Dirigente do Marcílio Dias desafia presidente a esclarecer fatos que culminaram com o rebaixamento do Brusque no Estadual
O presidente do Brusque FC, Danilo Rezini, também se manifestou acerca das declarações
O presidente do Brusque FC, Danilo Rezini, também se manifestou acerca das declarações
O polêmico rebaixamento do Brusque FC no Campeonato Catarinense voltou à tona nesta semana. Um indício de racha na diretoria do Marcílio Dias expôs uma possível entrega de resultado na última rodada para prejudicar o clube brusquense.
A denúncia foi feita pelo membro do comitê gestor do Marcílio Dias e secretário de Obras da cidade, Tarcísio Zanelato. Ele deu declarações contundentes ao programa Univali Esportes, da TV Univali. Zanelato desafiou o presidente do Marcílio Dias, Marlon Bendini, e Delfim de Pádua Peixoto Neto, o ‘Delfinzinho’, filho do presidente da FCF, Delfim de Pádua Peixoto Filho, a esclarecerem o fato. “O Delfinzinho é o culpado que comprou o juiz e depois o pai dele apanhou”, acusou. “Eles vão ter que dizer. O Marlon sabe o que é. Ele só tem vergonha. Medo de represália lá atrás. Mas ele vai ter que vir e dizer. Porque se ele não falar, eu estou fora e a maioria do grupo gestor está fora”, declarou.
Na entrevista, ele deu a entender que o jogo foi armado para rebaixar a equipe brusquense e se disse envergonhado em razão do acontecido. “Meu orgulho era chegar antes do jogo no estádio e as pessoas agradecerem pelo trabalho. E por causa de um jogo, de botar na espinha do Brusque, que foi só para prejudicar o Brusque…”, disse. O membro do conselho gestor do Marinheiro ainda comenta que o acordo não envolveu dinheiro para rebaixar a equipe quadricolor. “Não levaram nada. Só foram iludidos e eles vão ter que dizer por quem?”, cobrou. A reportagem não conseguiu contato com o presidente do clube de Itajaí para comentar as declarações.
A diretoria do Brusque FC, por meio do presidente, Danilo Rezini, se manifestou nesta quarta-feira, 21, acerca das declarações de Tarcísio Zanelato. Rezini lamentou o episódio e disse que o clube não medirá esforços para esclarecer os fatos. “Podemos até não voltar para a primeira (divisão), mas, na pior das hipóteses, vamos acabar com esta ‘bandalheira’ no futebol”, disse. O dirigente ressaltou que já haviam evidências claras sobre a situação, mas que se mostrou surpreendido pelo fato vir de dentro da diretoria do Marinheiro. “O Zanelato é membro do conselho gestor. Secretário de Obras em Itajaí. É uma pessoa séria e honesta. E ele não fez uma denúncia, mas sim uma afirmação. É um fato novo. Gravíssimo. Tudo levava a crer que houve armação, mas antes não tínhamos provas”, declara.
O dirigente diz que já acionou o departamento jurídico do clube, através do advogado Sérgio Bernardes, para entrar com uma representação no Tribunal de Justiça sobre o ocorrido. O advogado curitibano Domingos Moro, especialista na jurisdição esportiva, já recebeu a gravação para avaliar os indícios de irregularidade na partida. “Amanhã (hoje), vamos ter o parecer e qual encaminhamento tomar”, diz Rezini. “Não podemos admitir que em pleno ano de Copa do Mundo, estamos vendo acertos de resultados para determinar quem cai ou fica numa Série A de Campeonato Catarinense. E vamos até as últimas consequências em busca da verdade. Se for o caso, até a Justiça Comum”, declarou.
Entenda o caso
O Bruscão foi rebaixado no Campeonato Estadual após vencer o Juventus por 3 a 2 no Augusto Bauer e o Marcílio Dias perder por 1 a 0 para o Atlético de Ibirama, em Itajaí. A derrota do Marinheiro fez com que o time do Alto Vale se salvasse e decretou a queda do Marreco mesmo com a vitória no Augusto Bauer. A possível armação já havia sido cogitada por torcedores das duas equipes no mesmo dia. O caso ganhou evidência em razão de uma arbitragem para lá de conturbada de Willian Machado Steffens no jogo de Itajaí. Dias depois, ele chegou a ser premiado pela FCF como árbitro revelação do campeonato. Steffens expulsou dois jogadores do Marinheiro na partida e ainda anotou um pênalti equivocadamente para o clube de Ibirama. Revoltados, torcedores do Marcílio Dias protestaram nas arquibancadas. Um deles chegou a agredir o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim de Pádua Peixoto Filho quando este se retirava do estádio. O jogo foi paralisado aos 37 minutos em razão do sumiço da ambulância. No dia seguinte, dirigentes do Marinheiro chegaram a entrar em contradição ao justificar o porquê a mesma teve de deixar o estádio. Quando a bola voltou a rolar, o jogo foi somente até aos 43 minutos, quando foi encerrado precocemente por Steffens antes mesmo do tempo regulamentar.