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Dr. Jonas sinaliza que quer a reeleição e Ari Vequi não descarta concorrer a prefeito

Embora os dois sejam do governo, não existe definição sobre quem será o candidato

A próxima eleição para a prefeitura ocorre somente em outubro do ano que vem, mas a movimentação política já acontece nos bastidores. Um das incógnitas até aqui é a candidatura ou não do prefeito Jonas Paegle (PSB) à reeleição.

O movimento do chefe do Executivo mexe com todo o resto das maquinações políticas. Por exemplo, o vice-prefeito Ari Vequi (MDB) dá sinais de que pretende concorrer a prefeito, mas com Paegle no pleito ficaria mais complicado para ele viabilizar sua candidatura.

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Questionado sobre sua vontade de concorrer à reeleição, Paegle não bate o martelo, mas dá sinais evidentes de que tentará ser reconduzido à cadeira.

“Temos interesse em concorrer, a gente tem ideia sérias, não tem interesse em propina, em nada”, Jonas Paegle, prefeito

“Se realmente for necessário, temos ideia de a gente concorrer a prefeito, à reeleição, eu e o Ari. Temos interesse em concorrer, a gente tem ideias sérias, não tem interesse em propina em nada. Há dificuldades? Há. Não vamos nos acovardar diante das dificuldades nem da oposição. Enquanto a carruagem passa, os cães latem, é um ditado popular antigo”, declara o prefeito.

A candidatura à reeleição está diretamente ligada ao desempenho administrativo nos últimos dois anos do governo. Se bem avaliado, aumenta vertiginosamente a chance de Paegle concorrer.

Mas a principal dúvida que paira neste momento é se Ari Vequi aceitaria ser vice de novo. O emedebista já sinalizou publicamente que deseja algum dia sentar na cadeira de prefeito.

Político há décadas, Vequi se fortaleceu muito dentro do MDB desde que foi eleito. A ala mais resistente ao seu nome foi enfraquecida e hoje nomes próximos dele comandam a legenda municipal.

Em entrevista recente, o deputado federal Rogério Mendonça, o Peninha (MDB), afirmou que Vequi é nome do MDB de Brusque, caso Paegle não concorra.

Perguntado, o prefeito diz que tem uma amizade com o vice-prefeito, que os dois se dão muito bem na gestão do município e que Vequi tem muita experiência política. “Se está indo bem, para quem desmanchar? Não tem sentido. Se ele quiser, vamos conservar”.

Nome de consenso
O vice-prefeito não descarta nenhum caminho. Vequi diz que tem conversado com Jonas sobre a reeleição.

“A gente espera chegar lá na frente, em um consenso, e aquele que estiver mais viabilidade de eleições, disputar o pleito. Isso nos move neste momento dentro de uma linha de conversação”, diz o vice.

“Nem da parte dele nem da minha tem uma posição fechada. O nosso projeto terá um representante, seja ele ou eu. Com diálogo amigável, chegaremos a um denominador comum. Mas se não houver, se não tiver acordo, desde que tenha viabilidade eleitoral, disputarei a eleição”, completa.

“A gente espera chegar lá na frente, em um consenso, e aquele que estiver mais viabilidade de eleições, disputar o pleito”, Ari Vequi, vice-prefeito

O objetivo é chegar a um consenso com o grupo de vereadores que apoiam a administração. “O que deixo bem claro é que a viabilização de minha candidatura é algo natural, mas não sou candidato de mim mesmo. Mas se viabilizar minha candidatura, serei candidato. Minha posição é clara, serei candidato a prefeito, mas não serei candidato contra o grupo que contempla a grande maioria dos vereadores e partidos”, afirma Vequi.

O emedebista diz que a questão da candidatura é algo a ser analisada mais adiante em consulta aos demais partidos. No entanto, ele entende que se o desejo do MDB for ter candidato, desde que viável, não haverá outro caminho. “Não tenho medo de disputar com chapa pura”, afirma, ponderando que ele não pretende “ser um problema, mas uma solução”.

Concorrência interna
Recentemente, o presidente da Câmara de Vereadores, José Zancanaro, do mesmo partido do prefeito e da base governista, declarou que, se tiver o apoio de Ciro Roza (PSB), concorrerá à prefeitura.

Paegle vê com naturalidade um nome como Zancanaro querer concorrer, mesmo que seja do mesmo partido do prefeito. “Não temos muita liga dentro do próprio partido”.

“Realmente importante é a ideia dele. Qualquer um pode ter. Se for ali na praça tem gente que quer ser candidato a prefeito, qualquer área tem. No hospital tem, no esporte tem, nos bairros têm. Tudo vai depender do momento comunitário e político. Não posso querer ir contra Zancanaro, nem fulano nem beltrano. A gente não sabe como vai estar lá na frente”.

Prefeito deve deixar o PSB de Ciro Roza

O PSB tem tudo para ser abandonado por seus principais nomes em Brusque, inclusive o prefeito. Paegle diz que não é partidário, por isso não tem pertencimento ao partido.

Paegle já foi filiado ao PMDB, mas foi candidato a vereador pelo PFL e DEM, e a vice-prefeito de Ciro Roza pelo PSD.

“Não sou partidário, ‘ah sou PFL, sou do DEM, sou PSB’. Não, eu fui [para o PSB] porque na hora ali tinha vários candidatos a prefeito e vereador e achei bom mudar de partido porque minha eleição estava garantida. Mas foi como se fosse uma canoa, não tenho amores ao partido, a ideias filosóficas. Queremos o bem social, o melhor para a comunidade, o bem para o povo. Não adianta ficar filosofando, vendendo ideias e não fazer o bem”, diz.

O prefeito afirma que o PSB é um partido que nunca participou efetivamente do governo. “Eu estou no partido ainda para ficar em silêncio e ver, não adianta mudar precocemente”.

Paegle não descarta nenhum partido neste momento. Ele se diz aberto a novas oportunidades e aguarda o cenário ficar mais mais claro, mas com o objetivo de atender bem a comunidade.

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Ciro Roza
O grande padrinho político de Paegle e Ari Vequi foi Ciro Roza, que ainda está no PSB e, assim como o prefeito, já dá sinais de que sairá da legenda.

O prefeito diz que quase não mantém mais contato com o ex-prefeito, embora admire ele, seu histórico e sua família.

“Ele deu certa dimensão a Brusque, mas tem um certo preçozinho, a gente vê na área jurídica, pesado, mas fazer o quê? No começo, confesso, mirei nele, quando Brusque começou a crescer com rodoviária, pavilhão, Arena Multiuso, passarela, terminal, asfalto aqui e lá, Beira Rio, ponte estaiada, claro que isso tudo deu uma abertura para a cidade. Foi bom. Mas tudo isso deu para ele um saco nas costas grande”, declara Paegle.