Chuva de quarta-feira causa 32 ocorrências
Metade dos registros refere-se a alagamentos; duas famílias foram desalojadas no Steffen
Metade dos registros refere-se a alagamentos; duas famílias foram desalojadas no Steffen
A chuva intensa que atingiu Brusque na última quarta-feira, 18, afetou pelo menos 32 famílias. O número representa a quantidade de ligações registradas pela Defesa Civil do município no dia do temporal. Metade das ocorrências refere-se a alagamentos em ruas e casas, e a outra metade a quedas de muros e deslizamentos de terra. Na noite do aguaceiro, quatro casas foram interditadas na rua Waldemar Fischer, bairro Steffen, devido à queda de um muro. Duas das famílias ainda não puderam retornar às residências.
Segundo o diretor geral da Defesa Civil, Evandro de Mello do Amaral, as duas famílias desalojadas recusaram abrigo da prefeitura e ficarão na casa de amigos e de familiares. Ambas apenas poderão retornar quando as residências receberem manutenção. Como o problema está relacionado à drenagem do terreno, Amaral diz que o conserto do local depende dos próprios moradores.
“Teve deslizamento no morro e atingiu o muro de sustentação. A casa está localizada em um aterro. O modelo construtivo que eles utilizaram não garante a segurança da residência. É ineficiente na prevenção de acidentes. Eles cortaram o morro, construíram o muro muito perto e não fizeram drenagem. Acaba dando esses problemas graças ao volume de água. É impossível um muro desses ficar de pé”, afirma.
A loja Mimos & Afetos, localizada na rua Daniel Imhof, bairro São Luiz, também foi atingida por um deslizamento por volta das 19h30. A terra destruiu a parede do estabelecimento e danificou alguns produtos. Monique Cordeiro Willrich Klabunde, uma das sócias-proprietárias, conta que havia uma funcionária no momento do acidente, mas ela não se feriu pois estava na parte frontal da loja. A Defesa Civil interditou o espaço.
“Há três salas comerciais no prédio, a nossa foi a mais atingida. A parte de trás, onde desmoronou, é o local de produção, a parte da frente tem a vitrine e o balcão. A nossa funcionária estava na frente olhando a chuva no momento do acidente. Os bombeiros falaram que o acidente só não foi mais grave graças ao muro de contenção localizado perto do morro atrás das lojas”, afirma Monique, que ainda não calculou o valor do prejuízo.
Volume de chuva
Nos equipamentos de telemetria instalados em alguns locais do município, os maiores volumes de chuva foram registrados no bairro São Pedro – 86.8 mm – e na Ponte estaiada, no Centro – 71.8 milímetros. De acordo com o diretor geral da Defesa Civil, em meia hora, o volume registrado quase alcançou o previsto para todo o mês de fevereiro.
Assim como nos outros bairros, a chuva deixou diversos pontos de alagamento no Centro. As ruas Vereador Guilherme Niebuhr e Gustavo Krieger foram algumas delas. Proprietário de uma loja de informática localizada na esquina das duas ruas, Fabio Montibeller convive com as inundações desde 1999, data em que instalou-se no local. Para conter a água, teve de colocar uma comporta de ferro em frente à entrada.
“Em 2000 deu uma chuva muito forte e entrou água na loja acima das escadas internas, então logo coloquei a comporta. Ela ajuda bastante. Mas mesmo assim eu fico preocupado quando chove muito. Se eu não tivesse colocado, certamente eu teria de sair daqui. É um descaso essa situação e a prefeitura não se manifesta nem para limpar a rua”, lamenta.
O diretor geral da Defesa Civil admite que algumas ruas precisam de análises mais detalhadas quanto à estrutura atual. Os estudos determinariam o motivo dos alagamentos constantes, em especial, nos pontos inundados mesmo com chuvas de menor volume. Por outro lado, nos locais em que a água acumula apenas após grandes volumes, Amaral garante que a tubulação está normal.
“Mesmo que demore para escoar a água em alguns pontos, as tubulações estão funcionando. O problema é que a chuva é intensa. Já nos locais que sempre alaga até com chuva mais fraca teria de fazer obras de aumento da tubulação. E certamente a prefeitura vai avaliar a situação para evitar os alagamentos. No verão essas chuvas são muito comuns e acabam prejudicando a comunidade”, analisa.
Volume de chuva registrado nos equipamentos de telemetria
Local / Milímetros
Cedro Alto – 2.6
Dom Joaquim – 19.8
Guarani – 54.6
Limeira Alta – 20.8
Limeira Baixa – 16.6
Primeiro de Maio – 34.2
Ponte Estaiada – 71.8
São Pedro – 86.8
Volta Grande – 22
Zantão – 14.2
Ocorrências
2 quedas de muro
13 deslizamentos de terra
17 alagamentos em ruas e casas