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Cérebro e coração

São duas realidades distintas pertencentes à anatomia humana. Todavia, podem ser vistos sob outros ângulos: da Psicologia e também da Cultura. Deixam de ser, apenas, uma realidade fisiológica e se transformam em uma realidade simbólica. O coração passa a ser, na grande maioria das Sociedades e Culturas, símbolo da vida afetiva (amizade, amor…). Já o […]

São duas realidades distintas pertencentes à anatomia humana. Todavia, podem ser vistos sob outros ângulos: da Psicologia e também da Cultura. Deixam de ser, apenas, uma realidade fisiológica e se transformam em uma realidade simbólica. O coração passa a ser, na grande maioria das Sociedades e Culturas, símbolo da vida afetiva (amizade, amor…). Já o cérebro, nas Culturas, é tido como símbolo da vida racional (reflexão, lógica…). Entre nós também é assim.

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Na minha observação, em minha vida profissional (como professor) e na vida ministerial (como presbítero católico), com frequência me tem chamado à atenção os problemas das pessoas, em seus relacionamentos, entre a vida afetiva e a vida racional. Portanto, entre o coração e o cérebro. É interessante que a grande maioria não consegue perceber essa relação. Procuram as causas em outros âmbitos. Na verdade, tudo está na carência de uma educação para um diálogo entre coração e cérebro.

Todavia, para que esse diálogo possa existir de forma sincera e autêntica, supõe-se uma vida afetiva madura e um cérebro, habituado à reflexão e às escolhas, fundadas em critérios sólidos. A imaturidade afetiva pode estar presente em homens e mulheres, em jovens e adultos, em intelectuais ou em pessoas iletradas. Não tem categoria de pessoas isentas dessa possibilidade de não conseguir controlar os ímpetos da afetividade, deixando-se conduzir pura e simplesmente pelo coração. Tudo é decidido pela afetividade, pelo coração. Pensa-se, decide-se, age-se com o coração. Tal pessoa dá impressão que é surda aos apelos da razão. Muitas vezes fecha-se a possibilidade da escuta da voz do bom senso, da razão. O cérebro é ignorado. Não tem vez nem voz. É silenciado por uma afetividade imatura, gerando escolhas e decisões que, quase sempre, comprometem o rumo e o próprio sentido do existir humano.

Pouco resultado também acontece, com as falas de pessoas amigas e até de profissionais que lhes oferecem “pistas” para aclarar a situação. Nada demove um coração que assume o controle de uma vida afetiva imatura. É pura ditadura, sem chance para o cérebro. Torna-se um instrumento inútil, na condução da vida e das escolhas e decisões. O coração se sobrepõe ao cérebro. O cérebro deixa de ser o piloto nos caminhos da vida. Nessa situação, tudo é possível, até aquilo que aparentemente parece impossível, inclusive, comportamentos recheados de irracionalidades.

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Na Antropologia Cristã, afirma-se que o ser humano foi criado com inteligência, vontade e sentimentos. Cabe ao cérebro a função de conduzir o existir humano. Claro, não como ditador absoluto. Mas, em diálogo e comunicação permanente com a vontade e os sentimentos. Na busca do equilíbrio e a harmonia de todas as suas potencialidades, o ser humano jamais pode isolar o pensar (refletir), o querer e o sentir. Quando um desses “verbos” assume o controle absoluto do existir humano, instalam-se os desajustes, desequilíbrios, desentendimentos, descontroles…

A grande maioria dos problemas humanos, sobretudo, nos relacionamentos interpessoais e sociais tem sua raiz nessa educação carente na formação adequada para uma maturidade afetiva (educação do coração) e uma capacidade de reflexão (educação do cérebro), regida por princípios lógicos sólidos. Em nossas famílias e também em nossas escolas, nem sempre estão aptas a fornecer essa educação. Isso tem seu reflexo no âmbito da vida social como um todo.