Circo no Heriberto Hülse desmoralizou título do Criciúma e aniquilou chances do Brusque
Arbitragem da final extermina o que havia sobrado do Catarinense 2024; pênaltis não marcados foram os gols do título
Arbitragem da final extermina o que havia sobrado do Catarinense 2024; pênaltis não marcados foram os gols do título
O Brusque foi impedido, pela arbitragem de Ramon Abatti Abel e pela condução de Rodrigo d’Alonso Ferreira no VAR, de ter uma possibilidade de conquistar o Catarinense 2024. Todo mundo sabe. Todo mundo viu. Claro, sempre haverá quem tente enganar a si ou a alguém. Quem queira forçar a barra, tentando limpar uma mancha indelével, para comemorar o título como se não houvesse contestação. Mas os malabarismos de argumentos e as tirações de onda não duram dois segundos de trocação com a realidade. Não se sustentam.
O circo visto no Heriberto Hülse neste sábado, 6, esvazia o debate sobre o que foram os jogos da final dentro de campo. De forma geral, o Brusque foi muito mal no primeiro jogo, e se recuperou bem ao longo do segundo. O Criciúma foi superior, mas não brilhante em Itajaí, e em casa teve dificuldades na maior parte do tempo.
Já poderia ter sofrido o empate aos 38 do primeiro tempo, quando Rodrigo está com os braços para trás, estende o braço esquerdo e, com ele, desvia a bola, na altura do cotovelo, deliberadamente. É escandaloso, um deboche. No instante seguinte, está claro que não há pênalti, é toque no ombro e no peito de Barreto, debaixo da linha. Não dá para forçar a barra. Mas aos 45 do segundo tempo, houve toque de Tobias Figueiredo, passível de marcação também.
Os pênaltis não marcados foram decisivos. Foram os lances da final a serem eternizados. Foram os gols do título do Criciúma.
Se o Criciúma tivesse sido campeão na disputa de pênaltis, com o Brusque convertendo um pênalti obtido no tempo normal, tudo certo, teria sido muito justo. Ou se o quadricolor desperdiçasse suas cobranças ao longo do jogo e o placar tivesse se mantido no 1 a 1, teria sido uma final justa, incontestável, que coroaria de fato a grande campanha carvoeira.
Mas essa coroação jamais existiu.
Não é como se a reclamação do Brusque fosse sobre critério desigual para marcação de faltas, sobre um impedimento milimétrico, difícil para qualquer arbitragem. Nem sobre um cartão vermelho discutível, sobre um jogo sem VAR, sobre um suposto pênalti no limite entre braço e ombro, um jogador que tenta cavar o pênalti e não consegue, uma suposta falta de ataque anterior ao gol a dividir opiniões.
Não. É sobre não um, mas dois pênaltis. O primeiro, mais claro ainda que o segundo. E quatro erros: dois de Ramon Abatti Abel, árbitro de campo, que já teria o dever de ter assinalado os dois pênaltis e aguardar a revisão; e dois de Rodrigo d’Alonso Ferreira no VAR.
O Catarinense 2024 teve casos de violência, agressões, gramados tenebrosos, estádio varzeano, arbitragens contestáveis, cuspe na isonomia, VAR em jogos selecionados. Mas poderia ter terminado com um implacável segundo título consecutivo do Criciúma, time de Série A, com a melhor torcida dos últimos anos, com um time que liderou todo o campeonato, de clara superioridade.
Também poderia terminar com a história de como o Brusque se superou jogando um campeonato todo sem casa, se recuperando após um início ruim, para conquistar seu terceiro título. Nunca saberemos, porque uma possibilidade legítima foi arrancada pela arbitragem.
Porque a edição comemorativa dos 100 anos do Campeonato Catarinense terminou apenas com a cara de uma patética farsa.
Toda minha solidariedade à repórter Ana Cristina Machado e ao cinegrafista Adriano Da Nahaia, da NSC TV, hostilizados e agredidos por um grupo de idiotas que, além do ato violento, só prejudicaram as imagens do Brusque, de Brusque e da torcida quadricolor. Um ato covarde e injustificado de violência contra jornalistas exercendo a profissão. E lamentavelmente, é difícil encontrar algum colega da imprensa que nunca tenha passado por episódios iguais ou semelhantes.
Os agressores têm que ser identificados e julgados como merecem. As imagens registradas pelo repórter Thiago Facchini, de O Município, devem ajudar neste sentido.
O Brusque, enfim, soltou nota oficial nesta segunda-feira, 8, denunciando o ocorrido na final. Há poucas ressalvas. Por exemplo, acredito que o primeiro pênalti para o Avaí foi marcado corretamente, e que o segundo foi discutível. Diferente das duas cobranças negadas ao Brusque na final, que são lances bem mais claros.
Mas enfim, é o que tem a se fazer para o momento. O Brusque está no direito de reclamar e de se mobilizar nos bastidores por pressão e protesto, e assim está fazendo. Na festa de premiação nesta segunda-feira, 8, em Florianópolis, não houve sequer um representante quadricolor. Sugestão da diretoria acatada pelos jogadores em acordo.
No fim da tarde desta segunda-feira, 8, a FCF publicou os áudios do VAR e uma nota oficial sobre os lances. Não há nada muito novo sobre o toque de Tobias Figueiredo no segundo tempo. Federação e arbitragem usam a mesma interpretação e o mesmo argumento, de que não há movimento “antinatural” (este termo existe na regra). É uma interpretação. Forçada, discutível, contestável, mas uma interpretação. Há uma infinidade de lances semelhantes ou iguais que terminam em pênalti. Mas, tá.
Agora, no lance do primeiro tempo… Socorro. Que coisa absurda, constrangedora. No VAR, a consideração é que o braço está recolhido, quando a imagem mostra Rodrigo, antes com os braços para trás, abrindo ambos. Pior ainda é a nota da FCF, dizendo que nem mesmo é claro se a bola desvia no braço ou não.
Na final da Superliga B, sem VAR, sem escândalo, sem controvérsia, não houve contestação. A Abel Moda Vôlei perdeu por 3 a 1 para o Mackenzie, de virada, em Belo Horizonte. O time brusquense começou com uma grande atuação, mas se perdeu no terceiro set, quando teve o set point, mas levou a virada. Não teve mais força e cabeça para reagir. É do jogo, para uma equipe de tanta qualidade, mas tão jovem.
A partir de então, o time não conseguiu se recolocar no jogo e perdeu para o Mackenzie, muito mais experiente e com uma campanha inapelável. Nada que abale a fantástica campanha do acesso da Abel Moda, que, repito, merece e precisa de investimento pesado, digno de Superliga A. Valerá a pena tirar o escorpião do bolso.
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