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Cesta básica de Brusque tem seu maior preço nos últimos 12 meses

Valor médio do conjunto de alimentos no primeiro semestre de 2018 é R$ 370,12

Em junho, a cesta básica em Brusque registrou alta de 3,74% em relação a maio e chegou a R$ 382,86. É a variação mais expressiva desde abril de 2017, quando a alta de 4,62% levou o preço do conjunto a R$ 398,42. Desta forma, o mês de junho foi encerrado com a cesta custando 43,62% do salário mínimo nacional vigente (R$ 954). Os números são obtidos através de estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No caso de 2018, a cesta básica começou valendo em média R$ 369,19, o maior valor desde agosto de 2017. Em maio, praticamente se manteve, com R$ 369,07, e então houve o registro da alta mensal de 3,74%. No período dos seis primeiros meses do ano, a média é de R$ 370,12.

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Nas comparações com as capitais do país, Brusque tem uma cesta básica mais cara do que 17 capitais, entre elas Campo Grande, Belo Horizonte, Manaus, Salvador e Recife. A que mais se assemelha é a de Belém, custando R$ 1,21 a menos.

Os itens que mais pesaram foram, como de costume, a carne e o pão, valendo 40,80% e 14,59%, respectivamente, do total da cesta em junho. Geralmente, a carne custa entre 35% e 40% da cesta básica. O pão, alimento essencial, possui matéria-prima importada no Brasil, potencializando sua parcela no valor do conjunto. Os alimentos com maior aumento de custo entre maio e junho foram a batata (43,59%) e a farinha de trigo (18,89%).

Para o economista e professor da Uniasselvi, Arílson Fagundes, as paralisações dos caminhoneiros realizadas em maio foram fator determinante para que os preços aumentassem tanto no fim do semestre. “Havia demanda sem haver oferta. Se a paralisação dos caminhoneiros durasse mais duas semanas, com certeza, as consequências seriam bem piores. Houve poucos ganhos a essa categoria. Ficaram sim, os prejuízos do campo, dos atravessadores e dos supermercados. Prejuízos esses que não será o governo que irá pagar, será o consumidor final”, avalia.

As altas da batata e da farinha de trigo são vistas como resquícios da paralisação dos caminhoneiros pelo economista. Ele explica que para qualquer produção com o uso do trigo, as empresas precisam comprar o cereal no mercado internacional, que é cotado em dólar. “A moeda vem escalando para os R$ 4, isto pressiona muito o preço do produto. No caso da batata, as paralisações, o fato de ser perecível, as diferenças das safras de batatas e problemas climáticos são os fatores.”

O economista José Álvaro Cardoso afirma que uma das principais causas do custo alto e constante dos alimentos em Brusque em relação às principais cidades do Brasil é a escassez nas opções de ofertas. Desta forma, os preços ficam acomodados devido à ausência de concorrência e competitividade entre os vendedores.

Na média dos seis primeiros meses de 2018, o salário mínimo ideal para comprar a cesta básica seria de R$ 3.731,65. Em junho, foi R$ 3.804,06, ou seja, a cesta básica ideal deveria, de acordo com os estudos, representar 10% do salário mínimo.

O cálculo é feito a partir da cesta básica mais cara do Brasil no mês, projetando para o consumo de uma família de quatro pessoas. Então, o cálculo final é feito a partir do peso da alimentação no custo de vida das famílias. O Dieese faz o cálculo baseado na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os relatórios do Dieese, o trabalhador brusquense que recebe salário mínimo precisou, em média, de 88h17 de trabalho para adquirir uma cesta básica. Seriam aproximadamente 11 dias de trabalho, em jornadas de 8h.

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Na avaliação de Fagundes, a cesta básica poderá continuar pesando na mesma proporção durante o segundo semestre. O arroz terá diminuição de oferta por causa de redução da área plantada. Feijão, carne, laticínios e derivados do trigo também estão com preços elevados.

“Com a alta destes itens, haverá mais pressão na inflação. Além disso, segundo o Ministério da Agricultura, há previsão de queda na safra de grãos em 2018: 10% menor que 2017. Os produtos que se manterão sendo os vilões desses aumentos, serão o arroz, que sofrerá redução da área plantada e, portanto, diminuição da oferta, feijão e carne, pães e dos derivados do trigo, e do leite.”