Deivis da Silva fala dos planos à frente da Secretaria de Assistência Social e Habitação
Novo secretário diz que buscará parcerias para encaminhamento dos moradores de rua
Novo secretário diz que buscará parcerias para encaminhamento dos moradores de rua
Deivis da Silva (MDB), vereador eleito e ex-líder do governo, assumiu a Secretaria de Assistência Social e Habitação na semana passada. A pasta, que já foi comandada por Mariana Martins da Silva, esposa dele, é uma das mais visadas na administração devido à circulação de moradores de rua no município.
Silva concedeu entrevista a O Município, na qual detalhou as linhas gerais do seu trabalho. A continuidade dele no cargo depende do julgamento pelo Tribunal de Justiça (TJ) da Lei Antinepotismo. Se ela cair, Mariana deve voltar ao posto.
Aceite ao cargo
“O convite foi feito pelo prefeito Jonas e pelo Ari Vequi pela proximidade que eu tinha com a Secretaria de Assistência Social, onde minha mulher foi secretária, mas deixou seu cargo em função da lei [do nepotismo]. Nesse momento de transição, a gente estava aguardando uma decisão do TJ. Mas como está demorando para ser analisada, o prefeito me pediu para assumir, independente do resultado no TJ.
A ideia é que a gente fique ali para dar continuidade no que a Mariana vinha fazendo e o Odair Bozio de forma interina. Também contribuir em áreas como a habitação.
O próprio convite para a liderança de governo foi um pedido de ajuda, porque havia quatro vereadores na bancada. Eu não tinha experiência, então o prefeito me pediu e continuei.
Agora veio um novo pedido. Como sou um agente político e sou da base do governo, tenho uma admiração pelo Dr. Jonas e seu jeito de governar e pela articulação política do Ari Vequi.
A própria situação da Mariana assumir no começo do governo também foi política. Como ela já era diretora, foi solicitado que ela continuasse, mas como secretária”.
Novo abrigo
“O almoxarifado [da Secretaria de Saúde] está sendo totalmente desocupado, estão nos últimos equipamentos. O DGI já tem um projeto pronto. Com a saída de todo o equipamento, começa a reforma, porque o projeto civil já existe. Para podermos mudar o abrigo [da Arena Brusque] para ali.
Vai ter uma entrada para uma ala só de homens e outra para mulheres. Também vamos criar uma outra para famílias em situação de risco, como mãe e filho com o pai agressivo. Até eventualmente famílias indígenas que ficam por aí. Vai ter uma sala só para famílias.
Vai ser um abrigo mais adequado, com sala de espera, refeitório, vestiários separados, com armários individuais. Tudo está planejado. Não posso dar data, depende da Saúde desocupar totalmente o espaço”.
Moradores de rua
“É uma situação bastante complicada que tem em várias cidades. Recentemente, vi uma reportagem que Nova York, cidade superdesenvolvida, tem 700 mil moradores de rua, número espantoso. Aqui em Brusque temos a nossa realidade de 30 a 40 moradores de rua por mês. Não podemos dizer que está bom, temos que tentar resolver.
O que vou fazer é ampliar as abordagens e insistir dentro da legalidade. Esses moradores de rua andam com os direitos humanos embaixo do braço. Tem um ponto que a Assistência Social não consegue mais ir.
Tem a questão do ir e vir, mas estão usando o espaço público como privado. São problemas relacionados à álcool e ao consumo de drogas. A Assistência Social entra na identificação, a partir daí é com o Caps.
Mas aí a pessoa prefere ficar na rua porque não tem horários para dormir, regras para seguir. Mas tem gente que aceita. Vamos divulgar esses números, para a comunidade brusquense saber que tem pessoas que estão aceitando e estão no mercado de trabalho.
Uma proposta, que já falei na Câmara, é fazer parceria com as entidades. A prefeitura pode fazer seleção, destinar tratamento, mas a pessoa precisa de emprego.
Queremos fazer parceria para que as empresas adotem essas pessoas. Outra parceria é com as entidades que fazem cursos profissionalizantes.
Queremos buscar mostrar que o problema não é só da prefeitura ou do Ministério Público, é de todos”.
Apoio a projetos
“O Instituto Bom Samaritano e o Projeto Vida são propostas interessantes e inteligentes, seria mais um braço de ajuda à Assistência Social. Eles fazem o trabalho de recuperação, de trazer esse pessoal para o convívio familiar.
Vejo com bons olhos e acho que poderiam fazer esse trabalho com a gente. Esse pessoal faz o trabalho com quem está com dependência química muito forte. É esse trabalho que pediríamos que pudessem nos ajudar”.