Conheça história de menino de cinco anos que sofreu acidente em Brusque e passa por recuperação
Arthur tem rotina marcada por sessões de reabilitação após trauma medular
Arthur tem rotina marcada por sessões de reabilitação após trauma medular
Quem vê as caras e bocas que Arthur Timóteo Sotero, de cinco anos, faz a cada sessão de fisioterapia, percebe a garra do menino que completa seis anos no dia 1º de abril. Às segundas e quartas-feiras pela manhã, quando realiza as sessões intensivas de fisio solo, traz no rosto o sorriso que já virou marca registrada, mesmo com os olhos curiosos, às vezes ainda com sono.
A rotina do menino mudou no dia 7 de abril de 2021, quando sofreu um acidente perto de casa. “Ele foi buscar a bicicleta na casa da tia e não conseguiu dar a volta, caindo de uma altura de quatro metros”, relembra a mãe, Pauliane dos Santos Timóteo.
Com a queda, Arthur sofreu uma lesão medular que atingiu as vértebras T5 e T6. Ele foi levado às pressas ao hospital e transferido para Florianópolis, onde passou por cirurgia na manhã seguinte ao acidente.
Uma semana depois, já estava em Brusque e com uma nova rotina pela frente, com o início do tratamento com fisioterapia para recuperação. “Ainda no hospital, fui aconselhada pelos fisioterapeutas a iniciar as sessões de fisioterapia o mais rápido possível”, comenta Pauliane.
Arthur iniciou seu tratamento com a fisioterapeuta Kariny Polyana Moraes, da Angel Fisioterapia, ainda no mês de abril. Então, ela teve a iniciativa de trazer o caso do menino para a Fibra Fisio. A clínica decidiu não cobrar o valor do tratamento de Arthur.
“No mês de junho, ele deu início às fisioterapias de solo, com a fisioterapeuta Andressa Fonseca, e de piscina, a hidroterapia, com a fisioterapeuta Ana Paula Kretzschmar. As duas profissionais o atenderam gratuitamente”, conta a sócia-proprietária da Fibra Fisio, Daiane Paza.
“Nos comovemos com a história dele, com toda a situação da família e resolvemos ajudá-lo colocando toda nossa estrutura à disposição para o tratamento do Arthur de forma gratuita”, complementa Daiane.
As sessões de fisioterapia solo de Arthur duram cerca de duas horas, momento em que são propostas diversas atividades para o menino. O objetivo, de acordo com a fisioterapeuta Andressa, é proporcionar a Arthur uma melhor independência da cadeira de rodas.
“Quando o Arthur chegou para nós, ele não conseguia ficar sentado sem apoio e tinha muito medo. Mesmo na cadeira de rodas, ele não conseguia mudar de posição e não tinha nenhuma informação do tronco dele. Por causa da lesão, ele não sente nada abaixo do mamilo. Então, nosso primeiro passo foi trabalhar as posturas baixas”, afirma a fisioterapeuta.
Outra frente da fisioterapia foi a de fortalecer o abdômen e fazer a dissociação da cintura. “Atualmente ele consegue sair da cadeira e ir para cama, do chão para a cadeira, consegue nadar, e embora não tenha o movimento das pernas, ele tem alguns movimentos que conseguimos conectar através do quadril”, diz.
Mesmo se tratando de uma lesão medular completa, no caso de Arthur, a fisioterapeuta explica que a terapia é baseada em atividades.
“Por neuroplasticidade, nós conseguimos trazer a melhor independência possível ao Arthur fora da cadeira de rodas, com outros meios. Ele é um menino focado, super disciplinado. Os pais também são muito dedicados”, complementa Andressa.
Para a mãe Pauliane, a evolução de Arthur é uma somatória de conquistas. No final do ano passado, a família adquiriu um andador para o menino por meio da venda de uma rifa e de doações. Agora, pretendem instalar uma passarela em frente à casa, para dar mais mobilidade para Arthur com o equipamento.
“O andador é para ele sair da cadeira de rodas. Quando ele conseguir fixar bem o quadril e o joelho, vai sair da cadeira. É um processo lento, mas eu acredito e tento explicar a ele de uma maneira que ele entenda que todo esse esforço é para uma boa causa”, finaliza Pauliane.
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