Com poucos recursos, equipe brusquense tenta desenvolver handebol em Brusque
Grupo participará de liga de clubes estadual com cerca de 40 municípios; FME afirma que buscará remunerar técnico
Grupo participará de liga de clubes estadual com cerca de 40 municípios; FME afirma que buscará remunerar técnico
Uma ideia na cabeça, muita vontade e pouco dinheiro no bolso. Essa é a realidade do handebol brusquense, que se prepara para sediar a primeira etapa da Liga Santa Catarina, uma competição estadual coordenada pelos clubes do estado, que deve contar com a participação de cerca de 40 municípios. A equipe luta ainda para que Brusque sedie a final da competição.
Organizado por moradoras da comunidade que treinam há cerca de dois anos na Arena Brusque – e iniciaram o projeto incentivadas pelos Jogos Comunitários -, o time passa por dificuldades. Até hoje, as atletas não conseguiram apoio do poder público para pagar técnicos, situação que já fez rodar pelo menos três profissionais no comando do elenco.
Ainda sem fundar uma associação para conseguir convênios da prefeitura, o grupo tem dificuldades inclusive para buscar esta regularização, como explica a coordenadora do projeto, Claudete Garcia. “Sabemos que pecamos nessa parte também, mas descobrimos que custa R$ 1,5 mil só pra formar a associação, e esse dinheiro nós não temos”.
Perseverança
Claudete confessou que já passou pela cabeça desistir, mas ela reencontra forças com as colegas para manter a modalidade. “Elas falam para que eu não desista, e continue lutando por elas. Eu sei que se eu abandonar, não estarei acabando só com esse time, mas eliminando o futuro do handebol”.
Isso porque, além da equipe que vai disputar a Liga Santa Catarina, o grupo tem desejo de manter pelo menos dois polos com escolinhas de handebol para crianças e jovens, nos bairros Paquetá e Steffen. “Mas sem o pagamento do técnico não temos como dar continuidade a esse plano. Esporte é educação e disciplina, e precisa ser incentivado dentro do município”.
O grupo vem recebendo cada vez mais ajuda de empresas que confiam na evolução do handebol brusquense, e isso mantém as atividades e treinamentos. “Nós recebemos alguns brindes da loja JP Store e vamos realizar um bingo para conseguir angariar fundos pra equipe”, explica Claudete. O grupo também tem patrocínio de Planifik e apoio da Havan.
Sinal verde da FME
Segundo o superintendente da Fundação Municipal de Esportes (FME), Olavo Larangeira, a situação dos técnicos de todas as equipes – handebol incluso – deve ser regularizada em breve. Já iniciou-se um diálogo com a Secretaria da Educação para que professores de educação física da rede municipal possam trabalhar 20 horas semanais nas escolas e as outras 20 como técnicos nos projetos esportivos municipais.
“É uma estratégia que encontra amparo legal e podemos adiantar, já que a lei do Bolsa Técnico ainda não foi encaminhada para a Câmara de Vereadores, embora nós já tenhamos encaminhado conteúdo para a elaboração desta matéria”.
Porém, ele afirmou que já recomendou a formação da associação para o handebol. “Só dessa maneira as atletas podem ter acesso a bolsas e outros convênios da FME, além de apoios financeiros de instituições privadas e outros órgãos públicos”.
A Fundação já colaborou também cedendo dois horários da Arena Brusque para a equipe, além da doação de bolas para a prática. “Vamos também dar parte da premiação na competição que será sediada aqui”, completa Larangeira.