Com alta nos preços, inquilinos e locatários ainda renegociam valor do aluguel em Brusque

Acumulado do IGP-M nos últimos meses fechou 10,70% em junho; no mesmo período do ano passado o valor era de 35,75%

Com alta nos preços, inquilinos e locatários ainda renegociam valor do aluguel em Brusque

Acumulado do IGP-M nos últimos meses fechou 10,70% em junho; no mesmo período do ano passado o valor era de 35,75%

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de junho, que fechou em 0,59%. O percentual é maior do que o registrado em maio: 0,52%. O acumulado de 2022 é de 8,16%. Além disso, em 12 meses o IPG-M fechou em 10,70%, diferente do mesmo período de junho de 2021, que contabilizou 35,75%.

O índice mede a inflação de diversos serviços e produtos, além de ser utilizado para o reajuste dos contratos de aluguel de imóveis. Quando o indicador está em alta, a tendência é que o valor da locação suba.

A média do último ano é usada pela maioria das imobiliárias para fazer o reajuste do valor do aluguel. Desde o percentual elevado alcançado em 2021, em decorrência da pandemia de Covid-19, muitas pessoas estão buscando a renegociação do valor.

Para não perder o inquilino, muitos locatários aceitam fazer a renegociação. Para os gerentes, em alguns casos a prática é essencial para manter um bom cliente, evitando que o imóvel fique disponível por muito tempo e causando prejuízos ao proprietário.

Adeptos da renegociação

Para a gerente de locação da Ambrosi Imóveis, Fabrícia Kurtz, o IGP-M de junho está dentro da média. Ela comenta que após o disparo registrado durante a pandemia, o percentual tem baixado e vem melhorando.

Segundo a profissional, este é um bom sinal aos inquilinos. “Sabemos que é sofrido pagar uma renovação alta, então tentamos fazer negociação com o proprietário para manter o inquilino que paga certinho, para ficar bom para os dois lados”, comenta.

Fabrícia diz que o custo de vida está alto, especialmente para aqueles que pagam aluguel. Quando a renegociação é solicitada, ela geralmente trabalha com uma margem de 5% a 10% de reajuste. “A maioria se mostra favorável à renegociação. Agora que estamos com média de 10% anual, tem quem exija tudo, outros pedem apenas 5%. Sempre é válida a negociação”

Segundo ela, os bairros mais procurados no momento são Santa Rita e Santa Terezinha, além do Centro, São Luiz e Jardim Maluche, que possuem um padrão mais elevado. No nível intermediário os bairros que compõem a lateral da região central são os mais buscados, como o Guarani.

“Hoje, as pessoas priorizam mais o preço, pois o custo de vida está elevado em Brusque, Não dá para contar com a qualidade se não der conta de manter as despesas. Disparou muito e hoje um apartamento com três quartos é uma média de R$ 1,4 mil, é um aumento brusco para quem não teve aumento salarial”, comenta.

Menos gasto com transporte

Na avaliação do gerente de locação da Júlio Imóveis, Elton Seefeld, o percentual baixou após a alta registrada durante a pandemia. “Acredito que chegamos na média de mercado, mas a tendência é manter e ter uma variação para mais ou para menos”, comenta.

Segundo ele, há alguns clientes que têm contratos antigos e, por isso, o valor está defasado. Nestes casos, as pessoas não buscam a renegociação. Já aqueles que locaram um imóvel há pouco tempo por um valor alto, pedem para negociar o reajuste.

“A grande maioria aceita renegociar e trabalhar com 10% de média. Em um primeiro momento jogamos o valor do IGP-M, mas a média de negociação é 10%”, explica.

O gerente ainda explica que as pessoas estão priorizando a localização devido ao preço dos combustíveis. “As pessoas preferem a localização, a não ser os que procuram perto do trabalho. Mas geralmente preferem pagar a mais no aluguel para não gastar com transporte”, salienta.

De acordo com Elton, boa parte dos clientes procura imóveis nos bairros Santa Rita, Santa Terezinha, Centro e São Luiz. Além disso, a maioria são famílias de outros estados que acabaram de se mudar para Brusque.

Áreas procuradas

A analista de marketing de uma imobiliária de Brusque, Jhemele Figueiredo, comenta que apesar da alta nos preços em relação ao ano passado, a situação em 2022 está estável. Os clientes relatam para ela que “a situação não se mostra favorável para quem quer locar um imóvel na cidade de Brusque e região”.

De acordo com Jhemele, os bairros mais procurados são Centro, Santa Terezinha, Santa Rita, Jardim Maluche, Dom Joaquim, Primeiro de Maio, Limeira e Águas Claras. Há ainda algumas pessoas que buscam imóveis em Guabiruba, como uma opção mais acessível.

“Quanto ‘melhor’ a localização, mais alto é o preço do aluguel do imóvel. Porém, localização boa é algo relativo. Depende muito de onde a pessoa trabalha, estuda, deixa seus filhos, de como é a rotina”, comenta.

Ela aponta que locais como o Centro e proximidades são mais aquecidos pelas oportunidades que oferecem. Com isso, a busca se torna maior por imóveis nesta área.

“Locais mais distantes dessa área são considerados pelo valor mais acessível, porém, as pessoas também consideram custo com gasolina, se possui ponto de transporte coletivo em sua rota de trabalho e rotina para que feche um contrato de aluguel. No final é considerado o custo benefício de morar em determinado lugar”, diz.

A analista ainda afirma que os locais com busca por imóveis é acentuada atraem os olhares dos investidores e, consequentemente, aquecem o mercado imobiliário.

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