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Comunidade Bethânia inicia processo para beatificação do padre Léo

Comunidade pede auxílio dos fiéis que já tiveram graças alcançadas para que apresentem seu testemunho para ser anexado ao processo

O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, autorizou o pedido feito pela Comunidade Bethânia, de São João Batista, para a abertura do processo de beatificação do padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, fundador da comunidade, que morreu em 2007, após anos lutando contra um câncer no sistema linfático.

A partir de agora, os membros da Comunidade Bethânia começam a reunir documentos e materiais para serem encaminhados ao Vaticano, e servirem de base para a beatificação do padre.

O padre Elinton Costa explica que há muito tempo, a comunidade tem recebido testemunhos de pessoas de todo o país que alcançaram graças por intercessão de padre Léo e que por isso, decidiram dar entrada no processo de beatificação.

“Quem faz o santo é o povo, não nós. Diante de todas essas pessoas, desse movimento grande que tem se formado em torno disso, fomos conversar com Dom Wilson sobre o assunto”.

Segundo ele, o arcebispo foi bastante receptivo e deu apoio à causa. “Dom Wilson disse que não tem dúvidas que o padre Léo para nós é um sinal de santidade pelo jeito que encarou a doença, que viveu sua vida, que pregou a palavra e pela obra que deixou nesse mundo, que é a Bethânia”.

Com a autorização do arcebispo, a comunidade iniciará o contato com o Vaticano para saber que tipo de material é preciso coletar para embasar o pedido de beatificação do padre.

Além da coleta de materiais, a comunidade também precisará ir em busca de um postulador para a beatificação, para só então, abrir o processo formal.

O postulador, de acordo com padre Elinton, pode ser tanto uma pessoa que é do Vaticano, quanto alguém do Brasil, que será o responsável por recolher informações detalhadas sobre a vida do padre Léo e informar-se sobre as razões que favorecem a sua beatificação.

“Agora que vamos iniciar esses passos, ver o que precisa, traduzir algumas obras dele pro italiano”.

Padre Elinton destaca que todo testemunho de graça alcançada por intercessão do padre Léo é bem-vindo no processo, por isso, toda a comunidade católica poderá auxiliar.

“Estamos incentivando as pessoas a mandarem para nós, ou se conhecem alguém que teve graça por intercessão dele, para que nos mandem os materiais para anexar no processo”.

O padre ressalta ainda que o processo de beatificação é bastante caro e que será avaliado sua viabilidade, já que a Comunidade Bethânia vive de doações. “Vamos precisar da oração da comunidade e todo auxílio material para podermos levar esse processo adiante”.

A beatificação
Padre Elinton diz que devido à tecnologia, o processo de beatificação já está mais rápido que antigamente e como padre Léo era midiático, tem muito material com suas pregações disponíveis.

A beatificação é o primeiro dos três passos para se chegar à santidade. No processo de beatificação, o postulante é reconhecido como servo de Deus por sua vida exemplar. Se um milagre é contabilizado, ele passa a ser reconhecido como bem-aventurado. Já para que a pessoa possa ser considerada santa pela Igreja Católica, é necessário a comprovação de três milagres.

Os restos mortais do padre Léo estão no recanto da Comunidade Bethânia, em São João Batista, e podem ser visitados em horário comercial. No caso de peregrinações maiores, é necessário fazer o agendamento.

Sobre padre Léo
Ordenado sacerdote em 1990, padre Léo fundou a Comunidade Bethânia em 1995, em São João Batista, com o objetivo do acolhimento de pessoas marginalizadas, dependentes químicos e prostituídos.

Seu carisma tornou-se amplamente conhecido no Brasil, por meio de sua grande atuação na Renovação Carismática Católica. Foi pregador de multidões, desde o seu tempo de formação presbiteral.

Participou de Cenáculos e vários outros encontros, patrocinados pela Renovação Carismática, que atraiam milhares de pessoas em grandes ginásios e estádios em São Paulo e em outros estados brasileiros. Publicou 27 livros, atuou em programas católicos de televisão na Associação do Senhor Jesus, em Valinhos (SP) e, posteriormente, no Sistema de Comunicação – Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), onde ganhou fama nacional e internacional.

Após 16 anos de sacerdócio, padre Léo faleceu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos, vítima de infecção generalizada por causa de um câncer no sistema linfático. Atualmente, a Comunidade Bethânia está presente em oito municípios.