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Com parceria dos pais, creche estimula crianças a experimentarem novas frutas

CMEI Elsa Bodenmüller de Marchi II tem resultados positivos com o projeto desde o ano passado

Com parceria dos pais, creche estimula crianças a experimentarem novas frutas

CMEI Elsa Bodenmüller de Marchi II tem resultados positivos com o projeto desde o ano passado

Fazer com que as crianças comam frutas pode ser uma tarefa difícil para os pais e a escola. Tendo em vista a dificuldade, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Elsa Bodenmüller de Marchi II, no bairro Águas Claras, criou o Projeto Fruta. Com o apoio dos pais, todas as quartas-feiras os pequenos levam uma fruta que não é oferecida pela prefeitura e comem após o almoço como sobremesa.

Segundo a diretora do CMEI, Geisa Carla Gripa Tarter, o principal objetivo do projeto é “fazer as crianças experimentarem e conhecerem novas frutas”. O projeto acontece desde o ano passado e, quando foi apresentado aos pais, teve aceitação em massa. “Segunda-feira vai um bilhetinho para casa pedindo uma fruta diferenciada, como morango, kiwi ou pera, e na quarta os pais enviam a fruta e a gente serve como sobremesa.”

No início, todas as crianças levavam fruta na quarta-feira, mas, como a participação dos pais foi muito grande, as frutas começaram a sobrar no educandário. Para que não houvesse desperdício, eram feitos sucos ou receitas de bolo com as frutas que sobravam.

Apesar de estar um pouco azedo devido a estação, crianças pediram pra repetir – Foto: Eliz Haacke

Por isso, a diretora decidiu mudar o sistema, e agora quatro turmas levam as frutas em uma semana e outras quatro levam na outra. Mesmo com o sistema de revezamento, as frutas são divididas para todos na creche.

“Às vezes temos casos em que o pai chega e diz que não pode comprar, mas não tem problema, a criança come a fruta do mesmo jeito”, explica.

Além disso, o CMEI tem o cuidado de verificar o valor das frutas nos mercados próximos antes de pedir aos pais, para não acarretar em um custo alto. “A gente toma um cuidado pra não ser nada excessivo, pra não ser algo de valor expresso. Por exemplo, a gente já teve vontade de pedir ameixa-preta ou nectarina, mas consultamos o mercado e o valor estava um pouco além, então mudamos a fruta.”

São pedidas pequenas quantidades por criança. Quando a fruta selecionada é o morango, são apenas cinco unidades; no caso da uva, é um cacho; já goiaba e kiwi são uma unidade. As frutas maiores, como a melancia e o melão, é solicitada uma fatia para não sobrar muito.

No ano anterior do projeto, no período da festa junina, foi pedido que as crianças levassem o pinhão. Apesar de não ser uma fruta, a semente é típica para os festejos e foi a forma encontrada pelo CMEI de apresentar o alimento aos pequenos.

Geisa Carla Gripa Tarter é a diretora do CMEI – Foto: Eliz Haacke

Muitos pais dizem que os filhos não vão comer a fruta porque já tentaram em casa e a criança recusou. Mas, segundo a diretora, os pequenos veem os coleguinhas comendo e sentem vontade de experimentar.

“Às vezes tiramos foto para mostrar aos pais que a criança comeu toda a fruta e eles ficam espantados. Eles dizem ‘nossa, em casa ele nunca experimentou’ ou ‘eu não acredito, porque em casa eu forço e ele não quer a fruta’.”

De acordo com Geisa, as crianças aceitam experimentar pois as professoras fazem um trabalho lúdico para incentivá-los. “Em alguns casos, o que é amargo pra gente, pra eles não é, é outro paladar”, enfatiza. Até esta semana, as crianças já experimentaram kiwi, uva, melancia, melão, caqui e morango.

Alimentos coloridos
Como os alunos ficam no Centro em tempo integral – das 7h30 às 17h –, são servidas quatro refeições por dia: café da manhã, almoço, café da tarde e frutas depois do café. A escola segue o cardápio estabelecido pela nutricionista da Secretaria de Educação.

Toda semana é encaminhado ao CMEI quais serão as refeições a serem servidas e, às vezes, a creche recebe receitas diferenciadas, como bolo de alface ou nega maluca de beterraba. Além disso, as merendeiras também procuram inovar e apresentam novas receitas para serem testadas.

Segundo a diretora, quando foi servido o bolo de alface, as crianças estranharam por causa da cor verde, mas as professoras provaram um pedaço para mostrar que era bom e todos comeram. “Aí entra na questão do lúdico. As professoras falam ‘vamos comer porque esse é o bolo do Hulk e por isso ele é verde’. A gente diz que elas fazem o meio de campo e as crianças acabam experimentando e gostando.”

Escola possui uma horta onde são cultivados alface, tomate, abobrinha e outros alimentos – Foto: Eliz Haacke

As frutas mais comuns, como banana, maçã e laranja, são encaminhadas pela prefeitura para os pequenos comerem durante a tarde. Em ocasiões em que há muitas faltas, geralmente em dias mais frios, acabam sobrando muitas frutas e, para não haver desperdícios, as merendeiras adaptam receitas com o auxílio da nutricionista.

“Quando tem muito abacate, elas fazem pão de abacate. Se tem muita banana, é feito mousse de banana. As merendeiras estão sempre inovando, sempre fazendo algo diferente.”

Quando os alimentos têm cores diferentes, como o bolo de alface e o pão de abacate, os pequenos questionam a mudança da cor, mas, quando é feita a nega maluca de beterraba, são poucos que sentem a diferença, e a cor continua a mesma.

Merendeiras criaram a nega maluca de açaí que foi aceita pelos pequenos – Foto: Geisa Carla Gripa Tarter

A escola também faz as mesmas receitas para crianças que possuem intolerância a lactose, só que, ao invés de ser feito um bolo inteiro, é feito um cupcake adaptado para o aluno.

“O cardápio da escola usa o máximo de frutas e alimentos diferentes pra introduzir a criança nesse novo ambiente, porque para ela é uma descoberta”, finaliza.

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