Editorial: Bruscão, a conquista
No domingo, 21, o Brusque Futebol Clube conseguiu o feito histórico de conquistar o acesso a série C do Campeonato Brasileiro. Com o incentivo da torcida, que lotou o estádio, o time goleou o Juazeirense por 4 a 0. Quem vê o Brusque assim não imagina que em 2008 o clube participava da segunda divisão […]
No domingo, 21, o Brusque Futebol Clube conseguiu o feito histórico de conquistar o acesso a série C do Campeonato Brasileiro. Com o incentivo da torcida, que lotou o estádio, o time goleou o Juazeirense por 4 a 0.
Quem vê o Brusque assim não imagina que em 2008 o clube participava da segunda divisão e estava desmontado. Na época, Danilo Rezini e um grupo de entusiastas por futebol assumiram o time e desde então vem lutando para mantê-lo de pé e competitivo.
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São vários os obstáculos que se apresentam, mas com certeza o maior deles é a questão financeira. Para se ter uma ideia, hoje o Brusque ganha, em patrocínio, R$ 168 mil e gasta R$ 300 mil. Esse déficit mensal é coberto com um mix de ações para compor as contas. Entre elas está o repasse da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que numa Copa do Brasil repassa uma cota de R$ 500 mil.
Também está o repasse referente à participação na formação do atleta, da negociação do Jorginho do Napoli para o Chelsea, realizada ano passado e que está sendo paga. A negociação prevê três pagamentos, um já realizado em agosto de 2018 e outros dois com vencimento em agosto 2019 e agosto de 2020.
A bilheteria também é uma fonte de recurso, mas nem sempre rentável. Não é todo jogo que temos uma arquibancada cheia pagando um preço razoável, como aconteceu no último domingo. A maioria das vezes se tem toda uma estrutura para o jogo e não se tem uma arrecadação condizente.
Outro desafio é conseguir montar e manter uma equipe competitiva no primeiro semestre. Isso porque neste período acontecem as competições regionais e a procura por jogadores aumenta, aumentando também o valor dos salários e contratações.
Se hoje comemoramos o acesso a série C é porque houve todo este esforço de brusquenses, amadores, mas apaixonados por futebol
Mesmo com todos estes percalços o Brusque conseguiu sempre honrar os salários dos atletas, funcionários e comissão técnica. Conseguiu estruturar o clube com departamentos jurídico, contábil, financeiro, marketing, médico, e claro, de futebol. Esta sempre buscando sair do amadorismo e caminhar em direção ao profissional, tanto dentro como fora do campo.
O alinhamento da direção com patrocinadores de peso como Havan, Archer, McJu, HJ, Dicolore, Bompack, Boca Mafra e Recicle ajudou a construir este momento, investindo no time desde 2008 e levando-o a uma trajetória desde então de seis participações na série D (2009, 2011, 2016, 2017, 2018 e 2019), quatro edições da Copa do Brasil (2011, 2017, 2018 e 2019), e sete na Copa Santa Catarina (2008, 2009, 2010, 2011, 2013, 2017 e 2018). Uma evolução considerável para um time que faz muito com pouco.
O clube também está otimista em relação ao futuro. Neste ano a prefeitura de Brusque doou 74 mil metros de área, no Complexo Chico Wehmuth, para a construção do estádio. A diretoria já enviou a documentação para a Havan, que tem o projeto da construção da Arena Brusque, uma nova casa que vai abrigar o time e suas conquistas.
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Esta aproximação com a Havan, aliás, vem desde 2008, quando, na véspera de Natal, Danilo Rezini ficou na espreita, esperando Luciano Hang sair do escritório para lhe pedir patrocínio. Desde então um forte vínculo se criou e hoje dois filhos do empresário, Leonardo e Lucas, participam da diretoria do clube. A intenção é que um deles assuma a presidência e possa dar ainda mais fôlego aos voos do Bruscão.
Contudo, se hoje comemoramos o acesso a série C é porque houve todo este esforço de brusquenses, amadores, mas apaixonados por futebol que sonham mais do que a realidade permite e querem ver, assim como nós, o Bruscão campeão.