Com a crise, usuários de planos de saúde migram para o SUS

Secretaria de Saúde registrou aumento no número de consultas e de retirada de remédios

Com a crise, usuários de planos de saúde migram para o SUS

Secretaria de Saúde registrou aumento no número de consultas e de retirada de remédios

A crise financeira tem feito muitas pessoas abandonarem os planos de saúde privados e voltarem para o SUS. De acordo com levantamento do Instituto de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos caiu 1,5% em 2015 na comparação com 2014, e a expectativa é de mais queda. O resultado ruim em nível nacional se refletiu também em Brusque, onde a Unimed registrou retração de 2,2% na sua carteira de clientes.

O gerente de marketing da Unimed de Brusque, Alexandre Fagundes da Silva, afirma que a crise financeira tem relação direta com os números negativos do ano passado. Muitas empresas fecharam por causa do cenário econômico, e com isso os funcionários ficaram sem o plano empresarial.

Um exemplo disto é a Buettner, que recentemente teve a falência decretada pela Justiça. Os funcionários ficaram sem o seu plano e tiveram de voltar para o SUS ou contratar como pessoa física. Segundo Silva, diversas pessoas tem procurado a Unimed para continuar com o seguro saúde. A Unimed expandiu a sua área de atuação para São João Batista e Nova Trento, com isso, espera aumentar a sua carteira de clientes.

Porém, muitas das pessoas que cancelaram o plano, seja por demissão ou não, voltaram para a rede pública de saúde. O diretor geral da Secretaria de Saúde, Luis Fernando Sanni, diz que a quantidade de usuários nas Unidades Básicas de Saúde aumentou nos últimos meses. “O que a gente percebe, pelo volume de pessoas que buscam o serviço público de saúde, é que realmente teve um aumento nos serviços até mesmo de alta e média complexidade”.

Segundo o diretor geral da pasta, a migração das pessoas para o SUS também pôde ser sentida no pronto atendimento no Centro de Serviços em Saúde, que está sendo mais procurado. Além disso, a quantidade de medicamentos distribuídos pela farmácia municipal também cresceu.

“A gente sabe de pessoas que tinham plano e não têm mais. Eu estava conversando com uma pessoa esses dias que perdeu o seu plano e começou a vir aqui [no Centro de Serviços em Saúde]”, afirma Sani.

Planejamento

Com mais pessoas procurando o sistema público de saúde, a demanda por profissionais, medicamentos e equipamentos da Secretaria de Saúde também cresce.

Sanni diz que a equipe da pasta acompanha este número atentamente porque é necessário manter o planejamento financeiro condizente com o volume de serviço.
Quando acontece um boom nos gastos da secretaria, a prefeitura é obrigada a destinar mais recursos, o chamado crédito suplementar. Por enquanto, não houve necessidade de fazer uma suplementação orçamentária, de acordo com o diretor geral.

“Os nossos recursos vêm dos impostos. Em 2015, o repasse foi de 21,68%. Nota-se que a cada ano as despesas tem aumentado”, diz Sanni. Atualmente, Brusque investe cerca de 25% da arrecadação com a Saúde, sendo que o mínimo exigido por lei é de 15%.

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