Comupa analisa três pedidos de demolição de imóveis antigos de Brusque
Edifícios ficam na região central e estão no catálogo do município
Após a aprovação da demolição do prédio da Italianinha, o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico (Comupa) recebeu mais três pedidos. Os proprietários e profissionais pleiteiam, por diferentes motivos, a destruição de imóveis históricos, mas para isso precisam do aval do Comupa.
O Município teve acesso às informações divulgadas na última reunião do Comupa, que é pública e aberta à comunidade. Os pedidos protocolados pelos interessados foram feitos no Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan), que os remeteu ao conselho, por isso tratam-se de arquivos públicos.
Os pedidos envolvem três imóveis. Um deles é o Casarão Bauer Moritz, na esquina da rua Barão do Rio Branco com a avenida Otto Renaux, ao lado da Caixa Econômica do Centro. O segundo é o prédio da Alfaiataria do Pedroca, que fica na rua Felipe Schmidt.
O terceiro pedido é relativo a uma residência histórica situada na rua Hercílio Luz, no Centro. Ela fica na região da Padaria Ristow, em frente ao casarão onde morou Balthazar Bohn.
Ainda que a demolição da Italianinha tenha sido aprovada, isso não implica na autorização automática para os demais. Carolina Meireles, presidente do Comupa, explica que a legislação sobre o tema é geral, para que seja aplicada conforme cada realidade.
“O Comupa vai agir da mesma forma que as outras questões foram analisadas. O que nos foi encaminhado, estamos escaneando e enviando aos conselheiros para análise com as entidades”, diz Carolina.
A importância dos imóveis vai além da burocracia de estarem no catálogo do patrimônio histórico do município. Eles remontam a história de Brusque, por isso a análise é mais complexa.
Segundo Carolina, provavelmente algum membro do Comupa visitará os imóveis para entender melhor a realidade. O conselho quer esclarecer alguns pontos antes de deliberar.
“Vamos estudar caso a caso todas as questões. Por que está no catálogo? Qual tipo de memória? Que tipo de intervenção pode ser feita? Que tipo de troca podemos fazer para tentar fazer o cidadão manter?”, afirma a presidente do Comupa e servidora do Ibplan.
Nos próximos passos, os conselheiros devem se reunir para debater. Os profissionais ou proprietários responsáveis pelos imóveis também poderão se manifestar.
Demolição
O fato de o pedido ter sido feito pela demolição não significa que essa seja a intenção dos proprietários. Carolina diz que, às vezes, é apenas para a geração de um protocolo no Ibplan, para provocar uma conversa no âmbito do conselho municipal.
De acordo com a presidente, o Comupa sempre busca alternativas para que o proprietário possa manter o patrimônio. Atualmente, já é possível negociar com o órgão para que o potencial construtivo seja transferido, por exemplo.
A demolição de um patrimônio histórico é algo aceito apenas em casos excepcionais. Ela exige uma série de compromissos e compensações. A lei existe justamente para evitar que os prédios sejam destruídos indiscriminadamente.