Editorial: Apelo à razão
O governo do estado encontrou motivos e talvez até números para deixar o Vale do Itajaí de fora do “pacote” Novos Rumos, de investimentos em infraestrutura. O anúncio incendiou o debate e a liderança do governo na Assembleia Legislativa tentou, com diversos tipos de extintor, reduzir o fogaréu indignado que consumia e ainda consome entidades […]
O governo do estado encontrou motivos e talvez até números para deixar o Vale do Itajaí de fora do “pacote” Novos Rumos, de investimentos em infraestrutura. O anúncio incendiou o debate e a liderança do governo na Assembleia Legislativa tentou, com diversos tipos de extintor, reduzir o fogaréu indignado que consumia e ainda consome entidades empresariais, contribuintes e eleitores do Vale, que continuam sem entender as razões da omissão.
Em Brusque há perplexidade, porque se trata de uma das regiões do estado que maior apoio deu ao novo governo. Talvez fosse bom, para os técnicos do governo e para os parlamentares da base de apoio, darem uma olhada nas estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral. Se prestarem atenção verão que, desde a redemocratização, quando o país voltou a ter eleições regulares, ainda na década de 80 do século passado, nenhum candidato ao governo do estado teve, em Brusque, a votação que o Comandante Moisés teve. Foram 83,48% dos votos, um número impressionante, sob qualquer ponto de vista.
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Esse é, sim, um número que precisa ser incluído nas planilhas do novo governo, se pretende levar a sério o eleitor que confiou nas suas propostas. E, também, porque esse mesmo eleitor e contribuinte tem feito a sua parte na construção deste nosso estado. Trabalha, produz, faz riquezas circularem e merece que seus impostos retornem, por exemplo, sob a forma de melhores estradas e melhores condições de vida.
Se o governo tiver bom senso, certamente tratará de reestudar esse “pacote”, para não deixar de fora uma região fundamental para a retomada do desenvolvimento e para a consolidação de um projeto de governo que tenha, além de uma visão técnica, uma visão política justa.
À decepção com o “pacote” que deixou o Vale de fora, soma-se ao temor criado pelo persistente silêncio oficial sobre a continuação das obras de duplicação da rodovia Antônio Heil. Claro que é possível compreender dificuldades que surjam aqui e ali, numa obra desse porte, mas a região precisa mesmo é ver que existe vontade política de enfrentar os problemas com rapidez, e precisa sentir o empenho, das autoridades, para levar a duplicação adiante e concluir a novela.
Os eleitores de Brusque e região foram muito generosos e confiaram nas propostas de mudança. Assinaram um cheque em branco, deram votos que, mais do que votos que ajudaram a garantir a eleição, foram votos de confiança. É justo que esperem, agora que seu candidato está exercendo o mandato que recebeu pelo voto popular, que retribua, dando motivos para que se orgulhem da escolha.
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A Associação Empresarial de Brusque (Acibr) expressou corretamente o sentimento da região a respeito desse assunto e agiu com espírito público. O presidente Halisson Habitzreuter lembrou ao governo que embora os investimentos nas demais regiões sejam importantes, “somos a região com maior PIB e temos a maior concentração de população”. A entidade reivindica que, se não houver revisão do atual “pacote”, a região seja incluída nos próximos anúncios. A expectativa é grande sobre como o governo responderá a esses apelos mais do que justos.