Cerca de 400 crianças estão na fila de espera para vaga nas creches de Brusque
Gleusa Fischer, ex secretária de educação, afirma que redução foi possível com a implantação do Fila Única
Gleusa Fischer, ex secretária de educação, afirma que redução foi possível com a implantação do Fila Única
A nova gestão vai assumir a Prefeitura de Brusque com uma fila de 400 crianças a espera de vagas na educação infantil do município. O número pode ser considerado alto para os pais que ainda não garantiram a vaga para os filhos, no entanto, é a fila com o menor número de crianças dos últimos anos.
Essa redução da lista de espera só foi possível com a implantação do programa Fila Única, diz Gleusa Fischer, que até amanhã ocupa o cargo de Secretária de Educação.
A fila, que ultrapassava mil crianças, caiu mais que a metade com o maior controle e o acompanhamento direto dos pais em cada vaga disponível no município.
“Em setembro, quando iniciamos a fila única, tínhamos uma demanda de em torno de 1,3 mil crianças e, ao se instituir, foi se percebendo que muitas crianças tinham pré- matrícula em mais de um estabelecimento. Era um número que não era a realidade”, diz.
A secretária considera a criação do programa Fila Única um dos maiores feitos de sua gestão à frente da pasta. “Foi, sem dúvida nenhuma, um grande avanço. Em março de 2015, quando saímos para a gestão interina assumir, já tínhamos a ideia de implantar a fila única. Quando retornamos neste ano, esse era o nosso foco e conseguimos rapidamente instituir e hoje é uma realidade”.
Além da instituição do programa, Gleusa destaca também a criação de quase 300 vagas nos últimos seis meses para a redução da fila de espera. “Inauguramos a creche no antigo Senac, com mais 200 novas vagas na educação infantil. Concluímos também a adequação de um espaço alugado para ampliar a creche de Dom Joaquim, com mais 60 vagas, e também inauguramos o Pró-Infância da Santa Luzia, com mais 40 vagas”.
Gleusa diz que o próximo governo receberá a situação da educação infantil no município controlada. “Isso é uma tranquilidade para o próximo governo porque com as obras que estão em andamento, talvez já se consiga atender essa demanda em 2017”.
Balanço de sua gestão
Durante entrevista ao Município Dia a Dia, Gleusa aproveitou para fazer um balanço do período que esteve à frente da Secretaria de Educação: de 2009 até março de 2015, e de junho de 2016 até 31 de dezembro.
Pró-infância do Rio Branco
A obra do Pró-infância do bairro Rio Branco foi iniciada ainda no primeiro mandato de Paulo Eccel, mas devido a problemas com as empresas executoras, foi paralisada diversas vezes. Gleusa diz que agora o espaço está em fase de acabamento e poderá ser inaugurado em 2017. “A cada troca de governo, a pessoa que entra tem suas prioridades e deixa de lado algumas coisas. Quando retornei para a secretaria, o meu objetivo era retomar o planejamento que foi deixado em 2015, mas isso tudo implica em recursos. Infelizmente, esta obra não foi possível concluir porque os recursos acabaram, por vontade do outro governo, sendo deslocados para outras áreas. A obra já está cercada, falta a construção da caixa d’água, já foi feita a medição e agora é aguardar a liberação do governo federal para concluí-la”.
Valorização do profissional
Durante a sua gestão, Gleusa destaca alguns pontos que foram prioritários. A valorização dos professores foi um deles. Já em 2009 foi realizado concurso público com diversas vagas para professores, professores de educação especial e coordenadores pedagógicos, o que a seu ver, melhorou o nível da educação no município. A secretária também ressalta o incentivo à formação continuada e o plano de carreira aprovado em 2009, além do piso salarial municipal, superior ao piso nacional do magistério.
Gestão democrática
Dentro da ideia de gestão democrática implantada na secretaria, Gleusa ressalta a escolha dos diretores por meio de eleição direta, que ocorreu em 2011 e 2013. “Deveria ter acontecido novamente no fim de 2015, mas por uma decisão do governo interino, não teve e nós, quando retornamos, nos deparamos com o período eleitoral municipal e por isso era preciso ter muito cuidado então decidimos não realizar”.
Gleusa também destaca a confecção do Plano Político Pedagógico (PPP) de cada escola, realizado em conjunto com toda a comunidade escolar e também a eleição dos Conselhos Escolares.
Infraestrutura
Na infraestrutura, Gleusa afirma que desde 2009, foram criados 16 Centros de Educação Infantil (CEI), além das reformas e ampliações nas unidades existentes. “Quando assumimos, em 2009, a cidade estava ainda se recuperando da enchente. Pegamos escolas sem a mínima condição de iniciar o ano letivo, e com muito trabalho e muita parceria conseguimos reformar muitas e dar espaços de qualidade aos nossos alunos”.
Gleusa diz ainda que neste período, todas as unidades que fazem parte da rede municipal foram equipadas e receberam material pedagógico.
Inclusão
Gleusa destaca a criação da diretoria de inclusão e diversidade dentro da secretaria. Em parceria com o governo federal, foram montadas 11 salas multifuncionais para os profissionais habilitados em educação especial trabalharem com o atendimento individual de cada aluno com dificuldade.
Para os alunos com dificuldade de locomoção, a secretaria criou a figura do monitor, que auxilia o estudante nas três necessidades básicas: locomoção, higiene e alimentação.
Transporte escolar
Em 2009, a secretaria de educação adquiriu nove ônibus com recursos próprios para dar início ao programa de transporte escolar no município. Até o ano passado, a prefeitura recebeu mais seis veículos, o que totaliza uma frota de 15 ônibus exclusivos para o transporte de estudantes. “Poucas cidades têm o transporte tão incluso e conseguem atender a demanda da rede estadual e municipal”, diz.
Segundo ela, são transportados diariamente 2.800 alunos, outros 640 são transportados para atividades extracurriculares. “Se não tivéssemos a frota própria, nossos alunos e também a rede estadual não teria como fazer atividades fora da escola. É um grande ganho”.
Alimentação escolar
Gleusa também destaca a qualidade da alimentação oferecida nas escolas. “Desde 2010 é lei e fazemos parte da agricultura familiar. 30% dos recursos da alimentação escolar precisam ser aplicados na agricultura familiar, então através de licitação, nós trouxemos dentro do programa de alimentação, o peixe. Hoje é servido tilápia para as crianças”.
A alimentação escolar foi premiada em 2013 com o prêmio Gestor Eficiente da Alimentação Escolar. “Nós passamos da merenda, para um programa de educação alimentar. Em 2008, era oferecida uma diversidade de 22 itens não perecíveis para os alunos, em 2016, passamos para 48. O mesmo com os hortifrutigranjeiros, de uma variedade de nove produtos, passamos para 26 neste ano”.