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Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Economia – 62 anos de Guabiruba

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Economia – 62 anos de Guabiruba

Rosemari Glatz

Guabiruba é um dos 295 municípios de Santa Catarina, e foi colonizada por imigrantes alemães a partir de agosto de 1860, aos quais se somaram os italianos em 1875, e alguns poloneses em 1889. Guabiruba nasceu junto com Brusque, há 164 anos, e a instalação do município se deu no dia 10/06/1962. Segundo estudos, o processo de emancipação político-administrativa dos municípios brasileiros iniciou por volta da década de 1930, num tempo em que foram implantadas diversas mudanças no âmbito da economia, da política, e também na sociedade brasileira. Mas foi somente a partir da década de 1950 que o número de municípios realmente aumentou, o que incluiu a emancipação de Guabiruba, no ano de 1962.

Nas décadas de 1970 e 1980, os governos militares restringiram a criação de novos municípios e, só após o fim do regime militar, é que as emancipações voltaram a se intensificar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 1980 o Brasil possuía 3.391 municípios, número que subiu para 5.570 no ano de 2013, igual a 2024. Ainda se discute sobre a emancipação de novos municípios, mas existe uma quase uma unanimidade nos meios técnicos, acadêmico, político e da mídia contra tal processo, calcado na concepção da inviabilidade financeira da grande maioria desses novos municípios e do custo que representam para o País.

Em 2024, a população está estimada em 25 mil habitantes. Guabiruba é o 3º município mais populoso da região de Brusque, sendo que 93% da população vive na área urbana. Cerca de 80% da população se declara católica, e sua economia gira principalmente em torno da indústria têxtil.

Do Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Guabiruba, 42,5% do valor advém da indústria (principalmente a têxtil); seguida dos serviços (42,5%), incluindo o turismo; da administração pública (14,4%); e da agropecuária (0,6%). A baixa participação da agropecuária é justificável, visto que apenas 7% da população vive na zona rural.

As três atividades que mais empregam em Guabiruba são a fabricação de tecidos de malha, a confecção de peças do vestuário e a administração pública em geral. Destacam-se as atividades de fabricação de tecidos de malha e alvejamento, tingimento e torção em peças do vestuário. Nos últimos anos, a empregabilidade tem registrado saldo positivo de novos trabalhadores, o que é um indicador de crescimento. O segmento de acabamento em fios, tecidos e artefatos têxteis e a confecção de artigos do vestuário e acessórios são os destaques positivos em termos de admissões. Dos empregos com carteira assinada, a ocupação predominante dos trabalhadores é a de tecelão de malhas, seguido de alimentador de linha de produção, e de costureiro em máquina na confecção em série.

O fato de a economia de Guabiruba girar essencialmente em torno da indústria têxtil é fator de preocupação. Talvez esta seja uma herança dos mais de 120 anos em que a cidade foi o celeiro de mão de obra qualificada para as indústrias de Brusque. Mas é urgente que a cidade diversifique a sua economia. É necessário que a população se qualifique, que uma parcela maior da população faça curso superior ou cursos técnicos, e que se passe a investir em outras áreas de negócios.

Ultimamente, Guabiruba já começa a se destacar no turismo, principalmente no ecológico e de aventura. Mas, para crescer neste segmento, é preciso enxergar o turismo como negócio, fixar uma imagem turística. A cidade precisa investir em opções de alimentação, como restaurantes, cafés, meios de hospedagem e educação para o turismo. Guabiruba é repleta de belezas naturais, tem um povo trabalhador e acolhedor, fortes tradições e uma rica cultura. Precisamos aprender a ‘empacotar’ melhor nossos produtos turísticos para conseguir ganhar mais dinheiro com isso.

 

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