Com escassez de frio, empresas da região promovem mudanças na produção das coleções

Incerteza de temperaturas mais baixas motiva fabricantes a aumentarem produção de peças de meia estação

Com escassez de frio, empresas da região promovem mudanças na produção das coleções

Incerteza de temperaturas mais baixas motiva fabricantes a aumentarem produção de peças de meia estação

O frio cada vez mais ameno tem influenciado diretamente na produção das roupas das marcas brusquenses. Alguns fabricantes informaram que nos últimos anos as coleções passaram por modificações, como o aumento da confecção de peças para meia estação, além de diminuir a produção de roupas mais pesadas.

Franciele Pehnk Bork, gerente da confecção da Talinda, afirma que hoje na hora de produzir uma coleção para o inverno a marca dá preferência para as peças de meia estação. Segundo ela, a loja ainda produz algumas peças pesadas e elas ainda são vendidas, mas a quantidade diminuiu nos últimos anos.

Quando a equipe da Talinda vai elaborar a coleção de inverno, é realizado um comparativo das temperaturas dos últimos anos. “Nosso foco não são peças pesadas. Lá atrás nós fazíamos 70% leve e 30% pesado. Hoje em dia eu acredito que seja 10% pesado”.

A sócia-proprietária da Urbany, Ana Carolina Almeida Girardi, diz que a marca precisou mudar o segmento de produção. “Nós produzíamos só inverno para o inverno. Hoje em dia nós produzimos peças de meia estação na coleção de inverno”, explica.

Ela comenta que nas palestras um assunto muito abordado será a extinção das coleções de verão e inverno. “As estações estão muito incertas e não é possível contar com o período. Agora estamos entregando o alto verão, entregamos o verão em julho, mas o verão nem chegou ainda. Os clientes estão recebendo essa mercadoria há tempo e ainda está frio”, declara.

A incerteza do frio também afeta na questão econômica da empresa. Ana explica que alguns clientes acabam comprando menos e caso as temperaturas fiquem realmente baixas eles procuram mercadorias de pronta entrega.

Sem diferença

Wladimir Lothar Pereira, proprietário da Tigs, explica que o frio dita, além da moda, o volume do comércio efetuado. “Se você tem uma coleção de inverno e o frio não chega, naturalmente afeta muito as vendas”, diz. No entanto, o empresário afirma que a marca não foi muito afetada devido o frio mais ameno. “Mesmo assim, as vendas foram satisfatórias”, acrescenta.

Para produzir a coleção, a marca olha como foi o desempenho da coleção do inverno passado e avalia as previsões climáticas para o próximo ano. “Também olhamos a questão da economia e como está o cenário político”, diz.

O empresário também afirma que a procura por peças de meia estação não aumentou e segue a mesma demanda dos últimos anos. Segundo ele, normalmente os lojistas compram com antecedência e quando o frio não vem, eles fazem campanhas para vender as peças.

“Nós consideramos isso uma coisa normal, pois clima é uma coisa que não conseguimos dominar. Tem anos que imaginamos que será mais fraco e acaba sendo mais forte e vice-versa”, pontua.

Revenda das roupas

Como neste ano foram registrados poucos dias frios, a proprietária da loja Use Modas, de São João Batista, Paola Cristina da Silva, afirma que o público procurou mais as peças de meia estação.

A loja apenas revende as roupas. Segundo ela, a incerteza do frio a fez mudar a estratégia de compras que passaram a ocorrer quinzenalmente conforme a previsão climática. Além disso, Paola também comprava mais peças de inverno e neste ano 70% das compras foram de roupas de meia estação.

“A T-shirt vendeu bem porque não tivemos um inverno rigoroso. Apesar de ser manga curta, nós vendemos ela no ano inteiro”.

No entanto, a lojista diz que no verão existe procura de peças de inverno pois muitas pessoas aproveitam a estação para viajar para o hemisfério norte, onde faz frio. “Acabamos vendendo roupa de inverno e verão o ano inteiro. Aumentou muito, o pessoal está viajando mais, então ajudou bastante”, avalia.

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