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Criada há 30 anos, Fenajeep foi pensada em reunião de amigos e recebeu título de “festa nacional” já na primeira edição

Fundador da Fenajeep convenceu gerente nacional da KIA a expor no evento e foi até São Paulo divulgar festa

Criada há 30 anos, Fenajeep foi pensada em reunião de amigos e recebeu título de “festa nacional” já na primeira edição

Fundador da Fenajeep convenceu gerente nacional da KIA a expor no evento e foi até São Paulo divulgar festa

Em 2024, a Fenajeep chega a seu aniversário de 30 anos. Tudo começou em 1994, a partir de uma reunião de amigos e membros do Brusque Jeep Clube. A ideia surgiu com desconfiança por parte do grupo fundador e dos primeiros expositores convidados. Após muito esforço na divulgação do evento, a primeira edição foi realizada e se consolidou.

De acordo com Vilmar Walendowsky, o Negão, fundador da Fenajeep e ex-presidente do Brusque Jeep Clube, os jipeiros da cidade participariam de um raid (rally) em Chapecó. Enquanto discutiam como levariam o jipe até o Oeste catarinense, foi mencionada a possibilidade de realizar uma grande festa jipeira em Brusque.

Participavam da reunião os amigos Ivo Wanka, Newton Patrício Crespi, o Cisso, e Ademar Hausmann, além de Negão Walendowsky. Já era realizado um rally na cidade, mas a ideia era promover algo maior. Então, de início, foi avaliada a possibilidade de trazer expositores para um salão de automóveis, com peças e acessórios.

Logo de início, alguém do grupo mencionou a ideia de nomear o evento como Fenajeep. “O que é Fenajeep?”, perguntou um deles. “Festa Nacional do Jeep”, respondeu o idealizador. “Tu tais doido, nem existe a festa e tu diz que é uma festa nacional”, criticou o amigo.

Fenajeep nos primeiros anos de festa. Foto: Arquivo Fenajeep

Anos mais tarde, a festa que os amigos questionaram, em tom de brincadeira, se seria ou não nacional, se tornaria internacional, com a presença de participantes de outros países da América Latina.

“Seria a primeira festa jipeira que existiria. Até então, só existia raid. Começamos então a trabalhar para concretizar a festa. Chamamos o Beto Rezini, que era o presidente do Brusque Jeep Clube, e explicamos para ele o que queríamos fazer. O Beto topou na hora e começamos a trabalhar”, relembra Negão.

Eles, então, foram até o escritório de Cisso e elaboraram o panfleto da Fenajeep no computador. Depois, começou um grande trabalho de divulgação do evento. A primeira organização passou a percorrer a cidade em busca de lojas de acessórios e peças de jipe. Os comerciantes foram convidados para expor seus produtos no salão.

Negão conta ainda que o grupo buscou pessoas que participavam de competições de moto, bicicleta, surfe e de outras modalidades além do jipe. A ideia era convidar os esportistas a apresentarem seus troféus e materiais de competição para também expor na Fenajeep.

Jipe durante participação da Fenajeep nos primeiros anos do evento. Foto: Arquivo Fenajeep

Presença da KIA e revista 4×4

A 1ª Fenajeep chegou a contar com o apoio “dos grandes” do setor automobilístico. A organização se encontrou com o gerente nacional da KIA em Blumenau durante a inauguração de uma loja da empresa no município. Na mesma época, o jipe Rocsta, da KIA, era importado para o Brasil.

“Eu soube que, em Blumenau, seria inaugurada a loja da KIA. Na época, tinha chegado ao Brasil o primeiro jipe da KIA, o Rocsta. Esse jipe estava em São Paulo. Fomos com nosso panfleto até lá [em Blumenau] para a inauguração. O gerente nacional da KIA estava, pois era uma inauguração muito importante”.

Negão conversou com o gerente da empresa e o convidou para participar da Fenajeep e expor o Rocsta, que, segundo o ex-presidente do Brusque Jeep Clube, ainda não havia sido lançado oficialmente no Brasil.

