuter; Guilherme Zen; Vagner José Valentim; Denise Nienov; Elenice Nienov Dietrich; Luís Antônio Dietrich; Carla Schlindwein; José Carlos de Souza; Amanda Vieira; Ederson Baron; e Ellen C. Puhler.
Segundo Marina, que coordena o grupo junto de Elenice, a idealização de todo o cenário começou meses antes do teatro. Portanto, o que será visto nesta edição foi desenhado entre julho e agosto de 2023. “Começamos um pouco atrasados, normalmente já iniciamos em janeiro do ano anterior à apresentação”, diz.
Na idealização do projeto, a equipe precisa considerar a troca de cenários entre uma cena e outra. Ou seja, em um mesmo palco é feita a caracterização de outro ambiente.
Assim, do projeto à construção, o trabalho é minucioso e feito em muitas mãos. “Temos que entender algumas limitações que nosso espaço tem, que é a largura do ambiente. Além disso, temos algumas coisas que já testamos ao longo dos anos e que não podemos repetir, como quebrar o ângulo do palco. Em cima do roteiro, conversamos com o diretor e tentamos entender todas as cenas e as fusões dos palcos para cada uma delas”, explica Marina.
A voluntária salienta que, a cada peça, todo o palco de madeira é construído do zero. “Sempre buscamos novas referências, outras cores. A cruz a gente reaproveita”, diz, em meio a uma risada. “Não tem o que inventar em relação à cruz, mas os cenários sempre são diferentes. Buscamos mudar um pouquinho, para também trazer coisas inéditas e surpreender o público”, diz.
Apesar de ser idealizado e construído pelos voluntários, o projeto fica a cargo de uma empresa terceirizada. “Um profissional coloca no papel aquilo que a gente passa. Precisamos ter os alvarás e tudo isso é feito por um profissional capacitado”, pontua.
Após ter o projeto pronto e os materiais, o trabalho de construção tradicionalmente começa sempre em janeiro, mais de dois meses antes da apresentação. “No entanto, elementos de cenário começaram a ser construídos em outubro do ano passado. São peças que compõem a cena, que não dependem da construção por uma empresa para isso, como um trono. São criadas muitas coisas novas a cada edição”, completa.
A grandiosidade do espetáculo não para por aí. A atração, promovida pela Associação Artístico e Cultural São Pedro (AACSP), conta com 514 voluntários, sendo 392 atores e atrizes e 122 integrantes da equipe técnica. Desde fevereiro, todos eles se dedicam aos ensaios a cada domingo.
Marina é voluntária desde criança. “Desde que eu me lembro como gente e, por muitos anos, fiz parte como atriz. Porém, na equipe técnica, trabalho há mais de 20 anos. Passei por outros setores, como figurino e direção, e nos últimos anos ajudo no cenário”, relata.
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Ela destaca a importância de cada grupo dos diferentes setores dos bastidores, do cenário à equipe que dá apoio nos dias do espetáculo, na recepção do público e na organização das cadeiras. Contudo, todo o trabalho é recompensado. “É ótimo estar aqui, a energia é incrível. Não importa o que você faça, é muito gratificante trabalhar no Paixão”, comenta.
“Enquanto o espetáculo não acaba, a adrenalina não passa. Mas quando começa a música de encerramento é uma emoção que não tem descrição. É toda uma pressão e, naquela hora, tudo faz sentido, vale a pena e entendemos o porquê de tudo. Gratificante não é uma palavra suficiente para descrever”, finaliza.
A AACSP informa ainda que os ingressos para a apresentação de sexta-feira, 29, estão esgotados. Entretanto, ainda há ingressos disponíveis para a apresentação de quinta-feira, 28, às 20h30.
Os interessados podem adquirir pelo aplicativo Pedidos 10 ou nos pontos de venda: Loja Wj (Brusque), Mercado Carol (Guabiruba), Mercado Kohler (Guabiruba) e na secretaria da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Neste ano, todos os ingressos estão sendo vendidos pelo único valor de R$ 20 e, nos pontos fixos, o pagamento é somente em dinheiro.
Além disso, a compra dos ingressos pode ser feita de forma on-line, ampliando ainda mais a oportunidade para que pessoas de outras cidades possam prestigiar o evento. Para a aquisição de forma on-line, basta baixar e acessar o aplicativo da Pedidos 10. Na plataforma, os ingressos são vendidos a R$ 22 (R$ 20 + taxa de serviço). A partir da compra on-line, é gerado um QR Code, que é enviado ao comprador por e-mail ou disponibilizado no próprio aplicativo. Nos dias das apresentações, tanto na quinta, quanto na sexta-feira, ao chegar ao evento, é indispensável a apresentação do QR Code, seja pelo celular, ou de forma impressa.
No dia 28 de março, o espetáculo Paixão e Morte de Um Homem Livre inicia às 20h30, e no dia 29, às 19h30. A 24ª edição é uma realização da AACSP, com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, com patrocínio de Havan, Stock Archer, Kohler & Cia, Guabifios e Hipertêxtil, e patrocínio da Prefeitura de Guabiruba por meio da Fundação Cultural. Mais informações a respeito da programação, acesse: www.aacsp.com.br ou no Instagram @aacspguabiruba.
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