Editorial: Infraestrutura em pauta
Nesta sexta-feira, o jornal O Município publica reportagens especiais que tratam das dificuldades da infraestrutura para escoamento da produção de Brusque e região. No conteúdo, tratamos da situação das rodovias estaduais (Antônio Heil, Ivo Silveira), das federais (BRs 101 e 470) e dos portos e aeroportos próximos.
As obras que são tratadas em cada uma dessas matérias têm uma longa história por trás, desde sua concepção, elaboração de projetos e concretização. E, depois de prontas, entram as manutenções, adaptações e ampliações necessárias para adequar a infraestrutura ao crescimento populacional e da frota de veículos.
Se juntássemos todas as histórias dessas obras, daria para fazer uma novela, ou uma série da Netflix, com temporadas intermináveis, contando a saga que é, no Brasil, tirar do papel obras extremamente necessárias.
Conforme afirmou o presidente da Acibr, Marlon Sassi, o setor empresarial tem feito a sua parte, ao produzir, gerar emprego e desenvolvimento, assim como aumento na arrecadação de impostos. Por outro lado, falta a contrapartida do governo, que não dá retorno dos impostos da forma como deveria.
Vivemos, dessa forma, em um gargalo. De um lado há o desenvolvimento econômico, que precisa de uma resposta à altura em infraestrutura. De outro lado, uma infraestrutura que avança lentamente, estrangulando a capacidade produtiva e travando o desenvolvimento econômico de Santa Catarina.
Por mais que haja boa vontade, como do secretário estadual de Infraestrutura Jerry Comper, por exemplo, que efetivamente tenta tirar os projetos do papel, a impressão que se tem é que para outras instâncias do poder público, melhorar a infraestrutura é um favor que é feito aos municípios, quando deveria ser tratado como uma obrigação.
Em um país justo, não deveria ser necessária essa mendicância, essa cobrança constante dos empresários e políticos locais para que o governo faça o óbvio: planejar e executar projetos que aumentem a capacidade da malha viária de absorver o crescimento da produtividade.
No entanto, como ainda não chegamos neste nível civilizatório, é vital que a sociedade, assim como as entidades, também cobre, em alinhamento com o poder público, a realização dessas obras, para que destrave efetivamente os obstáculos ao desenvolvimento da nossa cidade e do nosso estado.