Com Augusto Bauer vazio, Barra dá adeus ao acesso à Série A do Catarinão
Cerca de cinquenta pessoas estiveram presentes no estádio
Cerca de cinquenta pessoas estiveram presentes no estádio
Longe dos grandes holofotes, das transmissões ao vivo e das modernas arenas esportivas, o Barra Futebol Clube continua o calvário da segundinha do Campeonato Catarinense. O time de Balneário Camboriú não tem mais chances de classificação para a elite estadual, mas jogando contra o Concórdia no último sábado e inspirado na bela tarde de sol, a equipe azul e ouro sapecou um 3 a 1 para a alegria das cerca de cinquenta pessoas presentes no estádio Augusto Bauer, em Brusque, a casa do Barra em 2016.
A vitória do Barra garantiu a presença do Clube Náutico Almirante Barroso e a do Tubarão na primeira divisão do Campeonato Catarinense em 2017.
Bastidores do futebol
A equipe do litoral fez sua penúltima partida no Augusto Bauer e em breve dará adeus – ou talvez, um até logo – ao estádio. O aluguel do Gigantinho fez com que Brusque respirasse o futebol, mesmo que por aparelhos, por mais alguns meses após a desclassificação do Bruscão na Série D, em julho.
Para quem ganha uma renda extra nos jogos, a presença do Barra em Brusque foi importante. São os casos de João Carlos Gomes e Nilton Leonis da Luz, vendedores de pipoca dentro do estádio. Enquanto Gomes faz a pipoca, da Luz leva para vender na arquibancada. Aposentado, Gomes acredita que veio bem a calhar o aluguel do Gigantinho por parte do Barra. “Sempre entra um dinheirinho a mais. Não chega a ser o mesmo que em dias de casa cheia, mas vale a pena”, explica.
Segundo Gomes, o público que acompanha o Barra foi enfraquecendo a medida que a equipe litorânea tropeçou em algumas partidas. “Antes vinha mais gente direto de Balneário, mas agora enfraqueceu. A gente vê que é um time estruturado e organizado, uma pena não ter chegado entre os primeiros”, pontua.
Quem fez a festa e torceu pelo time foram os atletas da própria base do Barra. Orgulhosos da equipe principal, os aspirantes de jogador profissional comemoraram a vitória. Ramon Neri, lateral-esquerdo da equipe Sub-17, veio de São Paulo para o litoral catarinense em busca do seu sonho. “Tive passagem no Corinthians Sub-11 e também Ponte Preta até chegar aqui. O Barra é um excelente clube com pessoas de qualidade e que realizam um trabalho sério”, diz.
De ainda mais longe veio o volante Guilherme Stanford. Natural de Recife, o jovem atleta começou a carreira no futsal onde serviu o Sport. Aos 14 anos resolveu partir para o campo, sendo atleta do rival do Leão, o Santa Cruz. “Tive que sair de Pernambuco porque o campeonato de base lá é desorganizado e fraco. Eu gostei daqui porque o apoio é dado e tem uma vitrine bem maior, o clube dá todo suporte”, completa Stanford.
A partida
Durante a partida contra o Concórdia, o campo do Gigantinho estava castigado, resultado de partidas durante pesada chuva no gramado.
Alguns nomes conhecidos da torcida do Bruscão desfilaram seu futebol no Augusto Bauer, como o volante Everton Cesar, que era do Quadricolor no estadual desta temporada, e o ‘ falso Di María’, atleta que jogou no Metropolitano e ganhou esse apelido pela semelhança com o badalado argentino.
Assim que a bola rolou não demorou muito para o gol acontecer. Jajá, mesmo claramente acima do peso, botou a bola lá dentro e abriu o placar aos cinco minutos. Aos 15, Chiquinho ampliou de cabeça depois de lindo cruzamento de Thiago. O Concórdia descontou no segundo tempo com Kayron, mas o Barra marcou o terceiro com grande estilo. Na tabelinha, Daniel tocou pra Cleiton que devolveu para o camisa 2 de chaleira. Livre, Daniel se infiltrou na área e fuzilou as redes para fechar o placar.