Conheça a história por trás das relíquias do 5º Mercado de Pulgas

Expositores contam ao MDD histórias de objetos fabricados nas décadas de 40, 50 e 70

Conheça a história por trás das relíquias do 5º Mercado de Pulgas

Expositores contam ao MDD histórias de objetos fabricados nas décadas de 40, 50 e 70

Além da compra, venda e troca de objetos antigos, o Mercado de Pulgas também estende ao visitante a possibilidade de conhecer histórias de décadas. Para isso, basta conversar, por alguns minutos, com os expositores. A maioria deles demonstra conhecimento profundo em relação à história e ao uso dos produtos na época em que eles eram utilizados.

Durante a visita ao pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof no sábado – primeiro dos dois dias de evento -, a reportagem procurou histórias curiosas relacionadas às relíquias. Um pote de marmita da segunda guerra mundial que também servia como panela e um carrinho de pedal dos anos 50 obtido por meio de um cupom de Nescau estão entre os relatos de três expositores.

A marmita da 2ª guerra mundial

Opção para quem deseja economizar ou para quem precisa de agilidade na hora das refeições, a marmita já era utilizada na década de 40. Durante a segunda guerra mundial, cada militar recebia um “pote”. Naquela época, o utensílio era fabricado apenas em alumínio.

“Era quase como uma panela, porque eles podiam esquentar a comida caso precisassem. Também usavam a tampa como caneca para beber água ou café. Eles podiam esquentar os condimentos tanto com a parte de baixo como com a tampa. Era multifuncional”, explica o comunicador visual Carlos Crippa, de 53 anos. Aficionado por antiguidades militares, ele expôs os produtos pela primeira vez no Mercado de Pulgas.

Crippa adquiriu as “marmitas militares” em um museu localizado em Panambi, no Rio Grande do Sul. Os visitantes que quisessem sair do evento com uma delas teria de desembolsar R$ 200,00. “Tem o valor histórico para os que querem expor em casa. Mas como ainda funcionam bem, os que quiserem comprar para esquentar comida podem levar também”, diz.

O colecionador Carlos Crippa explica que a marmita militar era usada tanto como panela e caneca quanto para conservar os alimentos
O colecionador Carlos Crippa explica que a marmita militar era usada tanto como panela e caneca quanto para conservar os alimentos

Do rancho à exposição

A família do blumenauense Osmar Reno Stoepske comprou a primeira televisão em 1968. Na época com 16 anos, Stoepske viciou-se em filmes e musicais. O aparelho de 20 polegadas acabou virando xodó do menino que, mesmo com o passar dos anos e com a evolução das tecnologias, preserva o artefato até hoje.

A história da televisão do colecionador é similar à história da televisão de um amigo seu. A diferença é que o amigo deixou o aparelho abandonado em “um rancho antigo”. Com dó do objeto, Stoepske o resgatou e o expôs ao valor de R$ 80 no Mercado de Pulgas.

Enquanto isto, a televisão do colecionador permanece em Blumenau: “Jamais vou vender ela. Vou guardar para os meus netos como uma lembrança”. Mesmo tentando comercializar o aparelho do amigo, ele enfatiza: “É preciso preservar a história”.

 

 

A televisão de 17 polegadas do amigo de Osmar Reno Stoepske custa R$ 80,00 e não funciona mais
A televisão de 17 polegadas do amigo de Osmar Reno Stoepske custa R$ 80,00 e não funciona mais

O carrinho do cupom de Nescau

Encontrar a tampinha premiada ou ser sorteado através do número do código de barra são sonhos de consumidores que adquirem produtos vinculados a promoções. Adotadas com frequência pelas marcas, essas estratégias de venda eram comuns nos anos 50. Foi através de uma delas que um morador de São José dos Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba, ganhou um carrinho de pedal.

“Ele achou um cupom premiado no Nescau. Era uma promoção de aniversário da Nestlé. Na época ele era criança, então os pais trocaram o bilhete pelo carrinho de pedal. Quando comprei dele, há três anos, ele deixava o carrinho pendurado em um galpão. Dois meses depois que comprei, ele morreu”, conta o colecionador Luiz de Lima Fonseca.

Morador de Curitiba, Fonseca mantém na cidade uma loja de antiguidades. Ele lembra que soube do carrinho por meio de relatos de amigos. “Fui até lá verificar. Lembro que tive que vir com o carrinho escondido em um saco plástico porque a mulher do senhor não queria que ele vendesse”, relembra.

O carrinho, comercializado por Luiz de Lima Fonseca por R$ 1.200, era de um morador do interior do Paraná que o ganhou através de um cupom premiado da Nestlé
O carrinho, comercializado por Luiz de Lima Fonseca por R$ 1.200, era de um morador do interior do Paraná que o ganhou através de um cupom premiado da Nestlé
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