Conheça torcedora do Brusque que vende pipoca há 48 anos no estádio Augusto Bauer

Inês da Silva é apaixonada pelo futebol e pelo quadricolor, com coleção de camisas e até de charges do jornal O Município

Conheça torcedora do Brusque que vende pipoca há 48 anos no estádio Augusto Bauer

Inês da Silva é apaixonada pelo futebol e pelo quadricolor, com coleção de camisas e até de charges do jornal O Município

Quando a bola rolar para Criciúma x Brusque às 16h30 deste sábado, 30, no jogo de volta da final do Catarinense, Inês da Silva, 68 anos, estará assistindo pela TV, acompanhando e vibrando, apaixonada pelo quadricolor.

Mas independentemente do resultado, ela continuará a sua saudade do estádio Augusto Bauer, onde vende pipoca há 48 anos com o marido Valdir e torce muito para o time de coração. Não vê a hora de voltar ao Gigantinho e acredita que o estádio ficará muito bonito após as reformas. O último jogo do estádio foi em 22 de outubro, com derrota brusquense por 2 a 1 para o Amazonas, na final da Série C.

Inês acompanha de perto a história do Brusque, desde muito antes da fundação do clube. O esporte a acompanha desde criança, quando jogava bola com amigos na rua. A paixão pelo futebol foi uma herança de seu pai, com quem foi muito próxima, e com quem costumava ouvir as partidas no rádio. Ele faleceu quando ela tinha apenas 16 anos. Depois, Inês passou a ir ao estádio com as amigas. Nos tempos em que o quadricolor nem existia ainda, torcia para o Paysandú.

Quando começou a namorar seu Valdir, poderia haver um obstáculo no caminho: ele é torcedor do Carlos Renaux. “Mas ele não é muito de futebol. Aí ficou mais fácil. Ainda bem que é paciente”, relata, bem-humorada.

Desde os oito anos, Valdir vendia pipoca com seu pai, tanto no estádio Cônsul Carlos Renaux, do Paysandú, quanto no Augusto Bauer, do Carlos Renaux. E este trabalho se tornou um complemento importante na renda do casal. Também estão presentes em outros eventos, como os realizados no pavilhão da Fenarreco, por exemplo.

O Brusque foi fundado em 1987, começou a jogar em 1988, e Inês abraçou o clube para nunca mais largar. Já viu todas as fases do clube, mas nem sonhava viver com o quadricolor o que vive hoje.

“Jamais imaginei que o Brusque iria chegar a tanto. Muito menos no Brasileirão Série B. Quando começou um Brasileirão Série B, tirei um monte de fotos. Porque, gente… Só os grandes times estão lá. E tá ótimo na Série B. Quando um time como o Joinville, de uma cidade maior, foi para a Série A, depois veio um tombo só. Estamos satisfeitos com o Brusque assim. Série A, só mais pra frente. Com muita sede ao pote, acaba se engasgando (risos). Tá ótimo, tá ótimo. Não dá para reclamar.”

O carrinho da família: pipoca é complemento importante na renda da família | Foto: Diego Martins/O Município

Coleções

Num dos cômodos da casa, estão os “cavalinhos do Fantástico” vestindo o manto quadricolor, e um pôster do Brusque campeão do Brasileiro Série D 2019. Dona Inês tem também um arquivo com recortes do jornal O Município. Suas matérias preferidas sobre o Bruscão estão guardadas no jornal impresso. Inúmeras charges de Ed Carlos Santana com o Marreco estão armazenadas recortadas, e as preferidas são plastificadas.

Em seus armários, está uma coleção com dezenas de camisas de futebol. A maioria esmagadora é do Brusque. E está sempre vestindo uma peça da coleção. “É todo dia”, conta a neta Loren, que herdou a paixão pelo futebol, assim como as filhas Marina e Gisele. Inês tem também uma bandeira autografada pelo elenco da Série C de 2023.

Charges são recortadas e até plastificadas por dona Inês | Foto: Diego Martins/O Município

Os preferidos

Wallace é o jogador preferido de dona Inês no elenco atual do Brusque. Ela vê o zagueiro como um jogador diferente, e elogia o trato dele com os colegas. Foi uma grande surpresa quando viu o anúncio de sua chegada, para a temporada 2022.

“Eu já gostava dele quando ele estava no Corinthians. Sabe aquele jogador que chama a atenção da gente? E eu pensava ‘bem que ele podia ir para o Flamengo’, e ele foi. Mas jamais imaginava que um dia ele iria para o Brusque.”

Outro jogador que caiu nas graças de dona Inês é Matheus Nogueira. “Em muitas partidas, foi ele quem salvou.”

O pôster de campeão da Série D está na parede | Foto: Diego Martins/O Município

Expectativa

Toda a campanha do Brusque no Catarinense 2024 foi feita sem casa. Na primeira fase e nas quartas de final, o time foi mandante no Estádio das Nações, em Balneário Camboriú. Na semifinal, recebeu o Avaí na Arena Joinville; e no primeiro jogo da final, enfrentou o Criciúma no Gigantão das Avenidas.

Inês esteve no empate em 0 a 0 com o Figueirense, mas não quis levar o carrinho de pipoca a Balneário Camboriú. A ansiedade é para voltar ao estádio Augusto Bauer reformado. Não há uma previsão exata para este retorno “[Além do desfalque financeiro], pra mim tem mais o desfalque de não ver futebol (risos). Não vemos a hora de voltar. A expectativa é muito grande.”

Ela espera que continue existindo um espacinho para o carrinho de pipoca, mesmo com a redução da área por conta da construção do centro comercial e da aproximação do campo com a arquibancada coberta.

E é possível torcer para o Bruscão no estádio quando se está trabalhando com a pipoca? Ela dá um jeito: “Minha filha vai para me ajudar e aí eu fujo (risos). Não consigo ficar o jogo todo ali”, explica a torcedora.

O Brusque enfrenta o Criciúma às 16h30 deste sábado, 6, no Heriberto Hülse, no jogo de volta da final do Catarinense. O quadricolor precisa vencer por um gol de diferença para levar a decisão aos pênaltis. E dona Inês tem fé na virada: “Dá pra acreditar no título, com certeza. Aquele jogo foi o primeiro tempo. Agora vem o segundo… Vamos ser campeões!”

A família no estádio | Foto: Diego Martins/O Município
Bruscão é predominante na coleção | Diego Martins/O Município

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