Criança tem ferimento na cabeça após queda em creche pública de Brusque
Secretaria de Educação alega ter prestado atendimento adequado; mãe registrou caso na polícia
Secretaria de Educação alega ter prestado atendimento adequado; mãe registrou caso na polícia
Roseli da Silva registrou boletim de ocorrência após seu filho ter caído do trocador de fraldas da Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Vó Rosa Dallago, no bairro Limeira. A altura é estimada em 1,5 metro. Exames feitos no dia indicaram um trauma devido a um choque na cabeça. O caso ocorreu na sexta-feira, 9, menos de um mês após uma criança ter tido parte do dedo cortado em creche no Jardim Maluche.
Nesta semana, o bebê de 10 meses voltou ao educandário para os pais trabalharem. Ele é um dos 127 matriculados no local. Roseli estava em viagem de trabalho no momento do acidente. Segundo ela, uma ligação da escola a fez voltar de Itajaí.
Ao chegar no local, a mãe foi informada que o filho estava no posto de saúde ao lado do educandário. Minutos depois, uma unidade do Samu chegou para levar o bebê até o hospital para exames complementares.
No entanto, ela não poderia acompanhá-lo pois precisava buscar seu outro filho na escola. A solução foi levar o bebê ferido consigo e, depois, ela mesmo levá-lo ao hospital. Roseli se queixa que os profissionais da creche se negaram a acompanhar a criança em seu lugar.
Para ela, houve negligência no caso e a criança deveria ter sido encaminhada diretamente ao hospital por conta do choque na cabeça. Só para se deslocar de Itajaí até a escola, elas estima ter levado cerca de meia hora.
Roseli diz que após o acidente solicitou mudanças no método de troca das crianças. Teme que casos semelhantes se repitam ou que o quadro do filho se agrave. Nos próximos dias, a família deve buscar auxílio jurídico na tentativa de responsabilizar a prefeitura. “Estou preocupada em deixar meu filho na escola”.
Desde lá, ela tem observado com preocupação a recuperação do menino. Segundo Roseli, ele só consegue dormir de bruços, devido a dor no local. Ela tem procurado exames adicionais para evitar possíveis sequelas do acidente.
Outra versão
A diretora da escola, Simone Regis, apresenta uma versão diferente do ocorrido. Ela confirma a lesão, mas minimiza a gravidade do caso. “Não foi uma queda livre. Ele estava sendo trocado, escorregou pela perna da trocadora e caiu sentado. Depois ele bateu a cabeça no chão”.
Ela estava na reunião de diretores no momento do acidente e se baseia no relato da equipe presente no local. De acordo com Simone, assim que o caso foi comunicado, a orientação foi pela busca de atendimento médico. A opção pelo posto de saúde, afirma, foi pela proximidade e facilidade de consulta.
De acordo com a diretora, mãe e Samu foram chamados na sequência. Ainda no posto de saúde do bairro, o menino passou pela avaliação de uma enfermeira e do médico responsável. Como ele apresentava um inchaço na cabeça e sonolência, foi encaminhado ao hospital para ficar em observação.
A diretora de Educação Infantil, Ivanete Groh, conversou com a mãe na última terça-feira, 13. Segundo ela, durante a reunião, além da solicitação de mudança de local para troca das crianças, houve um pedido de ajuda de custos por parte da mãe. Ambos os pedidos foram negados.
Segundo ela, o local é planejado para o atendimento e tem os padrões de higiene adequados à prática. Para evitar novos casos, proteções laterais estão sendo instaladas nesta semana e houve a orientação para o cuidado redobrado no trabalho. Ao todo, mais de 6 mil crianças estão matriculadas na educação infantil da rede municipal.
Casos diferentes
Para a secretária de Educação, Eliani Buemo, o acidente não pode ser comparado ao do menino de um ano e três meses, no último dia 26. O estudante Centro de Educação Infantil (CEI) Hilda Anna Eccel II, no Jardim Maluche, teve parte do dedo cortado após ter trancado em uma porta.
Segundo ela, diferente do caso do Jardim Maluche, o bebê recebeu o atendimento médico necessário com a velocidade adequada. De acordo com ela, a equipe acertou em ter acionado a família para comunicar o acidente. “Nós temos a tutela da criança enquanto ela está ali, mas não não vamos eximir os pais de suas responsabilidades”.
Apesar dos dois casos em menos de um mês, Eliani classifica acidentes no ambiente escolar como incomuns. No mesmo dia do acidente, afirma ter reforçado a necessidade de cuidados entre os gestores para evitar situações semelhantes. O caso, afirma, também é acompanhado pelo Conselho Tutelar.