Como a atuação comunitária reaproximou grupo de americanos com Brusque
Parte dos integrantes atuou na construção da primeira Igreja Batista da cidade
Parte dos integrantes atuou na construção da primeira Igreja Batista da cidade
O contato de um membro da Igreja Batista de Winter Park, da Flórida, nos Estados Unidos, com a comunidade local trouxe um grupo de 12 pessoas para um intercâmbio na região. Eles chegaram em Florianópolis na semana passada. Por lá, passaram por escolas e centros comunitários antes de focarem as atividades em Brusque, desde o início da semana. As ações envolveram ainda os municípios de Nova Trento e Palhoça.
Além de escolas de idiomas, o roteiro contou com espaços públicos e escolas da rede pública. Eles interagiram com estudantes em conversas e jogos de basquete. No município, instituições dos bairros Paquetá e Santa Terezinha receberam as atividades. Na praça Sesquicentenário, no Centro, também houve um momento de recreação na noite de terça-feira. 7.
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Para Leonardo Pena, um dos coordenadores do projeto, chamado Mission Possible, no município, o efeito dos exemplos apresentados pelos jovens aos estudantes é um dos momentos mais intensos das visitas. “Quando eles falam dos sonhos, da dedicação ao estudo e de trabalhar para as coisas acontecerem é incrível como os alunos ficam atentos”.
O reconhecimento da ação pela comunidade foi imediato. Enquanto parte do grupo voltava de uma ação em um escola de Nova Trento, a mãe de uma aluna pediu para traduzir o agradecimento pela oportunidade gerada para a filha.
Terceira geração
O mais experiente do grupo, Robert Hemphell, 50 anos, tem uma ligação especial com a cidade de Brusque. Há cerca de 20 anos, ele acompanhava o pai, John, hoje com 83 anos, em uma das missões em Santa Catarina e ajudou na construção da primeira Igreja Batista do município. Na época, a construção era uma casa de madeira, já desmontada.
Robert passou a acompanhar o pai enquanto ainda era estudante do Ensino Médio. A experiência, descreve, ajudou a entender o que motivava John a se dedicar tanto para a causa. Neste ano, o pastor da Winter Park contou com a ajuda do filho, James, 19. “Isso abriu minha cabeça e meu coração”.
Ainda antes da popularização das redes sociais, a comunicação era feita por cartas. Com o contato difícil, ele foi reduzido nos últimos 13 anos. A retomada foi restabelecida graças a famílias americanas que moram em Florianópolis.
John lembra ainda que atuou em missões de evangelização e voltadas à saúde em diferentes cidades. Ao todo, estima que o pai tenha ajudado na construção de 15 igrejas no estado. Sua última viagem foi há dois anos, para a Guatemala.
Nova perspectiva
A diferença na estrutura da cidade chamou a atenção dele nesta segunda visita. Enquanto trabalhavam na construção, lembra, era comum os moradores pararem para conversar e saber sobre as ações. “Muitas delas vinham para ajudar e queriam fazer parte de algo maior. Hoje as pessoas estão mais focadas na vida delas e não se preocupam tanto com isso”.
“Acredito que nossa amizade vai continuar. Nosso vínculo com a primeira Igreja Batista de Brusque continua para o futuro. Estes estudantes foram muito impactados e espero que possam repetir estas ações como membros da igreja ou como voluntários”, projeta Robert.
Diferente da visita anterior, ele acredita que o papel do trabalho atual seja mais voltado a interagir e a estimular o contato a comunidade local. Assim como o pai, James se diz tocado pela experiência vivida no Brasil.
Segundo ele, o país se tornou uma segunda casa, pela forma como foi recebido e pelos conhecimentos adquiridos. De acordo com ele, a experiência o instiga a desenvolver ações em espaços públicos também na área de atuação da igreja norte-americana.
Para o voluntário Hyden Trice, 20, a atuação no Brasil serviu para encorajar o grupo a manter as ações sociais no seu país de origem. Em muitas das demandas sociais, afirma, as necessidades são semelhantes em ambos os países.
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Inspiração para os estudos
Segundo o empresário Juliano Angioletti, 43, a interação serviu para os estudantes locais conhecerem mais sobre a cultura e os hábitos dos visitantes. Membro da igreja há 18 anos, ele acompanhou o grupo nas incursões locais.
Para ele, as experiências de quem está vivendo a transição para o ensino superior foi um dos principais interesses dos jovens brasileiros. As conversas, intermediadas por professoras de idiomas, também envolviam culinária, curiosidades e mercado de trabalho.
“Por onde eles passam, deixam uma marca muito forte para que as pessoas tenham mais interesse nos estudos, que corram atrás de seus sonhos”, resume. A percepção é semelhante à de Gabriel Dantas, também frequentador da igreja. Segundo ele, a tendência é que ações como esta inspirem jovens à dedicação e às formações escolar e pessoal.