É impossível falar da história dos empreendimentos Gracher, sem lembrar de dona Nayr Gracher. Em parceria com o marido, Arno, dona Nayr construiu um legado no setor empresarial de Brusque.
Muito jovem e recém-casada, dona Nayr começa a trabalhar no Hotel Gracher, junto com o marido. No início, era responsável por toda a parte de cozinha, em uma época em que tudo era mais difícil.

“O hotel servia todas as refeições e era um trabalho pesado. Não tinha nada pronto. Vinha partes de boi para destrinchar e ela precisava fazer. Muito jovem ela teve que aprender a se virar”, conta a filha Gisela Gracher.

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O ambiente onde trabalhava também sempre foi muito masculino e, por isso, era preciso se impor. A  forma encontrada por ela foi incorporar o “dona” no início do nome.



A filha destaca que dona Nayr e Arno sempre foram muito parceiros. Ele tinha as ideias de negócios e ela tratava de executar. “Desde o início ela sempre precisou ser muito firme.

A segurança financeira, o controle dos negócios era com ela. Sempre foi uma pessoa muito presente, dinâmica. Meu pai idealizava os projetos e a mãe botava a mão na massa e acontecia”.

E nesta parceria, eles tiveram vários negócios: comércio, lanchonete, o famoso Carlinhos Bar, entre outros. “Tudo era muito dinâmico. Eles viajavam e idealizavam coisas para fazer em Brusque. Os dois sempre foram muito pela cidade”, diz.

Gisela conta que um dos períodos mais difíceis para a mãe foi após a morte de Arno, em um acidente de carro, em 1983. Ela tinha 55 anos e sentiu demais a perda do marido. Durante um ano ficou afastada dos negócios, mas depois retomou com força total.
“De repente, ela deu a volta por cima e continuou os planos que o meu pai tinha. Recomprou o terreno aqui atrás, chamou os filhos e começamos então um processo comandado por ela, que era a construção do shopping”.

O shopping estava no planejamento de Arno antes de morrer e então dona Nayr fez acontecer. “Ela coloca como propósito o shopping e não descansa enquanto não consegue realizar. Com a perseverança dela conseguimos construir o empreendimento e inaugurá-lo em 1999”.


Apesar da vida sempre agitada, com muito trabalho, dona Nayr nunca deixou a vaidade de lado. Sempre estava com cabelo feito e elegante. “Ela estava sempre impecável. Não saia de casa sem batom, cabelo arrumado. Mesmo trabalhando muito nos bastidores, na cozinha, fazia questão de estar arrum
ada”.

Dona Nayr seguiu trabalhando até depois dos 80 anos. Alguns setores, como a lavanderia do hotel e a cozinha, fez questão de levar até onde pode. Faleceu em 2018, aos 90 anos.

“Ela sempre foi muito presente, nunca deixou de ter esse olhar para os negócios”.


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