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Covid-19: veja a opinião de entidades de Brusque sobre passaporte sanitário em SC

Algumas se manifestam a favor com ressalvas, e outras são totalmente contra a obrigatoriedade

A discussão da obrigatoriedade ou não do passaporte sanitário ou de vacinação da Covid-19 para entrar em locais de acesso exclusivo a pessoas vacinadas segue a nível nacional e estadual.

Na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, participantes criticaram a exigência do passaporte vacinal durante audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) realizada no começo do mês.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), chamou o passaporte sanitário de “coleira”, contrariando a recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“Vemos uma briga enorme aqui agora sobre passaporte vacinal. Quem é favorável não se esqueça: amanhã alguém pode impor algo para você que você não esteja favorável”, disse Bolsonaro durante cerimônia de assinatura dos contratos do leilão do 5G.

O certificado é gerado pelo aplicativo ConecteSUS, e também há os certificados de papel, entregues no momento da vacinação no posto de saúde. Atualmente, no entanto, o aplicativo está apresentando instabilidade, devido ao ataque de hackers ocorrido no site no Ministério da Saúde na semana passada.

Setor empresarial

A presidente da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (Acibr), Rita Cássia Conti, se posiciona a favor do passaporte. “Eu sou muito a favor, acho importante como temos uma região com fluxo alto de turistas e muito visada, é essencial nos proteger”, analisa.

Para ela, a obrigatoriedade não deve ser algo radical, mas sim com coerência, e fazer o pedido do passaporte em entradas de aeroportos, rodoviárias como forma de proteção para o povo catarinense.

“Acho complicado pedir aos estabelecimentos, pois alguns fazem e outros não. Mas seria muito prudente se tivesse algum benefício nos aeroportos, como testes rápidos gratuitos”, opina Rita.

A presidente ressalta que a Acibr é a favor da saúde e dos empregos, sem lockdown, isto é, o fechamento de empresas e comércio.

A presidente da Associação de Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr), Sandra Werner também é favorável ao passaporte sanitário durante a pandemia. “Neste caso, eu sou a favor de algum controle. Onde há aglomerações como rodoviárias, aeroportos e escolas, não precisa ser diária, mas ter um certo controle”, comenta.

Sandra destaca que no caso do comércio é a favor da continuidade do uso de máscara e álcool gel, também considerada uma forma de controle da doença.

Turismo

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque, Ademir José Jorge, considera complexo dar uma opinião correta sobre o tema, já que a pandemia ainda é preocupante.

“Isso tudo nos leva a preocupações, e penso que em eventos fechados com aglomerações é importante. Mas temos que cuidar para não afugentar a população, pois quem promove eventos têm necessidade de público. Porém, visando pelo lado sanitário ajuda muito a não proliferar mais a doença”, opina.

Ele ressalta que Brusque está com a pandemia sob controle, e “sentindo as dores desse segmento [turismo], eu penso que deveria ter o passaporte em portos, aeroportos para não deixar o problema entrar no estado”, destaca.

Leia também:
– Vereador que não foi imunizado contra Covid-19 propõe proibição do “passaporte da vacina” em Brusque;
– Covid-19: Brusque não vê necessidade de implantação de “passaporte da vacina”

Comércio

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, Fabricio Zen, se posicionou contra a obrigatoriedade do passaporte sanitário, em qualquer esfera pública.

“Conversei com a diretoria que representa nossos associados. Nos posicionamos contra em qualquer esfera, pois acaba sendo uma ditadura silenciosa, querer restringir o acesso dos cidadãos a locais públicos”, explica.

Ele entende que é possível manter os protocolos de higiene e segurança, como o uso de máscara e álcool gel.

“Nos eventos sociais, jogos, o uso de máscara pode continuar a ser exigida, mas solicitar o passaporte é contra a postura e atitude por parte do governo do estado”, diz o presidente do CDL de Brusque.

Para Fabricio, o passaporte tira a liberdade do indivíduo, criando ferramentas e barreiras pra cercear a liberdade e causar discriminação.

O presidente do Sindilojas de Brusque, Marcelo Gevaerd, também conversou com a diretoria e se posiciona contra o passaporte em qualquer aspecto.

“A partir do momento que tira a liberdade das pessoas, isso vai afugentá-las. É melhor deixar livre e praticamente todos nossos diretores falaram neste sentido, que com o turismo de compras em Brusque essa medida afugentaria clientes”, detalha.

Ele destaca que o protocolo de higiene deve ser mantido, e é a favor de novas campanhas de vacinação contra Covid-19.

“Uma sugestão também é buscar e ir até a residência dessas pessoas que não foram vacinadas ou tomaram apenas a primeira dose e aplicar a vacina caso haja interesse, respeitando o livre desejo do morador”, destaca.

O Município procurou também o presidente da subseção de Brusque da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Renato Munhoz, no entanto, ele preferiu não se manifestar sobre a questão, sob a alegação de que o assunto não foi discutido com a diretoria.


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