Chargista de O Município completa 10 anos de jornal e relembra trabalhos memoráveis

Além de charges, Ed produz ilustrações e já fez tirinhas para o jornal

Chargista de O Município completa 10 anos de jornal e relembra trabalhos memoráveis

Além de charges, Ed produz ilustrações e já fez tirinhas para o jornal

Ed Carlos Santana começa sua rotina na leitura de notícias. Desde cedo, vai semeando sua mente fértil com as informações do dia a dia, e lapidando conteúdo para produzir o que mais gosta: ilustrações. Com mais de duas décadas de trabalhos na área, Ed é responsável pelas charges do jornal O Município há dez anos, sendo o criador de personagens que acompanham o cotidiano brusquense, como o Kriga, da coluna Papo de Bar, e o Marreco, das páginas esportivas.

Além de charges, ele produz desenhos para ilustrar o conteúdo jornalístico do Município e também já fez tirinhas para o jornal. Com seu estúdio em Santos (SP), Ed Carlos faz charges para outros jornais catarinenses, como a Gazeta de São Bento do Sul e o Diário do Iguaçu, de Chapecó. No Município ele também chegou a produzir as tirinhas do Domingos.

Ele nunca visitou Brusque, mas confessa que, depois de tanto tempo acompanhando os acontecimentos da cidade, a vontade de conhecer o berço da fiação catarinense cresceu muito. “Não vejo a hora de visitar a cidade. O Município é um ambiente que me fez evoluir e crescer como chargista. Eu até comecei a torcer para o Brusque Futebol Clube. Hoje em dia gosto mais do Marreco do que do próprio Santos”.

O Marreco, aliás, foi uma de suas criações que evoluiu e caiu no gosto do público. A primeira vez que o personagem apareceu nas páginas do jornal foi em 2011, para o especial do Campeonato Catarinense. “Eu fiz baseado no símbolo da cidade, mas preferi deixá-lo mais moderno, arrojado, com aspecto de jogador de futebol”.

O mesmo ocorreu com o Kriga, personagem da coluna de Fernando Lauritzen que ilustra o jornal todas as sextas-feiras. “O Kriga já existia, mas só em texto, não tinha um corpo para as suas histórias. O Lauritzen me passou as características do personagem, eu criei e ele adorou”.

Primeiros rabiscos

Tirinha do Domingos, que também foi publicada em O Município

Ed Carlos nasceu em um ambiente propício para o desenho. Sua família sempre teve o talento com a ponta do lápis. “Meu irmão mais velho desenhava até melhor que eu”, diz o chargista. Mas foi ele o único que arriscou viver e encarar esta arte como uma carreira.
A tendência de gostar de desenhos cômicos e bem humorados veio das tirinhas e dos trabalhos da Disney. No início dos anos 1990, ele passou a esboçar suas primeiras tiras.

“Em 94, eu tinha 17 anos e ofereci meu trabalho para o Diário de Santos. Deu certo, comecei a publicar, mas na época era por puro prazer de desenhar, sem o intuito de que fosse uma carreira”.

Foi no início dos anos 2000 que a brincadeira passou a ser levada a sério. “Comecei a trabalhar em um jornal chamado Vicentino, em São Vicente, fazendo tiras. Um amigo meu me provocou: que tal você, além de fazer tiras, fazer charges. Eu nunca tinha feito antes, mas procurei e comecei a gostar”.

Ele se baseou em trabalhos de Glauco e Angeli para iniciar na modalidade. Com o tempo, foi evoluindo o traço, a criatividade e suas habilidades. “Eu criei um portfólio e disponibilizei na internet para que mais jornais me encontrassem. Foi aí que o jornal Município me encontrou”.

Processo de criação

Primeira charge de Ed Carlos no Município, em 2009, ainda em preto e branco

Depois da leitura dos noticiários, Ed parte para o estúdio com a ideia formalizada na cabeça. O desenho vai para o papel com o lápis e a habilidade nas mãos, ele artefinaliza e depois o conteúdo vai para o computador por meio da digitalização.

Uma vez no computador, as ilustrações vão ganhando as cores por meio do Photoshop. No começo, Ed lembra que as charges para O Município eram em preto e branco. “Só a capa e algumas páginas eram coloridas”. Segundo o ilustrador, ele chegou a colorir charges com aquarela.

 

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