Com 65 anos de história, coral da paróquia Santa Teresinha será anfitrião de encontro de corais
Grupo irá abrir evento que terá participação de outros nove corais da região
Grupo irá abrir evento que terá participação de outros nove corais da região
Entre canções religiosas e populares, o Coral Adulto Santa Teresinha completa em 2018 seus 65 anos. A data é simbólica, visto que o coral já estava em atividade anos antes de ser formalizado. Hoje com 25 integrantes, o grupo tem ensaios semanais todas as terças-feiras, às 19h30, na Paróquia Santa Teresinha, na rua Santos Dumont.
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Há dez anos sob a regência do maestro e organista Jocelir Alflen, o coral irá comemorar seu aniversário no 92º Encontro de corais da Liga Cultural e Recreativa Vale do Itajaí, que será realizado em Brusque no dia 25 de agosto. Outros nove corais estarão presentes na ocasião, que deverá contar com a presença de cerca de 300 pessoas.
Quem despertou na comunidade da igreja o gosto pelo coral foi o pároco da época, padre João da Cruz, que era bastante envolvido e dedicado à música e aos esportes. O padre foi o primeiro regente e esteve no comando do grupo de canto até 1973. No início, os ensaios aconteciam aos domingos, após a missa.
Quem lembra de como tudo começou são Emília Floriani de Oliveira e Maria Estella Chaves, duas integrantes do grupo que participam do coral desde antes de ele ser formalizado. “A missa era toda em latim, e os cantos religiosos também”, relembra Emília. A igreja ainda era uma capelinha, mas já havia em torno de 15 a 20 membros que faziam parte do coral.
Na época, eram homens e mulheres que cantavam em duas vozes, agudos e graves. “O padre João era muito exigente”, lembra Estella. Era ele quem ministrava a catequese e também regia as vozes, enquanto o órgão era tocado por Irene Moritz Vechi.
Foi apenas anos mais tarde que as missas passaram a ser rezadas em português, e só em 1977 que o coral teve seu estatuto registrado de fato. A igreja havia se tornado uma paróquia três anos antes, em 1974 – antes, pertencia à igreja matriz São Luis Gonzaga.
O coral acompanhou a história da igreja de Santa Teresinha, e sua própria história se funde com a da paróquia. No encontro de corais, o grupo pretende expor um harmônio – instrumento semelhante ao órgão, mas sem os tubos – que era utilizado para acompanhar o canto no início das atividades, e homenagear aqueles que fizeram parte da história do grupo.
Para manter as atividades, o coral organiza promoções e um bingo anual para arrecadar fundos para custear as despesas com viagens, uniformes e pastas, por exemplo. A presidente do grupo, Dalva Cardoso Coelho, conta que são realizados encontros e confraternizações para a equipe. Além disso, antigos integrantes do coral agem como “padrinhos”, colaborando financeiramente com o grupo.
Atualmente, o coral é responsável por duas missas mensais, no quarto sábado e quarto domingo de cada mês, além da participação nas festas litúrgicas e convites para apresentações em outras comunidades, encontros de corais e até mesmo lojas e shoppings, que chamam o grupo na época de Natal, por exemplo.
Desenvolvimento musical
Para o regente do coral, Jocelir Alflen, o canto em grupo é a melhor atividade para quem quer aprender a cantar. “Desenvolve muito as potencialidades musicais dos participantes”, explica, “e é aqui que se aprende a cantar. Exige mais do que o canto, exige que se escute as outras vozes, é um ótimo suporte para o aprendizado”.
Como regente e também organista, Jocelir conta que os cantores se habituaram a cantar olhando para ele no órgão, já que ele não fica à frente do grupo como um maestro. “A comunicação é muito pelo olhar e pelo ouvido. Ao ouvir a deixa, eles já sabem a hora de entrar na música. É uma questão de intimidade entre o coral e o músico”, diz. Formado em música, ele também é regente do coral da comunidade Cristo Rei, do bairro São Luiz.
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Embora mais focado nas canções religiosas, o coral ensaia também músicas populares e folclóricas, que são apresentados em eventos como o encontro da Liga. O coral da paróquia já participa do evento desde a década de 1990 e, para o regente, é muito importante para levar o nome das comunidades e conhecer o trabalho, a cultura e a arte dos corais de outros municípios.
“Faz muito bem para a cabeça, é a melhor coisa que tem”, sorri Emília, que participa do canto coral desde que tinha 14 anos. Hoje, aos 83, ela ainda toca teclado e afirma que a equipe do coral “é como uma família”. Para Estella, que também iniciou no grupo na adolescência, os ensaios fazem falta quando, por alguma razão, ela fica impossibilitada de participar.
Hoje, o coral já não canta mais em duas vozes, mas em quatro. São sopranos, contraltos, tenores e baixos que encontram na atividade uma ligação com a igreja e a espiritualidade. Jocelir afirma que novos membros são sempre bem-vindos, mas ressalta que é preciso dedicação.
“Muita gente tem medo, acha que não sabe cantar e por isso não pode participar do coral”, diz. Mas, como ele mesmo explica, o canto em grupo é uma oportunidade para aprender e melhorar. “A gente preza muito pela saúde vocal, fazemos exercícios e aquecimentos, e encaixamos as pessoas de acordo com o tom em que elas cantam.”