Conheça a história do imigrante alemão que jogava escravos dentro de fossos como punição em Brusque
Escravos ficavam presos dos buracos por quase uma semana
Escravos ficavam presos dos buracos por quase uma semana
Em meados dos anos 1870, um dos primeiros colonizadores de Brusque, Pedro José Werner, conhecido como Pedro Miúdo, mantinha uma prática severa para punir seus escravos: jogá-los em um fosso por dias. Essa história é contada no documentário de Celso Deucher, Fosso dos Lamentos.
Pedro era dono de quatro escravos, sendo uma mulher, que trabalhava em sua casa, e três homens que ficavam no engenho. Um deles era Antônio Criolo, que foi vendido para a família Werner aos 20 anos por 950 mil réis, equivalentes a R$ 23 mil. Para o documentário, foi produzida uma carta de compra idêntica a da época.
Pedro morava na região da praça Vicente Só, próxima à Sociedade Esportiva Bandeirante. Naquela época, o rio Itajaí-Mirim passava por trechos da rodovia Antônio Heil.
Celso conta à reportagem que, naquela região, havia dois fossos usados pelo imigrante, mas que obras realizadas entre as décadas de 1980 e 1990 tamparam os buracos.
Mesmo assim, ainda é possível saber onde ficava um dos fossos. As pesquisas revelaram que um deles estava localizado na esquina da rodovia Antônio Heil com a rua Professor Francisco Bodenmüller.
“Além de o escravo ficar preso, às vezes por quase uma semana, ainda contavam muitas lendas para ele. Elas giravam em torno de animais que comiam o escravo e até mesmo índios canibais”, diz.
Celso conta que descobriu a história dos fossos devido a uma lenda urbana sobre as almas penadas que vagavam entre a praça Vicente Só e o pavilhão da Fenarreco.
A lenda foi criada após os canoeiros, que transportavam pessoas pelo rio, ouvirem gritos na região. O que eles não sabiam é que as vozes eram dos escravos presos nos fossos.
“Isso [a lenda] virou uma loucura, porque ninguém mais passava por ali com medo de que as almas aterrorizassem as pessoas. A lenda existia até a década de 1950, quando os pais diziam para os filhos não irem até aquela região.”
Bar da Toca, no subsolo de restaurante, foi curioso point em Brusque no século 20: