Conta de hospedagem para jogo entre Brasil e Marrocos ainda não foi paga a hotel de Brusque
Amistoso foi realizado em outubro; hotel afirmou a vereadores que valor devido chega a R$ 66 mil
Amistoso foi realizado em outubro; hotel afirmou a vereadores que valor devido chega a R$ 66 mil
A organização do amistoso de futsal entre Brasil e Marrocos, realizado em 7 de outubro de 2022 na Arena Brusque, é assunto de um pedido de informação encaminhado à Prefeitura de Brusque pelo vereadores Deivis da Silva (MDB). A demanda é motivada por uma suposta dívida da Fundação Municipal de Esportes (FME) ou da prefeitura com o hotel que hospedou as delegações das equipes. O documento data de 7 de fevereiro.
O pedido de informação foi elaborado após os vereadores Deivis da Silva, Deco Batisti (PL) e Rick Zanata (Patriota) terem sido convidados a uma visita ao hotel que hospedou as delegações de Brasil e Marrocos em Brusque. Ele foram informados de que os pagamentos de hospedagens, alimentação e serviços de lavanderia das duas seleções ficaram pendentes. O hotel alega que há em torno de R$ 66 mil a serem pagos pela Prefeitura de Brusque e pela FME.
Contudo, Deivis da Silva explica que não foi apresentado nenhum documento que relacione o poder público municipal à dívida. Nesta visita, o hotel relatou aos vereadores sobre o contato que teve com a prefeitura sobre a prestação dos serviços. Portanto, foi redigido o Pedido de Informação 34/2023 com mais de 10 perguntas e solicitações de documentos à Prefeitura de Brusque sobre diversos aspectos da organização do amistoso. O item “h” é sobre hospedagem e alimentação:
“A Prefeitura de Brusque, a FME e/ou algum agente político assumiram a responsabilidade das despesas com hospedagem e alimentação completa das duas delegações em Brusque? (Em caso positivo, encaminhar documentação completa dos valores pagos; da ordem de compra/serviço; do empenho; das notas fiscais, do comprovante de pagamento bancário ao favorecido, bem como da justificativa legal para escolha do hotel.)”
Outros questionamentos do pedido de informação se referem a assuntos como: responsabilidades e participações na organização do amistoso; venda de ingressos e bebidas; se a prefeitura pagou taxas para trazer a partida à Arena Brusque; se a prefeitura cobrou taxas para a realização do evento na Arena Brusque; e responsabilidade sobre o traslado das equipes entre hotel e Arena.
Na sessão da Câmara desta terça-feira, 14, foi aprovado um requerimento assinado por Deivis da Silva, Deco Batisti e Rick Zanata para que Carione Mees Pavanello, o Cacá, seja formalmente convidado a explicar a organização do evento. Cacá Pavanello é ex-presidente da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e ex-vereador de Jaraguá do Sul, além de ter sido gestor da Malwee Futsal na década de 2000. Em janeiro, foi anunciado como executivo de futsal do Blumenau, que disputa a Liga Nacional.
Durante a visita dos vereadores ao hotel, Pavanello foi citado como um intermediário na organização do evento. Mantinha contato com as delegações de Brasil e Marrocos, com a Prefeitura de Brusque e com o hotel, no qual também ficou hospedado. “Estamos perguntando apenas para termos o conhecimento dele”, comenta Deivis da Silva.
“O pedido de informação já é uma ferramenta para a gente, de forma antecipada, sem qualquer tipo de análise e de juízo, ter uma clareza maior de tudo que ocorreu neste amistoso”, afirma.
Nesta quarta-feira, 15, e nesta quinta-feira, 16, O Município tentou contato com o diretor-geral da FME à época, Edson Garcia, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria, às 17h de quinta-feira, 16. O atual diretor-geral da FME, Edemar Luiz Aléssio, o Palmito, afirmou que ainda não foi notificado sobre o pedido de informação.
O Município entrou em contato com Cacá Pavanello na tarde desta quarta-feira, 15. O dirigente esportivo afirmou que, até aquele momento, não havia sido comunicado sobre o pedido de informação e questionou o que a Câmara teria a ver com o evento.
A reportagem então perguntou se poderia continuar a conversa fornecendo mais detalhes sobre o contexto dos questionamentos dos vereadores. A resposta foi negativa, seguida da afirmação de que não tem que dar satisfações à Câmara.
A Prefeitura de Brusque, por sua vez, se manifestou em nota sobre o assunto. O governo informou que já tomou conhecimento do pedido de informação e tem até 20 dias para apresentar a resposta. “O documento está em fase de coleta de dados e após o envio à casa legislativa, a prefeitura irá se manifestar sobre os fatos em questão”.
A prefeitura informou, ainda, que foi instaurado um procedimento administrativo no dia 14 de fevereiro, no âmbito da Procuradoria-geral do município, após o hotel cobrar uma suposta dívida do município de Brusque com a empresa. O procedimento está em fase inicial.
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