Delegado de Brusque detalha golpes virtuais comuns na região e como se prevenir deles
Segundo delegado Sobreira, há dois anos é vista uma diminuição nos crimes virtuais em Brusque e região
Segundo delegado Sobreira, há dois anos é vista uma diminuição nos crimes virtuais em Brusque e região
O delegado da Polícia da Comarca de Brusque (DPCO), Odair Rogério Sobreira, conversou com o jornal O Município e detalhou os principais golpes virtuais aplicados na região e como se prevenir deles.
Nenhum dado sobre valores perdidos ou boletins de ocorrências gerados foi divulgado por Sobreira, para não atrapalhar as investigações em andamento.
Sobreira explica que o estelionato é um crime no qual o criminoso consegue uma vantagem da vítima mediante a uma fraude. Ele diz que saber o que é o crime já é uma forma de preveni-lo.
“Sabendo disso, a pessoa começa a perceber alguns sinais de golpes”. A pena para estelionato é de um a cinco anos de reclusão. Já para o estelionato praticado por meios digitais a pena é de quatro a oito anos de reclusão.
O delegado explica que a investigação desses crimes acontece apenas sob representação, que é a autorização da vítima para o processo ser iniciado.
Sobreira orienta as pessoas que foram vítimas de golpes virtuais a realizaram um boletim de ocorrência de forma on-line, no site da Polícia Civil. Ele frisa que o documento on-line não perde importância por não ser físico.
Baseado nos boletins de ocorrência registrados em Brusque, Sobreira classifica o estelionato por meios eletrônicos o mais comum dos crimes. Nele, há diversas maneiras de lesar a vítima.
“Os criminosos estão cada vez mais criativos e ousados. Temos vítimas na nossa região que perderam valores expressivos. Por causa do criminoso estar em outro local do país, o trabalho da polícia é muito difícil. Às vezes ele está em uma favela ou em um local de difícil acesso”.
Apesar de não divulgar os dados absolutos, Sobreira afirma que, em 2021, houve um aumento de quase 40% nos crimes virtuais na região de Brusque, Guabiruba e Botuverá. Ele credita esse valor ao isolamento social causado pela pandemia da Covid-19, momento em que as pessoas permaneciam mais tempo na internet.
Em 2022 também houve um aumento, desta vez de 30%. Já em 2023, foi registrada uma queda de 9%. E, por fim, até o momento, é vista uma queda de 8%.
“É uma queda importante, mas não nos deixa tranquilos. Estou fazendo um trabalho com a Acibr para que consigamos conscientizar a população através de campanhas para reduzir esse índice”.
O delegado também afirma que não há um perfil das vítimas. No município, há pessoas de 30 a 80 anos que foram vítimas desses golpes.
Fraude eletrônica é quando a vítima está em Brusque e o criminoso está em qualquer outro lugar do país coletando os dados dela para aplicar os golpes.
Para se prevenir basta não abrir links ou baixar arquivos de e-mails suspeitos (órgãos governamentais tem o final .org.br) e não fornecer dados pessoais para ligações de terceiros.
Bilhete premiado é um crime em que o criminoso aborda uma pessoa para vender o bilhete. O valor cobrado chega a milhares de reais.
Sobreira destaca que uma pessoa idosa de Brusque foi abordada em Itapema e realizou uma transferência bancária para os criminosos. Ela não recebeu o bilhete.
Golpe do falso investimento é quando o criminoso entra em contato com algum investidor e/ou empresário e propõe um plano de investimento com retorno alto e rápido. A vítima faz um pequeno investimento e recebe relatórios falsos da progressão desse valor.
Nesse caso, o delegado destaca que empresários de Brusque já foram vítimas desse golpe e perderam valores que chegam a milhões de reais.
Golpe do falso parente ocorre quando o criminoso cria um perfil da vítima no WhatsApp ou em outras redes sociais, entra em contato com conhecidos dela e pede dinheiro.
Para saber se é um golpe, Sobreira orienta as pessoas que receberam a mensagem a entrar em contato com o contato original da pessoa. Além disso, o delegado diz que é essencial a vítima divulgar nas redes que há um perfil falso com seu nome.
Venda fictícia ocorre quando a vítima (A) anuncia a venda de um produto na internet, o criminoso entra em contato com ela, pede para ela retirar o anúncio, e então ele entra em contato com outra pessoa (vítima B).
Depois, o criminoso arma um encontro entre elas e pede que a vítima B faça um pagamento para ele, enquanto a vítima A acha que irá receber o valor.
Para evitar sofrer o golpe, Sobreira orienta a nunca tirar o anúncio da venda do produto e procurar se há outros na internet. Além disso, também é essencial ambas as partes da negociação estarem cientes da pessoa a quem ela irá pagar.
Encontro de Gaiteiros: evento colocou Guabiruba no mapa da música tradicional da região: