Construção civil em Brusque está estável, dizem sindicatos
Duas entidades do setor no município afirmam que desaceleração do mercado não trouxe grandes prejuízos à cidade
Duas entidades do setor no município afirmam que desaceleração do mercado não trouxe grandes prejuízos à cidade
Após anos de expansão, o mercado da construção civil começa a se estabilizar em Brusque. O freio no início de novos empreendimentos no município é reflexo da alta dos juros e do corte de gastos do governo no setor.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sintricomb), Isaías Otaviano, a situação do mercado da construção civil no município é medido pelo número de rescisões registradas mensalmente.
“Pela rotatividade de trabalhadores registrada no nosso sindicato nos primeiros meses deste ano, podemos afirmar que o setor está estável na nossa cidade”, diz.
Segundo ele, de janeiro até abril deste ano, o sindicato registrou 566 rescisões no setor. Já no ano passado, no mesmo período, foram 586 trabalhadores demitidos.
Os dados do Sintricomb mostram ainda que, o pior mês para o setor em Brusque, desde 2012, foi fevereiro deste ano, com 197 rescisões. “Acredito que este não é o nosso momento mais difícil. Não estamos registrando demissões em massa, o que está acontecendo é o mercado estável. Não está em crise, mas também não houve expansão”, avalia.
O sindicalista atribui essa desaceleração à retração dos investimentos públicos na construção civil como o corte de recursos no programa Minha Casa Minha Vida. “O Minha Casa Minha Vida vinha com bastante força nos últimos anos, e agora o governo deu uma segurada”.
Com isso, o investimento no setor caiu. “Tivemos muitas empresas que não eram do ramo que começaram a investir na construção civil devido o crescimento do setor. Com a estabilidade, essas empresas estão pensando melhor antes de investir neste mercado”, afirma Otaviano.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sinduscon), Ademir Pereira, destaca que o setor não está em crise no município. “A construção ainda está produzindo. A economia desacelerou, mas ainda temos espaço para progredir. Apesar da liberação dos financiamentos estar mais difícil, o nosso setor ainda vem funcionando normalmente. O nosso mercado ainda está estável, temos muitas obras em andamento, estamos tranquilos”, diz.
Levantamento feito pelo Sintricomb mostra que, até março, estavam em andamento no município 153 obras em Brusque, entre prédios, casas e obras germinadas. O mesmo levantamento feito no ano passado apontou 169 obras em andamento no município até o mês de maio. Já em 2013, a pesquisa apontou 167 construções na cidade até junho.
Insegurança
O diretor da KRCon, Valter Orlandi, afirma que o momento é de insegurança quanto a novos investimentos no setor. “Os negócios estão acontecendo, mas em ritmo lento. As pessoas estão preferindo esperar um pouco para ver como o mercado reage antes de iniciar um investimento no setor”.
Segundo ele, construtoras pequenas também estão mais cautelosas. “O número de pedidos de emprego no setor aumentou, e com essa restrição na concessão de crédito, tudo se estabilizou. A tendência é começar a melhorar no segundo semestre. As pessoas ainda têm condições de investir, mas estão com medo de enfrentar surpresas negativas. Acredito que com o tempo isso vai se normalizar”.