Conheça Juliano Pozzi Pereira, brusquense que é prefeito no Planalto Norte
Pereira está em Irineópolis há 32 anos, onde já foi vereador
Pereira está em Irineópolis há 32 anos, onde já foi vereador
O sotaque nos discursos do prefeito de Irineópolis, no Planalto Norte catarinense, denuncia a origem de Juliano Pozzi Pereira. Nascido e criado no Centro de Brusque, mais precisamente na rua Humberto Mattiolli, próximo à praça Sesquicentenário, ele saiu da cidade há 32 anos para fazer carreira política no município de 10 mil habitantes, próximo a Canoinhas. Hoje, é prefeito pelo PSDB e busca a reeleição.
Pereira saiu de Brusque para trabalhar na agência do Banco do Brasil do pequeno município. Viu na transferência uma oportunidade para alavancar a sua carreira profissional, que havia iniciado em 1982. Por lá, ele casou, teve filhos e netos e não voltou mais.
Neste meio tempo entrou para a política, no ano 2000. Elegeu-se vereador pelo PFL e assumiu o mandato de 2001 a 2004. Em 2003, mudou-se para o PSDB para concorrer nas eleições de 2004 a prefeito, mas acabou derrotado. Tentou novamente em 2008, porém, não teve apoio político e nem lançou candidatura. Em 2012, fez aliança com o PSD e PP de Irineópolis e venceu as eleições. Desde então, comanda a cidade e busca, segundo ele, levar um pouco de Brusque para aquela região.
“O que me levou à candidatura foi o desejo de buscar a construção de um município melhor para que os filhos pudessem ter a opção de construir a vida. Porque aqui, antes, as pessoas ficavam até o ensino médio e depois saiam para fazer a faculdade e não voltavam mais. Então, o município estava decrescendo populacionalmente. O nosso grande objetivo era reverter este processo”, explica o brusquense radicado em Irineópolis.
Influência brusquense
Foi a partir do momento em que sentou na cadeira de prefeito que as influências de Brusque se mostraram mais fortes do que nunca. Ele comenta que tem buscado gerenciar a cidade em duas frentes: a primeira é a geração de empregos por meio da captação de novas empresas, e a segunda, o resgate cultural.
“O que mais me traz recordações é a industrialização de Brusque até hoje e o desenvolvimento que se deu principalmente no setor de malhas e confecções”, diz Pereira. Ele esteve em Blumenau oficialmente como prefeito no ano passado para apresentar as vantagens de Irineópolis para companhias do Vale do Itajaí.
“E já conseguimos trazer uma empresa que está gerando 16 empregos e tem a intenção de alcançar até 50 empregos. Isto vem da nossa terra”, comenta o prefeito.
Apegado às suas raízes, tanto é que até hoje, mais de três décadas depois de se mudar, ainda tem um sotaque muito marcado, com famoso “shhh” no lugar do “s”, Pereira também se baseou no apreço pela cultura para conduzir as suas políticas de governo. Ele comenta que em Brusque as influências das culturas alemã, italiana e polonesa são muito fortes e sobrevivem até hoje, mais de um século após os primeiros imigrantes pisarem por aqui.
O prefeito tem incentivado a criação de grupos folclóricos nas escolas municipais. Irineópolis tem uma forte presença de descendentes de poloneses, por isso um grupo polonês é referência na região. A prefeitura também planeja a criação de outros dois grupos de cultura alemã e italiana.
Raízes familiares
Juliano Pozzi Pereira é casado com Tânia Ruckl Pereira e é filho de Anselma Maria Pozzi Pereira e Eduardo Pereira. Anselma e Eduardo ainda moram em Brusque, na mesma casa onde o agora prefeito se criou. Ela foi professora de deficientes auditivos por muitos anos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae).
Como o sobrenome denuncia – Pozzi – a família tem origem em Botuverá. Já o pai, Eduardo, é de São João Batista. Ele foi alfaiate do seu Helmo Flor, conhecido como Lóla Flor, antes de se tornar o administrador do Serviço Social da Indústria (Sesi).
Pereira conta que estudou até o ensino médio no Colégio São Luiz, que ficava perto da sua casa. Embora esteja adaptado a Irineópolis, com família e netos, o prefeito brusquense reconhece que Brusque ainda tem muita influência sobre a sua vida pessoal e profissional. De vez em quando ele visita a mãe.
“Tenho boas lembranças de Brusque. Gosto muito da cidade, apesar de estar fora já há 32 anos. Sempre que tenho a oportunidade, gosto de passear por Brusque para ver como o município cresceu e está desenvolvido”, afirma. “A cidade me ensinou muito nos 21 anos em que lá permaneci. Até hoje isto se reflete na minha vida. Tenho muita saudade da terra onde nasci e me criei”.