Cultura, informação e ajuda: coletivo de Brusque realizará evento com pessoas em situação de rua
Ação acontecerá no Centro de Referência Especializado à População em Situação de Rua (Centro Pop)
Ação acontecerá no Centro de Referência Especializado à População em Situação de Rua (Centro Pop)
O Coletivo Quero Impacto, fundado em Brusque, fará uma ação com pessoas que estão em situação de rua no dia 1º de julho. O evento acontecerá no Centro de Referência Especializado à População em Situação de Rua (Centro Pop) do município, que fica na rua Doutor Penido, número 51, no Centro, às 8h30.
O evento já está em sua segunda edição. Segundo a criadora do coletivo, Marcela Luiza Casagrande, trata-se de um dia especial onde serão abordados temas como cultura, arte, informação e lazer para todos que estão invisibilizados na sociedade.
“Desde o nosso início, ajudamos a população de rua com mantimentos e também com marmitas ao longo do ano. Será uma oportunidade de fazê-los se sentirem pertencentes a algo maior, até porque eles são, de fato”, comenta Marcela.
Daniel Barreto, migrante venezuelano, está em situação de rua e elogiou o projeto. “Pessoal de rua precisa de muito apoio moralmente e espiritualmente. Precisamos de uma oportunidade para poder mostrar que nem tudo é ruim na rua. Há vidas, histórias, esperança, fé e muito amor. Com amor podemos conseguir muitas coisas”, diz o venezuelano.
O evento também contará com palestras e rodas de conversa sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST), saúde mental, higiene bucal, redução de danos, entre outros assuntos. Também serão oferecidos cortes de cabelo, café da manhã e almoço.
“Teremos DJ, shows de música, pintura de telas de arte, parceria com um tatuador e também acontecerá um Bazar Pop. A ideia consiste em uma lojinha onde os moradores poderão comprar, de forma fictícia, algumas peças de roupa e itens de higiene pessoal. Queremos ajudar a criar o senso de responsabilidade entre eles”, conta a criadora.
Questionada sobre como funcionará a ‘compra de forma fictícia’, Marcela explica que uma “moeda pop” foi criada para que as transações ocorram.
“Distribuímos entre os moradores no dia da ação para que eles troquem por alguns itens diferenciados de roupas e itens de higiene que recebemos como doação. Eles já recebem isso normalmente em nossas ações e no dia a dia do Centro Pop. O que nós tentamos fazer nesses eventos é dar a eles o poder de escolha e, principalmente, o senso de responsabilidade que é tão importante para a reinserção deles na sociedade em geral”, explica.
Marcela revela que muito mais do que resgatar a dignidade dessas pessoas nos eventos, é uma chance de humanizá-las e entender suas vivências, histórias e sonhos.
“Queremos parar para ver e ouvir quem se sente invisível no meio dos outros. Muita gente tem medo, receio de simplesmente olhar para essas pessoas na rua. As pessoas têm a impressão de que, se não enxergarem essas pessoas, o problema some. Desaparece. Sendo que enxergar é apenas o primeiro passo para a reconstrução da dignidade delas”, conclui.
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