Há muito tempo Botuverá deixou de ser uma pequena cidade rural. É, hoje, um importante município na cadeia produtiva têxtil catarinense, mas a realidade era bastante diferente até a década de 1980, quando predominavam a fumicultura e a extração de madeira.
No dia 9 de junho, a cidade completa 56 anos de emancipação político-administrativa. No especial Fios do Progresso, O Município conta como foi o processo de industrialização da cidade.
Em pouco mais de 30 anos, Botuverá conseguiu fazer algo que muitas cidades maiores ainda hoje sonham atingir: tornar-se efetivamente industrial. Alcançar este objetivo só foi possível pelo espírito empreendedor, pela criatividade e pela persistência dos botuveraenses.
Mário Feuzer teve grande participação para que o têxtil fosse implantado na cidade. Mas de nada adiantaria apenas uma pessoa bem intencionada. Nas várias entrevistas colhidas para este caderno, percebeu-se um espírito irrequieto dos empresários.
Eles decidiram apostar no novo sem ter garantias de que o seu investimento renderia algo duradouro. Aventuraram-se num segmento competitivo, guiados pelo empreendedorismo e por uma vontade de melhorar Botuverá, à época atrasada em relação a outras cidades da região.
A aposta provou-se acertada e rendeu frutos. Os números mostram que a qualidade de vida melhorou, a renda média subiu e a cidade conquistou um nível de independência financeira inimaginável na década de 1980.
Se o ímpeto de aventureiro dos empresários foi importante, igualmente determinante foi a força laboral botuveraense. Ainda que inexperientes no manuseio das máquinas de fabricar fios e de costura, os botuveraenses mostraram disposição, perspicácia e inteligência para abraçar o novo trabalho.
Foi a união da força dos trabalhadores com a astúcia empresarial que modificou para sempre a história da cidade. Botuverá serve de exemplo para o Brasil e para o mundo de que quando uma sociedade deseja, é possível transmutar a sua própria trajetória em pouco tempo.
Fazemos votos para que a inventividade continue a florescer entre os botuveraenses. Que consigam prosperar no difícil e altamente competitivo ramo têxtil. Parabéns, Botuverá!
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