Doutora é beatificada
No sábado, 18, mais uma pessoa humana, aliás, bem humana, foi beatificada oficialmente, pela Igreja. Isto equivale dizer: viveu o seu Batismo com coerência, autenticidade e amor, perseverando no caminho do seguimento do Cristo, caminho, verdade e vida, até o fim. Porque viveu esse estilo de vida, assemelhando-o ao estilo de vida vivido por Cristo, está na lista daquelas pessoas humanas que podem ser declaradas santas, em breve. Trata-se de uma leiga espanhola, Guadalupe Ortiz de Landázuri. Viveu sua vida de fé sempre relacionada à Opus Dei (uma Associação ligada a Igreja Católica), sob a orientação do padre Josemaria Escrivá.
Quem é ela? A nova beata nasceu em Madri em 12 de dezembro de 1916. Era a quarta filha e única menina do casal Manuel Ortiz de Landázuri e Eulogia Fernández-Heredia. Em 1933 matriculou-se no curso de Ciências Químicas na Universidade Central. Era uma das cinco mulheres de uma turma de 70.
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Seus colegas da universidade recordam-na seriamente dedicada ao estudo, com grande simpatia e gosto pelo imprevisto. Dedicou-se ao ensino e à pesquisa científica, tanto na Espanha como também no México. Foi justamente no México que concluiu seu doutorado em Química e desenvolveu uma grande atividade profissional e evangelizadora. Em outras etapas de sua vida, viveu em Roma.
Ela sempre esteve relacionada a essa profissão, vivendo a normalidade da vida, iluminada pela fé católica. E foi justamente essa qualidade que o papa Francisco acentuou ao assinar o documento de Proclamação de sua Beatificação. Diz ele: é uma “testemunha de santidade vivida nas circunstâncias comuns de sua vida cristã”.
O seu exemplo deve servir de impulso para aspirar sempre “a esta santidade da normalidade, que arde nos nossos corações, o fogo do amor de Cristo e que o mundo e a Igreja precisam desesperadamente hoje”. Santidade “de abrir o coração a Deus”, “fora de si e ir ao encontro do outro, onde Jesus nos espera para trazer-lhes uma palavra de encorajamento, uma mão amiga, um olhar de ternura e consolo”.
A beata “Guadalupe é apresentada diante de nossos olhos”, explicou ele, “como modelo de uma mulher cristã sempre comprometida com o desígnio de Deus, especialmente em pesquisa social e científica. Em suma, foi um presente para toda a Igreja”. O texto do decreto promulgado pela Congregação para as Causas dos Santos reflete como Guadalupe viveu as virtudes em grau heroico e “entregou-se inteiramente e com alegria a Deus e ao serviço de sua Igreja e experimentou intensamente o amor divino”.
Destacava-se a sua preocupação pelos pobres e idosos. Entre outras iniciativas, criou com uma amiga – médica de profissão – um dispensário ambulante: iam de casa em casa nos bairros mais necessitados, atendendo às pessoas e oferecendo-lhes medicamentos gratuitamente.
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A arrecadação da cerimônia de sua Beatificação será destinada à doação de cem bolsas de estudo para cientistas africanos, que serão administradas pela ONG Harambee. Pois, foi lá que viveu sua adolescência e juventude, junta com seu pai que era militar e foi transferido, levando a família toda. Certamente, esse gesto de generosidade traduz bem sua maneira de viver e de testemunhar sua fé.
Creio que a grande mensagem que a Beata Guadalupe deixa é: não é necessário fazer grandes obras para fazer diferença. Basta viver de maneira extraordinária a normalidade do dia a dia. Melhor ainda, fazer tudo à luz da Pessoa e da Proposta de Jesus de Nazaré, Caminho, Verdade e Vida.
Morreu no dia 16 de julho de 1975, dia da festa de Nossa Senhora do Carmo.