Com a volta às aulas pais e alunos devem ficar atentos com o peso das mochilas
Ortopedista orienta o uso de mochilas com rodinhas para crianças, pelo menos, até os seis anos
Ortopedista orienta o uso de mochilas com rodinhas para crianças, pelo menos, até os seis anos
Com a proximidade do início do ano letivo, surge a preocupação dos pais e especialistas com o peso das mochilas utilizadas, diariamente, pelos estudantes. Usar o modelo adequado de mochila, carregá-la de forma correta e eliminar itens desnecessários são algumas das alternativas que podem amenizar o problema.
O ortopedista Sebastião Alexandre Isfer de Lima afirma que o recomendado é que a mochila não ultrapasse 10% do peso da criança, ou seja, se o aluno tem 30 quilos, a mochila não poderá pesar mais do que 3 quilos. “Sabemos que é um pouco difícil controlar esta situação, mas é muito importante ficar atento a recomendação”, diz.
Uma alternativa, segundo ele, é que os alunos mais novos usem mochilas com rodinha. “Às vezes, fica difícil limitar em três quilos o peso da mochila porque existem materiais mais pesados, então, se os pais conseguirem, podem direcionar, até uma certa fase, para as mochilas com rodinhas”.
À medida que a criança cresce, pode-se utilizar a mochila normal. “Quando eles são maiores, já estão com o peso mais elevado e conseguem usar uma mochila com quatro quilos”.
O ortopedista afirma que é importante que os pais fiquem atentos, pois o peso excessivo pode acarretar problemas sérios na saúde das crianças. “O peso excessivo pode causar alguns tipos de microlesões que são acumulativas, como contraturas musculares, algum início de processos degenerativos que não serão detectados nesta idade, e também fissuras da vértebra por microfraturas, que ocorrem devido ao esforço repetitivo por muito tempo e podem levar a um escorregamento da vértebra e, consequentemente, à dor lombar e, às vezes, uma limitação ou indicação de uma cirurgia”.
O médico também destaca que existem testes fáceis que os pais podem fazer com as crianças e, assim, detectar precocemente algum problema na coluna. “A criança, sem camisa, se abaixa e tenta colocar a mão nos pés, e os pais conseguem, visualmente, detectar algum tipo de desvio. Muitas vezes não precisa nem estar muito gritante, qualquer desvio inicial já se percebe. Quanto antes a criança for encaminhada ao especialista, melhor”.
Organização de horários
O gerente regional de Educação da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque, Rodrigo Cesari, afirma que existe a preocupação com o peso excessivo das mochilas e, por isso, as escolas se concentram em organizar os horários dos alunos. “Trabalhamos ao longo do ano para os alunos levarem o básico. Os livros que eles recebem no início do ano, procuramos não dar todos no mesmo dia, assim como fazemos horários das aulas e passamos para eles, aí eles sabem quais livros trazerem em cada dia”, diz.
De acordo com ele, as escolas procuram organizar para que os alunos não tenham várias disciplinas diferentes no mesmo dia. “Tentamos encaixar aulas juntas, assim eles levam dois, três livros no máximo, para não sobrecarregar”.