Depois de receber a explicação de como seria a Fenajeep, o gerente da KIA questionava se seria de fato um evento grande. Negão, então, garantiu que tratava-se de uma grande festa e a vinda do Rocsta para a primeira edição foi confirmada.

“Quando voltávamos para casa, dávamos risada. Não sabíamos se seria um evento grande, pois era o primeiro, mas estávamos com fé que seria grande”, conta. A divulgação da Fenajeep continuou. Negão chegou a ir para São Paulo e lá conheceu quem seria um dos maiores divulgadores da Fenajeep.

Ele colocou um panfleto do evento em um jipe que estava parado. Depois, quando o dono do veículo entrou no jipe, viu o panfleto e começou a ler. Assim, Negão o abordou e explicou o que se tratava. A pessoa que estava lendo o panfleto era Arílio Alencar Júnior, dono da revista 4×4, que, já na primeira edição, fez a cobertura do evento.

O ex-presidente do Brusque Jeep Clube lembra que tudo ocorreu bem na primeira edição. O evento terminou por volta de meio-dia de domingo, com a premiação aos competidores. Negão relata que, quando a 1ª Fenajeep encerrou, no começo da tarde chegaram outras pessoas de Itajaí, Gaspar e Blumenau.

Os visitantes tinham interesse em participar do evento e ficaram irritados com os organizadores por causa do término àquela hora, considerada cedo por eles. “Para não apanharmos, tivemos que sair dali e ir embora”, conta, em tom de brincadeira. Negão integra a comissão organizadora da Fenajeep até os dias atuais.

Registro do 2º Raid Cidade de Brusque, realizado na 1ª Fenajeep. Foto: Arquivo O Município

Registros históricos

A primeira edição da Fenajeep aconteceu entre os dias 13 e 15 de maio de 1994, no pavilhão da Fenarreco, local em que o evento foi sediado até 2022. A partir de 2023, a sede passou a ser o Complexo Chico Wehmuth, rua Abraão de Souza e Silva, na Estrada da Fazenda.

“Venha se divertir na maior festa jipeira do Sul do país, em Brusque, nos dias 13, 14 e 15 de maio, no pavilhão da Fenarreco. Participe da 1ª Fenajeep”, dizia a propaganda institucional da primeira edição do evento, que tinha imagens de jipes e o anúncio da primeira edição.

O jornal O Município também divulgou a 1ª Fenajeep. Na edição de 13 de maio, sexta-feira, primeiro dia do evento, foi divulgada a matéria “1ª Fenajeep vai agitar o fim de semana”, na seção de esportes. No conteúdo consta que, além de jipeiros do Sul, o evento contaria com a participação de paulistas e fluminenses.

“O evento é uma promoção do Brusque Jeep Clube, que espera mais de 10 mil pessoas durante três dias de festa. Além do 2º Raid Cidade de Brusque ‘Trilha do Chope’, haverão provas de cross, salão do automóvel e baile com a banda Fruto Proibido”, consta na matéria.

Matéria do jornal O Município sobre 1ª Fenajeep, em 1994. Foto: Thiago Facchini/O Município

Em reportagem após o evento, publicada na edição de 20 de maio de O Município, a organização da 1ª Fenajeep disse que o evento superou as expectativas de público e reuniu cerca de 20 mil pessoas no pavilhão da Fenarreco durante os três dias de Fenajeep.

O raid começou às 8h de sábado, dia 14. Os 96 jipes inscritos percorreram 87 quilômetros de trilha, que passava pelo interior de Brusque, além de atravessar partes de Guabiruba e Nova Trento. A vitória ficou com o piloto florianopolitano Oscar José Schmidt. Na noite de sábado, foi realizado o baile.

“Os organizadores da 1ª Fenajeep e do 2º Raid Cidade de Brusque ficaram satisfeitos com o resultado do evento e prometem novas festas para os próximos anos”, conclui a matéria. Com o passar dos anos, a Fenajeep foi crescendo e se desenvolvendo, até chegar ao aniversário de 30 anos.


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Médico da Nicarágua faz carreira trabalhando no SUS de Brusque:


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