Editorial: Respeito no trânsito
O mês de maio foi marcado pela campanha “Maio Amarelo” cujo objetivo foi colocar na pauta da sociedade o tema trânsito. A cor amarela simboliza atenção e também a sinalização de advertência no trânsito. Maio foi escolhido porque neste mês, em 2011, a ONU decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito.
Desde então muitos países, estados e cidades têm aderido à campanha que também repercutiu por aqui. A Prefeitura de Brusque, por meio da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB), fez campanha colocando totens, com fotos de crianças e idosos, em locais estratégicos da cidade, com frases de conscientização.
Também divulgou em veículos de comunicação da cidade, materiais publicitários pedido aos motoristas respeito ao trânsito. Nas artes também vinham estatísticas informando que a cada três horas uma pessoa é encaminhada ao pronto socorro e que de 2020 a 2021 o hospital de Brusque recebeu 3264 pessoas devido a acidentes de trânsito.
Apesar do mês de maio já ter ido embora, a educação e respeito no trânsito precisam ficar para que os acidentes possam diminuir
Estes números se juntam às estatísticas nacionais e formam um cenário preocupante. Segundo o Instituto Trânsito Pela Vida, no Brasil, a cada 22 minutos uma pessoa perde a vida no trânsito, a cada 7 minutos uma pessoa é atropelada, a cada 57 segundos ocorre um acidente de trânsito. Isso resulta em 41100 mortes ao ano.
Para se ter uma ideia da dimensão deste número, podemos utilizar como parâmetro a guerra da Ucrânia, que registrou 4031 mortes em pouco mais de três meses. Se projetarmos estas mortes para um ano, teremos 16 mil mortos, duas vezes e meia menos do que morre em nosso trânsito.
Vivemos esta verdadeira guerra no trânsito e a iniciativa da campanha do maio amarelo é fundamental. Apesar do mês de maio já ter ido embora, a educação e respeito no trânsito precisam ficar para que os acidentes que publicamos no jornal diariamente possam diminuir. Eles causam muita dor à sociedade e além dos prejuízos materiais que contabilizam milhões de reais, tem a questão das lesões corporais e mortes que são irrecuperáveis.
Além das causas tradicionais de acidentes conhecidas, como excesso de velocidade, beber e dirigir, falta de conservação e deficiência de sinalização, temos agora o grande vilão que é o celular. Entre a faixa etária de 20 aos 39 anos anos já lidera com 57% as causas de acidente a ainda vai causar muitos estragos.
O problema é que os motoristas acham que tudo isso é um problema dos outros, que tais coisas não acontecem com eles. Mas no dia a dia você pode perceber os absurdos que se cometem em nossa cidade.
Nesta semana, por exemplo, publicamos aqui um flagrante, na rua Padre Leon Dehon, de um motorista que estacionou em pista dupla, ao lado da placa de proibido estacionar e em frente ao totem de conscientização, impedindo a passagem.
Não é um caso isolado e nem raro, e também não é uma infração inocente. Esta e outras atitudes é que põem as pessoas em risco, muitas delas resultando em acidentes. A educação e respeito não tem classe social nem marca de carro.
Se não fizermos nada de diferente, vamos continuar vivendo sob o risco de nossos próprios erros. Vamos sempre precisar de um guarda, de uma autoridade que nos fiscalize pois somos incapazes de seguir a lei sozinhos. Ou também podemos aprender com os erros e mudar nosso futuro pela consciência, por amor, que é sempre o melhor caminho, no trânsito e na vida.