Dos 70 taxistas de Brusque, apenas três são mulheres
Para sindicato, número é considerado pequeno, porém, tende a aumentar nos próximos anos
Para sindicato, número é considerado pequeno, porém, tende a aumentar nos próximos anos
Em um ambiente majoritariamente masculino, as taxistas Maria da Silva Matos, Jaquelina Marques e Elandia Pacheco, a Pacheca, conquistaram espaço. Atualmente, elas circulam pelas ruas de Brusque ao lado de 67 colegas homens.
Embora considere pequeno o número de mulheres que atuam na profissão, o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de Brusque, Modesto Bertoldi, diz que a tendência é de que elas conquistem ainda mais espaço.
“Geralmente é o marido que tem o táxi, e ele chama a esposa para ajudar. Mas devagarinho elas vão se destacando. E em relação ao sindicato, o apoio é total a elas. Elas prestam um bom serviço”, afirma.
De acordo com Modesto, além das três taxistas de Brusque, há oito mulheres permissionárias, ou seja, proprietárias de veículos. Das oito, apenas Pacheca também dirige o táxi.
Dia a dia
Taxista há cerca de um ano e meio, Maria da Silva Matos, de 29 anos, decidiu investir na profissão para aumentar a renda mensal. Ela e o marido adquiriram um ponto localizado próximo ao bar que administram há cinco anos no bairro Paquetá.
“Percebemos que seria viável e lucrativo ter esse ponto perto do nosso bar. Então ele e eu fizemos o curso de taxista e investimos. Enquanto um está cuidando do bar, outro está no ponto de táxi”, conta.
Mesmo que atue na área há cerca de um ano e meio, Maria diz que ainda sofre preconceito, sobretudo, por parte de alguns homens. Segundo ela, eles acham que as mulheres são frágeis e correm mais riscos. Ainda assim, diz, as mulheres estão buscando espaço na profissão.
“Eu acho que quando as mulheres veem outra mulher como taxista é um incentivo para elas. Como todo mundo sabe, nós estamos em uma área que nunca foi de mulheres, mas nós estamos crescendo na área e os colegas taxistas já nos veem como uma competição”, afirma.
Assim como Maria, Jaquelina Marques, de 38 anos, também acredita que atuar em uma profissão predominantemente masculina é um incentivo às mulheres.
Prestes a iniciar a carreira, ela conta que era a única mulher no curso que prestou em abril deste ano. A taxista diz também que atuará com o namorado, que tem um ponto de táxi em frente à FIP.
“Esse era um projeto que a gente tinha de dividir os turnos do táxi. Eu não fico com receio de trabalhar à noite na saída das festas, mas nós vamos tentar evitar que isso aconteça”, diz. “Vi que várias mulheres queriam fazer o curso de taxista, mas a maioria acaba desistindo por algum motivo. Eu acho legal que elas percebam que nós podemos atuar em qualquer área”, completa.
A mais antiga
Orgulhosa do status de primeira e mais antiga taxista de Brusque, Elandia Pacheco, a Pacheca, de 55 anos, conta que resolveu se dedicar à profissão após conhecer a área mais a fundo. Brusquense, ela dirige pelas ruas do município há 20 anos.
“Comecei a ser taxista depois que conheci a profissão e por gostar de dirigir. Meu marido e eu iniciamos quase no mesmo período”, diz. “Nesses anos, nunca sofri preconceito dos clientes. E pra mim, é muito legal ter sido a primeira taxista de Brusque”, completa.
Guabiruba
Da mesma forma que Brusque, Guabiruba também registra mulheres taxistas. Uma delas é Juliana Porto, de 33 anos. Ela optou por se dedicar ao táxi, há cerca de um ano, porque gosta de dirigir e por incentivo do marido, que atua na área há quatro. Embora goste da profissão, Juliana afirma que ainda sofre preconceito.
“Eu ainda sofro bastante preconceito. Alguns homens não gostam de andar comigo porque sou mulher. Já aconteceu inclusive de alguns deles não quererem entrar no táxi depois de verem que era uma mulher que ia dirigir. Mas eu nem ligo”, diz. “Já as mulheres costumam me dizer que preferem andar comigo”, completa.