Para quem quiser apreciar paisagens fantásticas, águas límpidas, cultura e muito verde, a nova aposta do turismo em Guabiruba vem de bicicleta. Em breve, será lançado o projeto “Conhecendo Lageado Alto Sobre Duas Rodas”. Esta primeira etapa inicia com a sinalização e lançamento oficial do roteiro, que promete reunir grande número de apreciadores do cicloturismo e atletas que tem preparo físico e espírito aventureiro.
Há poucos dias foi realizada a avaliação do roteiro, que contou com o apoio da Coordenação do Projeto Rotas do Itajaí – UNIFEBE no reconhecimento do trajeto e identificação dos principais pontos turísticos. Trata-se de iniciativa pioneira na região envolvendo o tripé: educação para o turismo, iniciativa privada (futura Associação Visite Guabiruba – AVIGUA) e poder público (manutenção das estradas).
Em plena Região Turística do Vale Europeu, Lageado Alto foi colonizado por italianos. Celva (2008) informa que o primeiro nome dado ao local pelos imigrantes era Vallata de Lageada (Vale do Lageado), pois a região lembrava os belos vales da Itália. Para chegar lá, o turista vai ter que encarar algumas subidas e várias curvas. Mas o esforço vale a pena. Natureza esplendida, água em abundância, cultura, capelinhas erguidas e mantidas por moradores em agradecimento a alguma bênção recebida e estufas que remetem ao tempo em que a região vivia da exploração do fumo são comuns ao longo do trajeto.
Após uma boa subida, encontraremos um Mirante, parada estratégica para descansar, contemplar as lindas montanhas e fotografar a Igreja e o Museu, inseridos no Parque Nacional da Serra do Itajaí.Descendo, chega-se a parte baixa onde estão implantadas a centenária Igreja Imaculada Conceição e o Memorial Ítalo Guabirubense Sacristão Francesco Celva, museu que preserva fotos, ferramentas de trabalho e objetos pertencentes aos antepassados italianos.
Chegando à igreja do Lageado Alto, pegando à esquerda, o turista tem a opção de chegar à Estrada da Mineração, que leva às minas de ouro abandonadas, passando, no trajeto, pelo Ribeirão Cristalina. Seguindo o percurso normal, o caminho avança íngreme e sinuoso. Passa-se por estreitos pontos na estrada em que montanhas de pedra foram escavadas à mão para que os caminhões das madeireiras trafegassem. De um lado encontramos paredões de pedra e do outro, ribanceiras impressionantes. Boa parte do caminho é sombreada pela mata, percurso que propicia o encontro com o divino e conduz a reflexão.
Chegando ao ponto final do roteiro, encontramos a Capela de Santo Antonio, implantada no alto do morro aonde nevou em 2013 e são realizadas a tradicional festa de Santo Antônio e da Cultura Italiana. O Morro de Santo Antonio já foi conhecido como Alto Morro Garcia. A estrada velha que ligava a estrada geral à Capela ainda é mantida e lá são realizadas procissões, sendo também utilizada para a prática do Downhill – ciclismo que consiste em descer rapidamente um percurso. Para quem quiser continuar a pé, depois de algumas horas de dura caminhada é possível chegar ao Pico do Carneiro Branco.
Para alimentação, hoje encontramos duas opções no roteiro: a “Tafona Razera”, que atende por agendamento, e o restaurante “Lá nas Trutas” que atende aos finais de semana. Projeta-se, para médio prazo, a instalação de mais um restaurante, uma vinícola, uma pousada e o plantio de hortênsias às margens da estrada.
O turismo é uma importante atividade de desenvolvimento econômico sustentável, em que o uso dos recursos naturais possibilita o equilíbrio entre sociedade e natureza. Projetos relacionados ao incremento da atividade turística requerem apoio técnico, parcerias, educação, envolvimento, comprometimento e apoio da comunidade. O projeto “Conhecendo Lageado Alto Sobre Duas Rodas” contempla essas premissas, já nasce forte e tem tudo para dar certo. Parabéns pela iniciativa, Guabirubenses!
